Muitos especialistas e alguns segmentos da imprensa têm alertado para os sérios riscos das antenas à saúde de quem mora perto delas. Mas, pelo que se observa, as autoridades estão mais preocupados com os benefícios que elas irão oferecer aos donos das empresas de telecomunicações. Prova disso é que ignoram completamente os moradores que sequer são consultados. Quando menos esperam, está lá a alta torre que ultimamente também tem servido de arma mortífera para suicidas. Tomar conhecimento do perigo que esses equipamentos oferecem e procurar conhecer mais as leis que regem a instalação desses equipamentos seria o mínimo que a população deveria fazer. As empresas estão buscando seus direitos. E mais: sem se incomodar em passar por cima dos direitos da população.
Empresários do
setor de telecomunicações defenderam hoje (15) que as regras para a instalação
de antenas para os serviços de telefonia móvel sejam definidas por lei federal.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel
Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), há no país 254 regras diferentes.
“Há mais de 200
leis estaduais e municipais restringindo a implantação de antenas. Só no
Distrito Federal, são necessários oito meses para se conseguir instalar uma
antena. Por isso, o país precisa de uma lei federal, como forma de definir as
regras para a instalação dessas antenas. Isso tem de entrar na pauta de
governo, Congresso e imprensa”, defendeu o diretor do Sinditelebrasil, Eduardo
Levy, durante debate no 10º Seminário Políticas de (Tele)Comunicações.
Para o presidente
da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações
Competitivas (TelComp), João Moura, o conflito de competência entre leis
federais, estaduais e municipais acaba prejudicando a expansão da
infraestrutura do setor.
A proposta também
recebeu o apoio do secretário de Telecomunicações do Ministério das
Comunicações, Maximiliano Martinhão. “Vamos dar andamento adequado a essa
iniciativa”, acenou Maximiliano. Ele lembrou que a preocupação dos legisladores
estaduais e municipais, ao estabelecerem regras para a instalação das antenas,
vai desde o risco de queda da antena até o de que as ondas tenham efeito na
saúde das pessoas. “Mas o Ministério da Saúde já tem estudos apontando as
situações em que elas não representam risco”, acrescentou o secretário.
“A solução final
para a obtenção de licenças, só [será possível] por lei federal”, completou.
“Eu acreditava que com a Lei 11.934 esse problema estaria resolvido. Mas não
foi o caso”, lamentou Maximilano ao defender uma nova lei federal para tratar
do tema.
A Lei 11.934
estabelece limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e
eletromagnéticos, associados ao funcionamento de estações transmissoras de
radiocomunicação, de terminais de usuário e de sistemas de energia elétrica.
O secretário disse
ainda que pretende ampliar o acesso das populações que vivem na área rural
à internet por meio da telefonia celular. “Nessas áreas, o
acesso aos celulares é amplamente maior que o da internet. Essa é
uma parcela grande da população brasileira que não têm acesso à internet.
Podemos aproveitar isso [o fato de a telefonia móvel estar mais implantada
nessas localidades]”, disse. (Com inform. da Ag. Brasil)
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