Sou bancário aposentado do Banco do Brasil S.A., e, trabalhando nele, participei
de várias greves. Sobre esse tipo de manifestação reivindicatória, destaco três
observações.
Em primeiro lugar, a necessidade de maior divulgação por parte
dos grevistas sobre os motivos do movimento e mais compromisso em não
prejudicar a população. Isso pode ser corrigido com a permanência de
funcionários suficientes no interior da empresa – o que quase sempre acontece -
para garantir os serviços essenciais. Além disso, mais um grupo permanentemente na porta (da
empresa) para dar satisfação à sociedade e aos clientes. Infelizmente, em alguns casos, constata-se que muitos grevistas usam aquela “folga” para outros fins.
Segundo, que haja mais inteiração de alguns segmentos da
imprensa que optam por apenas defender os interesses da empresa, da clientela e, por outro lado, esmeram-se em acusar os grevistas. Ignoram completamente que a greve é o último recurso dos
empregados para defender seus direitos junto aos patrões. Para contornar esse
problema, que o comando da greve procure mais a mídia.
E, em terceiro lugar, que haja mais bom senso e agilidade dos
patrões para que trabalhe proativamente, a fim de que tudo não se repita na
data prevista para o próximo aumento salarial, fato que ocorre todo ano com os
bancários. Enfim, ninguém pode sair perdendo. Leia mais na matéria abaixo, do
jornal Estado de São Paulo.
Os bancários de todo o País entram em greve por tempo
indeterminado a partir de hoje. Desde a primeira semana do mês, quando a
Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste salarial
muito distinta da reivindicação dos bancários, os trabalhadores ameaçavam
cruzar os braços.
Os banqueiros apresentaram proposta de reajuste linear para
salários, pisos e benefícios de 6,0%. A proposta passa longe da reivindicação
dos trabalhadores, que pedem 10,25%, sendo 5,0% de aumento real. Além do
reajuste salarial, os trabalhadores pleiteiam mudanças na participação nos
lucros e resultados (PLR) e em outras questões econômicas.
A proposta da Fenaban foi de PLR de 90% do salário acrescido de
valor fixo de R$ 1.484, podendo chegar a 2,2 salários de cada empregado. A
reivindicação dos bancários à Fenaban é de PLR de três salários mais R$
4.961,25 de parcela fixa. "As expectativas que eles demonstram estão fora
da realidade que a economia está vivendo. Este ano, a economia está muito
indefinida. Precisamos de certa cautela para fazer acordos", justificou o
diretor de Relações de Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico.
Serviço ao consumidor. Em nota, o Procon-SP alertou que o
consumidor deve saber que a greve não tira sua obrigação de pagar faturas,
boletos bancários ou qualquer outra cobrança, mas, para isso, a empresa credora
deve oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam efetuados
pelo consumidor. Assim, a recomendação é entrar em contato com a empresa e
solicitar outra opção de local para efetuar o pagamento.
A Federação Brasileira dos Bancos lembra que, além das agências
bancárias, os consumidores podem realizar suas operações em caixas eletrônicos
e em correspondentes não bancários, como casas lotéricas, agências dos correios
e redes de supermercados. Outra opção é fazer as transações por meio de
internet, telefone fixo ou celular.
Segundo o Procon, caso o fornecedor não indique outro local de
pagamento, o consumidor deve documentar a tentativa de quitar o débito e pode
registrar uma reclamação junto ao órgão.
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