Até o fim da próxima semana, o Instituto Vital
Brazil, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde do estado, deve entregar ao
Ministério da Saúde mais de 6 milhões de cápsulas de rivastigmina, medicamento
usado no tratamento da doença de Alzheimer. O anúncio foi feito hoje (21), Dia
Mundial do Alzheimeir.
Os remédios foram encomendados pelo Ministério da
Saúde, em parceria com setores públicos e privados, para estimular a produção
deles no Brasil e fortalecer o campo da saúde. O Instituto Vital Brazil será o
único laboratório oficial responsável pela produção do medicamento. Segundo a
assessoria do Vital Brazil, o Ministério da Saúde repassou ao instituto R$ 10
milhões em 2011 e mais R$ 70 milhões neste ano para fabricação do remédio. O
governo estadual entrou com R$ 50 milhões.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS)
necessita de cerca de 25 milhões de cápsulas anuais para 6 mil pacientes
cadastrados. Desde junho, o Ministério da Saúde pode atender aos usuários do
SUS com menores custos, sem a necessidade de comprar o medicamento de empresas
particulares. A distribuição ocorre gratuitamente nos polos de atendimento. Em
junho, o instituto já havia entregado 6 milhões de cápsulas.
O diretor industrial do Instituto Vital Brazil,
Jorge Luiz Coelho Mattos, explicou que a rivastigmina está sendo produzida em
quatro concentrações: 1,5 miligrama (mg), 3mg, 4,5mg e 6mg, e será distribuída
para 1,2 milhão de pessoas em todo o país. "Todo o Brasil recebe o
medicamento. Tem estado que recebe mais, tem estado que recebe menos,
dependendo da sua necessidade.”
Ele exemplificou com o Acre e o Rio de Janeiro. No
Acre, serão distribuídas 1.440 cápsulas na concentração de 1,5mg e 900, na
concentração de 4,5mg. O Rio de Janeiro receberá 460 mil cápsulas na
concentração de 1,5mg, 66 mil na de 3mg; 51.600 na de 4,5mg e 90.180 na de 6
mg.
O Alzheimer é uma doença degenerativa ainda
incurável, caracterizada pela perturbação de múltiplas funções cognitivas, como
memória, atenção, aprendizado, cálculo e linguagem, além de acarretar no
comprometimento de outras atividades. Os sintomas são acompanhados por
deterioração do controle emocional, do comportamento social e da motivação.
O neurologista Rafel Zandonadi Brandão, da Santa
Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, disse que, por ser uma doença grave, o
Alzheimer pode tornar o paciente completamente dependente. De acordo com o
médico, é comum a família dos doentes de Alzheimer abdicar de sua vida social
para cuidar do paciente. "Imagina o que é a pessoa ter o pai como figura
máxima, que ensinou tudo na vida e que, em determinado momento, passa a usar
fraldas, que ela é obrigada a trocar, porque ele [o paciente] não tem controle
das funções fisiológicas."
Brandão destacou o alto custo com medicamentos, nos
quais, segundo ele, mesmo com subsídios de laboratórios, o paciente não gasta
menos de R$ 800. "São remédios caros. O tratamento das complicações que o
Alzheimer pode trazer, como pressão alta e diabetes, também é caro."
Situado em Niterói, o Instituto Vital Brazil é uma
empresa de ciência e tecnologia do governo do Rio de Janeiro. É um dos 21
laboratórios oficiais brasileiros e um dos quatro fornecedores de soros contra
o veneno de animais peçonhentos ao Ministério da Saúde. (Ag. Brasil)
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