A
nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora
Menicucci (foto), disse hoje (10) que as prioridades da pasta para esse ano serão
investir na esfera do trabalho, sobretudo no campo das trabalhadoras
domésticas, e no combate à pobreza.
“Para
isso, é preciso assegurar a garantia de direitos e acesso à informação, à
capacitação e ao mercado de trabalho. Também não se pode aceitar que, ainda
hoje, as mulheres sejam objetos de qualquer forma de violência”, ressaltou.
Durante
discurso, Eleonora avaliou que o cumprimento da Lei Maria da Penha nos últimos
anos representa avanço significativo para o país. Segundo ela, é inegável a
mudança provocada pela legislação no imaginário e na vida cotidiana das
mulheres. “Hoje, a noção de que é crime bater em mulher está amplamente
assimilada pela sociedade”, disse.
A
nova ministra também comentou a decisão de ontem (9) do Supremo Tribunal Federal (STF) que passa a permitir que o Ministério
Público denuncie agressores mesmo quando as mulheres vítimas de violência
tenham desistido de prestar queixa. “A vitória no STF representa um marco
histórico na vida das mulheres brasileiras.”
Ela
cobrou ainda a criação de mais juizados especializados em violência doméstica e
familiar. Para ela, a rede de atendimento a mulheres precisa deixar de tratar
apenas os danos físicos e assumir um caráter preventivo, por meio de parcerias
com outros ministérios.
Eleonora
também prestou homenagens a homens e mulheres mortos durante a ditadura
militar. A nova ministra foi companheira de prisão da presidenta Dilma Rousseff
nesse período. “Nossas trajetórias de mulheres se entrelaçaram. Nos engajamos
na luta contra a ditadura, fomos presas, torturadas, vivemos na mesma cela,
tivemos um engajamento que nos ensinou a lidar com as adversidades”, destacou.
Durante
a solenidade, a presidenta Dilma Rousseff deu as boas-vindas à socióloga e
destacou que ela chegava ao governo em um momento muito especial, lembrando a
decisão do Supremo em relação à Lei Maria da Penha. A presidenta disse que “o
governo mais feminino da história deste país” deu um passo muito importante
rumo à construção de uma sociedade com democracia e justiça social, com
igualdade para todos. Seu governo, segundo ela, luta contra o preconceito, a
discriminação e a violência contra a mulher, e “temos certeza que ganhamos uma
lutadora incansável pelos direitos das mulheres”.
Doutora
em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), Eleonora Menicucci
fez pós-doutorado na Universidade de Milão, na Itália, e era pró-reitora de
extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cargo do qual se
licenciou para assumir a função no governo de Dilma. Ao ser indicada para o cargo,
Eleonora Menicucci disse que considera o aborto uma questão de saúde pública -- como o crack e
outras drogas, a dengue, o HIV e demais doenças infectocontagiosas – e não uma
questão ideológica.(Agência Brasil)
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