As vítimas de infarto socorridas
pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) terão mais chances de
sobreviver e ficar sem sequelas, com a inclusão de um novo medicamento nas
ambulâncias do serviço. A portaria que estabelece a inserção do trombolítico
foi assinada nessa segunda-feira (28) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro,
durante o IV Congresso Nacional do SAMU. A estimativa é de que a incorporação
reduza em 17% o número de óbitos por infarto. A portaria também prevê recursos
financeiros para os municípios que aderirem à ação.
O Sistema Único de Saúde (SUS)
registrou, em 2012, 84.157 mortes e 59.510 internações por infarto agudo do
miocárdio. A expectativa é que, com o medicamento, o SAMU possa salvar até
8.368 pessoas por ano.
Com a portaria, o Ministério irá
repassar o recurso para que os municípios realizem a aquisição. O impacto da
demanda no orçamento, tendo em vista os preços de mercado do trombolítico,
seria de até R$ 19,6 milhões. No entanto, a negociação do Ministério da Saúde
com a única farmacêutica fabricante do medicamento permitiu uma redução de até
57%, ou seja, para R$ 8,5 milhões.
“Esse é um ganho importante para
o serviço de urgência porque as doenças do aparelho cardiovascular são as que
mais matam brasileiros hoje. Então, ter esse medicamento disponível representa
a diferença entre a vida e a morte e melhora o prognóstico dos pacientes
infartados que terão uma melhor qualidade de vida e menos sequelas”, enfatizou
o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
O trombolítico estará disponível
nos veículos que dispõem de Suporte Avançado de Vida e que dispõe de
profissional médico capacitado para realização da trombólise. São elas a
Unidade de Suporte Avançado Terrestre (USA), a equipe embarcação e a equipe
aeromédico.
Para ter acesso ao recurso, está
a cargo do município a indicação de leitos de terapia intensiva (UTI tipo II ou
III) e leitos habilitados como Unidade Coronariana, além de referenciar um
estabelecimento habilitado em procedimentos de hemodinâmica. Também deve ser
informado que os profissionais do SAMU da localidade foram especificamente
capacitados para a administração do trombolítico.
Trombolítico - No
infarto, a artéria que irriga o coração fica obstruída. Com isso, o sangue não
consegue levar oxigênio para o coração e o músculo cardíaco entra em necrose
(morre), causando o infarto e podendo ocasionar uma parada cardíaca. O
medicamento trombolítico desfaz a obstrução e a circulação no coração volta a
acontecer, interrompendo o infarto.
Os pacientes poderão ter o
tratamento já na ambulância, uma vez que o trombolítico é de fácil e rápida
administração no veículo – apenas uma ampola é suficiente. Além disso, o uso
precoce do medicamento reduz as chances de o infartado apresentar sequelas como
a insuficiência cardíaca, que obriga o paciente a tomar medicamentos por toda a
vida. Ou seja, além do benefício à população, a medida diminui o valor gasto
com a compra de medicamentos que seriam utilizados em casos com sequelas. (Fonte: Ministério da Saúde)
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