Em 28 de
fevereiro é comemorado o Dia Mundial das Doenças Raras ou "Worldwide Rare
Disease Day". Segundo estudiosos, a grande maioria delas é de causa
genética; outras, de origem infecciosa e alérgica. Dra. Cecília Micheletti, médica pediatra e delegada brasileira da
Fundação GEISER (Grupo de Enlace, Investigacion y Soporte de Enfermidades Raras
de Latino América), são consideradas
doenças raras aquelas que afetam um pequeno número de indivíduos, com uma
freqüência de 1 em cada 2 mil. Cerca de 80% dos casos são de origem genética.
São conhecidas aproximadamente sete mil doenças raras que afetam de seis a oito
por cento da população mundial.
O Brasil registra cerca de 150 profissionais especializados em
doenças raras, segundo dados da Sociedade Brasileira de Genética Médica.
Em entrevista à Agência Brasil, por ocasião do Dia Mundial das Doenças Raras, lembrado hoje (29), o presidente do órgão, Marcial Francis Galera, alertou que nos últimos anos o país registrou poucos avanços no campo da genética clínica. Ele lembrou que 80% dos casos de doenças raras têm origem genética.
Em entrevista à Agência Brasil, por ocasião do Dia Mundial das Doenças Raras, lembrado hoje (29), o presidente do órgão, Marcial Francis Galera, alertou que nos últimos anos o país registrou poucos avanços no campo da genética clínica. Ele lembrou que 80% dos casos de doenças raras têm origem genética.
Segundo Galera, em 2009 o governo
brasileiro lançou a Política Nacional de Atenção Integral em Genética
Clínica. “De lá para cá, a coisa andou muito pouco". Para ele, seria
necessária uma portaria normatizando o assunto. Este ano, acrescentou, o tema
foi retomado, com uma reunião no início deste mês. “Mas, do ponto de vista
concreto, nada saiu do lugar”.
Para o especialista, há certa
“acomodação” por parte do governo, já que a maioria dos pacientes com algum
tipo de doença rara só consegue atendimento em hospitais universitários. A
verba utilizada para atender os casos é proveniente de investimentos em
projetos de pesquisa.
Dados da associação mostram que os
atendimentos a pacientes com doenças raras se concentram nas regiões Sul e
Sudeste, sobretudo no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e em São Paulo. Outro
problema, de acordo com Galera, é que poucos estudantes se interessam por uma
especialização na área de genética clínica, já que não há estímulo por parte do
governo. O cálculo é que o país precisa de pelo menos o dobro dos 150
especialistas com os quais conta atualmente.
Não há dados oficiais sobre o
número de brasileiros atingidos por algum tipo de doença rara. A estimativa da
associação é que entre 3% e 5% da população nasçam com algum tipo de problema
genético. Há ainda a chance de que algo seja diagnosticado ao longo da vida
adulta, o que eleva o índice para quase 10%, totalizando entre 15 e 20 milhões
de pessoas que precisam do auxílio de um geneticista. “As autoridades devem se
conscientizar da importância desse problema. No conjunto, essas pessoas
formam uma grande parcela da população”, ressaltou Galera.
O Ministério da Saúde informou que
vem avançando na elaboração de diretrizes para o diagnóstico, o atendimento e o
tratamento das pessoas com doenças raras. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta
atualmente com cerca de 26 protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas – 18
deles foram publicados nos últimos dois anos e envolvem a oferta de
medicamentos e de tratamentos cirúrgico e clínico para reduzir sintomas e
melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“A assistência aos pacientes com
doenças genéticas é um grande desafio do SUS devido à complexidade do assunto –
existem cerca de 5 mil alterações genéticas que podem levar a essas doenças.
Grande parte dessas doenças não tem cura, tratamento estabelecido, nem estudos que
comprovem a eficácia de diagnóstico e tratamento”, destacou a pasta, por meio
de nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário