
Segundo o assessor especial para assuntos internacionais do Brasil,
Marco Aurélio Garcia, "não houve sensibilidade por parte do governo da
Indonésia para o pedido de clemência do governo brasileiro". "Em
princípio, a execução (de Archer) deve se dar à meia-noite de domingo, hora de
Jacarta, às 15h no horário de Brasilia", explicou.
De
acordo com Garcia, antes de Widodo atender à presidente, o governo brasileiro
fez uma série de tentativas e chegou a convocar o embaixador da Indonésia ao
Palácio do Planalto para intermediar a conversa entre os dois presidentes.
"Depois de uma série de iniciativas, hoje, pela manhã, às 8h pelo horário
de Brasília, a presidente pode conversar por telefone com o presidente da
Indonésia", disse ele.
Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência
(SIP) disse que Dilma "ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes
cometidos pelos brasileiros. Disse respeitar a soberania da Indonésia e do seu
sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por
razões eminentemente humanitárias".
A presidente também destacou que a legislação
brasileira não comporta a pena de morte "e que seu enfático apelo pessoal
expressava o sentimento da sociedade brasileira". Segundo a SIP, Widodo
disse compreender a preocupação da presidente, mas ressalvou que não poderia
comutar a sentença de Marco Archer, "pois todos os trâmites jurídicos
foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o
devido processo legal".
A
presidente reiterou o lamento à decisão de levar adiante a execução de Archer,
"que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para a
relação bilateral". De acordo com Garcia, a presidente lamentou essa
posição do governo indonésio e reiterou que essa decisão cria, sem dúvida,
sombras nas relações entre os dois países. (Correio Braziliense)
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