sábado, 29 de setembro de 2012

Cantinho da Saudade (Por Thiago Alves - thiagoalvesobral@hotmail.com)



Raimundo Irismar Azevedo - Um Homem de bem

"A vida é a seqüência natural dos momentos que nós construímos ou que nos são oferecidos pelas circunstâncias diversas que nos acompanham". Recordar Raimundo Irismar de Azevedo é torná-lo vivo e fazê-lo presente no ontem da História.

Filho de Vicente Custódio de Azevedo e Maria da Conceição Parente de Azevedo nasceu Irismar no dia 29 de setembro de 1926, em Sobral, no Largo das Dores, sendo o segundo dos oito filhos gerados pelo casal. Desde cedo se manifestou como menino atencioso e dedicado aos estudos. Fez o curso primário no célebre Colégio Nosso Senhora da Assunção, dirigido por Dª. Mocinha Rodrigues, pedagoga renomada e de fino trato social. Muito inteligente, destacou-se nesse educandário tanto nas matérias curriculares, como na vida artístico-literário. Em concurso de poesia foi condecorado, várias vezes, pelo bom desempenho.

Os revezes da vida fizeram com que Irismar aos 14 anos tomasse parte ativa na batalha pelo sustento de sua família, juntamente com o seu pai, sua mãe e seu irmão mais velho, Brizamar. Passa a estudar à noite na Escola Técnica de Comércio Dom José e durante o dia a trabalhar na loja de tecidos do Sr. Manoel Liberato, situada à Praça do Mercado Público, hoje Cel. José Sabóia.

Sr. Gerardo Rangel, proprietário do Parque Royal, magazine que vestia com refinado bom gosto a elite da sociedade sobralense e da Zona Norte do Estado, vendo o desempenho e o zelo profissional do moço Irismar, no comércio de Manoel Liberato, convida-o para integrar o corpo de seus funcionários. Em pouco tempo, Irismar era gerente da referida loja. Crescia no comércio, mas não descuidava dos seus estudos. Chegando apressado do trabalho lá estava ele a caminho da Escola de Comércio para se enriquecer dos conhecimentos transmitidos pelos professores Mariano Rocha, Ribeiro Ramos, Dinorah Tomás Ramos, dentre outros.  Sempre elogiado pelos mestres, concluiu o Curso Técnico formando-se como Contador, época em que já trabalhava na Casa Quirino Rodrigues, sendo responsável pela "escrita" da renomada firma de beneficiamento de ouro e cera de carnaúba.

Casa-se em 25 de dezembro de 1950 com Maria do Carmo Araújo Fontenele (Dª Mimosa), natural do Ipu, que viera estudar, como interna, no Colégio Sant'Ana de Sobral. Dessa união, que se tornou sólida e exemplar, nasceram seis filhos, razão maior da vida de Irismar,  os quais hoje ocupam cargos de destaque em Sobral e em Fortaleza. Pela ordem de chegada: Maria da Conceição de Azevedo Andrade, funcionária pública federal; Vicente Dario Fontenele de Azevedo, cirurgião-dentista; Francisco José Fontenele de Azevedo, médico; José Ricardo Fontenele de Azevedo, farmacêutico bioquímico; José Sérgio Fontenele de Azevedo, engenheiro civil, e Raimundo Irismar de Azevedo Filho, engenheiro civil.

Em 1952, submeteu-se ao concurso do Banco do Brasil, sendo aprovado com destaque. Fixa domicílio com a família, em Iguatu, onde inicia a sua carreira bancária. Lá permaneceu por apenas quatro meses, pois permutou a vaga com um colega de Sobral, voltando para sua terra natal. No BB soube fazer amigos e ser competente funcionário. Ocupou vários cargos de confiança, sendo, por último, chefe da Carteira Agrícola.

Possuidor de brilhante capacidade interpretativa, decifrava com desembaraço as ordens emanadas, por escrito, da Direção Geral do banco e, por muito, foi a pessoa designada pela gerência, para responder as correspondências oficiais. Cativou a clientela dessa casa de crédito, tratando com igual gentileza o pequeno produtor rural, ou latifundiário, o grande empresário da região. Aposentou-se pelo Banco do Brasil,  deixando nessa casa admiradores do homem reto com que conviveram, exemplo de humildade, dedicação e competência.

Aposentado, dedica-se ao trabalho filantrópico, o qual já fazia nas horas vagas, como fiel discípulo de São Vicente de Paula e membro atuante da Congregação Mariana. Também participou do Movimento Familiar Cristão (MFC) e Encontro de Casais com Cristo (ECC), tendo nesses grupos deixado sua marca forte de cidadão que vivia para a família, vibrava com o progresso da sua cidade e contribuía, incansavelmente, para o bem comum, com seu trabalho anônimo de promoção social dos companheiros de jornada.

Da caminhada de seus 62 anos de existência ficou o rastro iluminado de uma vida pautada na Fé, no Amor à Família, ao Trabalho e ao Próximo. Assim foi Raimundo Irismar de Azevedo, um Autêntico Homem de Bem.

(Texto produzido pela Profª. Maria da Conceição de Azevedo Andrade)

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