A nova ministra da Secretaria de Políticas para as
Mulheres, Eleonora Menicucci (foto), disse hoje (10) que vai dar continuidade ao
programa de governo da presidenta Dilma Rousseff, mas não abrirá mão de
convicções pessoais, em especial, das que tem sobre o aborto. “Convicção é uma
coisa pessoal e hoje assumo uma posição de titularidade de uma pasta
importante. Terei muita serenidade em levar à frente as políticas do governo no
que diz respeito a esse aspecto [aborto] e aos projetos que existem. O debate é
da sociedade civil”, disse a nova ministra, ao ser perguntada sobre as críticas
que recebeu de grupos evangélicos por defender o aborto como questão de saúde
pública.
A socióloga respondeu
que vai tratar o tema com serenidade e está disposta a dialogar com todos, mas
argumentou que o aborto é a quarta causa de morte materna no país. “Uma mulher
que chega ao 67 anos com a trajetória de vida que tive, se não tivesse
convicções, não estaria aqui”, acrescentou, após cerimônia de transmissão de
cargo, quando assumiu o comando da pasta no lugar de Iriny Lopes, que deixou o
governo para concorrer à prefeitura de Vitória, nas eleições de outubro.
A socióloga relembrou
o período em que ficou presa com a presidenta Dilma Rousseff, durante a ditadura
militar. “Tenho orgulho de ser amiga da presidenta Dilma e de ter sido presa
com ela”. A nova ministra
comemorou a decisão de ontem (9) do Supremo Tribunal Federal (STF), de permitir
que denúncias de violência doméstica sejam levadas adiante na Justiça mesmo que
a vítima retire a queixa contra o agressor. Na prática, a decisão confirma a
constitucionalidade da Lei Maria da Penha. “Acaba, definitivamente, com o
segredo de que, quem bate em mulher, não deve ser punido”, disse.
Menicucci deixou a
pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para
assumir o cargo de ministra. Doutora em ciência política pela Universidade de
São Paulo (USP) e pós-doutora pela Universidade de Milão, Eleonora Menicucci
dirigia o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Saúde da Mulher e Relações de
Gênero da Unifesp. (Agência Brasil)
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