O bispo de Assis (SP), d. José
Benedito Simão (foto), presidente da Comissão pela Vida da regional Sul 1 (Estado de
São Paulo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse ao Estado que a nova ministra da Secretaria
de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, "é uma pessoa infeliz,
mal-amada e irresponsável", que "adotou uma postura contra o povo e
em favor da morte" ao defender o aborto em declarações dadas à imprensa.
Informada, a ministra não quis comentar as críticas feitas pelo bispo. "Recebo
com muita indignação as palavras da nova ministra, cuja pasta tem uma grande
responsabilidade em favor da vida da mulher", afirmou d. José – para quem
a ministra abriu uma polêmica que pode criar um confronto entre Igreja e
governo. "Ela é infeliz, mas ninguém precisa ficar sabendo. Seu discurso
mostra que ela pode estar reabrindo feridas que estavam cicatrizando", disse
ainda o bispo, referindo-se aos debates ocorridas no fim do governo Lula sobre
aborto no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3). "Ela tem
obrigação de apresentar programas que gerem vida, e não morte. Deve falar em
defesa da mulher, em defesa da vida, mas se posicionou a favor do homicídio, ao
defender o aborto", protestou.
O
bispo também reclamou das declarações da ministra sobre as preferências sexuais
de sua filha, afirmando que ela "deveria tomar mais cuidado para não dar
mau exemplo para nossos adolescentes".
Panfletos - D.
José, de 61 anos, ficou conhecido em janeiro de 2010, quando divulgou panfletos
chamando Lula de "novo Herodes", por levar adiante o PNDH-3. Os
panfletos voltaram a circular em outubro, em plena campanha presidencial de segundo
turno, mas foram apreendidos em uma gráfica do Cambuci, em São Paulo. A gráfica
informou que a encomenda lhe fora feita pela diocese de Guarulhos.
Em
outro trecho da entrevista de ontem, o bispo de Assis disse que vai seguir de
perto os pronunciamentos da ministra. "Vamos acompanhar seu trabalho. Se
os discursos forem nessa mesma linha (de defesa do
aborto), vamos tomar algumas medidas de protesto, que podem ser
panfletos ou manifesto público", acrescentou. E concluiu dizendo que
"foi uma escolha infeliz do governo de Dilma", que poderia ter
escolhido "uma pessoa mais responsável e equilibrada, mas colocaram essa
pessoa para reacender temas polêmicos e complexos e reabrir feridas que estavam
se fechando". (Estadão)
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