Aumentou
para 1.134 o número de municípios do semiárido brasileiro onde foi declarada
situação de emergência por causa da estiagem. Na comparação com balanço
divulgado na primeira quinzena de junho, 121 localidades passaram a integrar a
lista da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Este
ano choveu pouco no interior do Nordeste em janeiro, fevereiro e março, meses
em que seria normal haver precipitações no semiárido. “O interior não teve chuva
na época tradicional e, agora, está ingressando no período de estiagem”, disse
a meteorologista Márcia Seabra, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), um dos órgãos
integrantes do Comitê de Combate à Seca no Semiárido, divulgou hoje um balanço
da aplicação do recurso extraordinário de R$ 2,7 bilhões liberado em abril para
enfrentamento da estiagem.
A
maior parte do valor – R$ 799 milhões – está sendo destinada à construção de
cisternas. Do início de 2011 até junho deste ano, 123 mil unidades foram
entregues a famílias do semiárido. A intenção é que o número cresça para 290
mil até dezembro. Também foram contratados 3.360 caminhões-pipa por R$ 164,4
milhões.
Dos
recursos restantes, R$ 500 milhões foram destinados ao Plano Garantia Safra, de
auxílio a produtores que perderam suas plantações; e R$ 200 milhões ao Bolsa
Estiagem, de ajuda à população que ganha até dois salários mínimos. Por fim, R$
60 milhões devem ser aplicados na recuperação de poços até o fim deste ano. A
divulgação dos valores foi realizada durante reunião plenária do Conselho
Nacional de Segurança Alimentar (Consea) para debater os impactos da seca em
2012.
A
ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou
que as cisternas e caminhões-pipas são importantes porque viabilizam a
convivência dos moradores do semiárido com a estiagem. “A gente não tem aquelas
velhas cenas de êxodo rural, porque as pessoas estão conseguindo conviver com
essa seca”, disse.
Para
a agricultora Maria Joelma Pereira, do município de Cumaru (PE), a cisterna
muda a realidade das famílias do semiárido. “Se não fosse a cisterna de beber
[para consumo humano], a cisterna de produzir [para uso na plantação], a gente
teria vendido nossa plantação e ido embora”, declarou.
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