Raimundo
Irismar Azevedo - Um Homem de bem
"A
vida é a seqüência natural dos momentos que nós construímos ou que nos são
oferecidos pelas circunstâncias diversas que nos acompanham". Recordar
Raimundo Irismar de Azevedo é torná-lo vivo e fazê-lo presente no ontem da
História.
Filho
de Vicente Custódio de Azevedo e Maria da Conceição Parente de Azevedo nasceu
Irismar no dia 29 de setembro de 1926, em Sobral, no Largo das Dores, sendo o
segundo dos oito filhos gerados pelo casal. Desde cedo se manifestou como
menino atencioso e dedicado aos estudos. Fez o curso primário no célebre
Colégio Nosso Senhora da Assunção, dirigido por Dª. Mocinha Rodrigues, pedagoga
renomada e de fino trato social. Muito inteligente, destacou-se nesse
educandário tanto nas matérias curriculares, como na vida artístico-literário.
Em concurso de poesia foi condecorado, várias vezes, pelo bom desempenho.
Os
revezes da vida fizeram com que Irismar aos 14 anos tomasse parte ativa na
batalha pelo sustento de sua família, juntamente com o seu pai, sua mãe e seu
irmão mais velho, Brizamar. Passa a estudar à noite na Escola Técnica de
Comércio Dom José e durante o dia a trabalhar na loja de tecidos do Sr. Manoel
Liberato, situada à Praça do Mercado Público, hoje Cel. José Sabóia.
Sr.
Gerardo Rangel, proprietário do Parque Royal, magazine que vestia com refinado
bom gosto a elite da sociedade sobralense e da Zona Norte do Estado, vendo o
desempenho e o zelo profissional do moço Irismar, no comércio de Manoel
Liberato, convida-o para integrar o corpo de seus funcionários. Em pouco tempo,
Irismar era gerente da referida loja. Crescia no comércio, mas não descuidava
dos seus estudos. Chegando apressado do trabalho lá estava ele a caminho da
Escola de Comércio para se enriquecer dos conhecimentos transmitidos pelos
professores Mariano Rocha, Ribeiro Ramos, Dinorah Tomás Ramos, dentre
outros. Sempre elogiado pelos mestres,
concluiu o Curso Técnico formando-se como Contador, época em que já trabalhava
na Casa Quirino Rodrigues, sendo responsável pela "escrita" da
renomada firma de beneficiamento de ouro e cera de carnaúba.
Casa-se
em 25 de dezembro de 1950 com Maria do Carmo Araújo Fontenele (Dª Mimosa),
natural do Ipu, que viera estudar, como interna, no Colégio Sant'Ana de Sobral.
Dessa união, que se tornou sólida e exemplar, nasceram seis filhos, razão maior
da vida de Irismar, os quais hoje ocupam
cargos de destaque em Sobral e em Fortaleza. Pela ordem de chegada: Maria da
Conceição de Azevedo Andrade, funcionária pública federal; Vicente Dario
Fontenele de Azevedo, cirurgião-dentista; Francisco José Fontenele de Azevedo,
médico; José Ricardo Fontenele de Azevedo, farmacêutico bioquímico; José Sérgio
Fontenele de Azevedo, engenheiro civil, e Raimundo Irismar de Azevedo Filho,
engenheiro civil.
Em
1952, submeteu-se ao concurso do Banco do Brasil, sendo aprovado com destaque.
Fixa domicílio com a família, em Iguatu, onde inicia a sua carreira bancária.
Lá permaneceu por apenas quatro meses, pois permutou a vaga com um colega de
Sobral, voltando para sua terra natal. No BB soube fazer amigos e ser
competente funcionário. Ocupou vários cargos de confiança, sendo, por último,
chefe da Carteira Agrícola.
Possuidor
de brilhante capacidade interpretativa, decifrava com desembaraço as ordens
emanadas, por escrito, da Direção Geral do banco e, por muito, foi a pessoa
designada pela gerência, para responder as correspondências oficiais. Cativou a
clientela dessa casa de crédito, tratando com igual gentileza o pequeno
produtor rural, ou latifundiário, o grande empresário da região. Aposentou-se
pelo Banco do Brasil, deixando nessa
casa admiradores do homem reto com que conviveram, exemplo de humildade,
dedicação e competência.
Aposentado,
dedica-se ao trabalho filantrópico, o qual já fazia nas horas vagas, como fiel
discípulo de São Vicente de Paula e membro atuante da Congregação Mariana.
Também participou do Movimento Familiar Cristão (MFC) e Encontro de Casais com
Cristo (ECC), tendo nesses grupos deixado sua marca forte de cidadão que vivia
para a família, vibrava com o progresso da sua cidade e contribuía,
incansavelmente, para o bem comum, com seu trabalho anônimo de promoção social
dos companheiros de jornada.
Da
caminhada de seus 62 anos de existência ficou o rastro iluminado de uma vida
pautada na Fé, no Amor à Família, ao Trabalho e ao Próximo. Assim foi Raimundo
Irismar de Azevedo, um Autêntico Homem de Bem.
(Texto produzido pela Profª. Maria da
Conceição de Azevedo Andrade)
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