“NÃO! FORAM VOCÊS!”
Anteontem deparei-me com uma discussão no Facebook a respeito da
qualidade, ou melhor, da falta de qualidade de muitos dos comunicadores locais.
A questão foi levantada por um assíduo ouvinte de rádio, daqueles que
ziguezagueia diariamente no dial, em busca do melhor para escutar, enfim, homem
de personalidade e cultura invejadas. Associaram-se à preocupação ouvintes e
até alguns comunicadores.
Mais leitura, mais conhecimento do que vai falar, mais respeito ao
nosso vernáculo, mais reciclagem, mais treinamento, mais responsabilidade nas
afirmações, mais respeito ao ouvinte - menos palavrão, mais vigilância das direções e do
sindicato da categoria e melhor qualificação por quem forma radialista, quando
da promoção dos cursos profissionalizantes. Essas foram as ideias e sugestões
mencionadas pelos participantes do debate.
Concordo plenamente com todas elas e até peço permissão para
acrescentar mais duas coisinhas: humildade e independência dos profissionais.
Subserviência de forma nenhuma, principalmente a subserviência política. Infelizmente,
o que ocorre é que muitos tratam políticos não como empregados do povo, mas
como patrões a quem se deve obediência cega. É também lamentável que também
muitos acham que um microfone na mão lhes dá status de deusinhos. Só mesmo na
cabeça deles!
Considero imprescindível que cada um (de nós) seja capaz de
reconhecer as falhas, ter humildade para aceitar e agradecer avaliações
sinceras, para assumir erros e para pedir ajuda a fim de melhorar. Trata-se de
uma virtude extremamente essencial não só ao comunicador, mas a todo ser humano.
Ao escrever semanalmente nesta Coluna as PÉROLAS DO RÁDIO, aqui e
acolá esbarro com alguns desses “pobres necessitados” de mais humildade. Num
dos casos tive de parodiar Picasso.
“NÃO! FORAM
VOCÊS!”. Assim respondeu o pintor espanhol Pablo
Picasso (1881-1973), quando visitado e indagado por oficiais nazistas em 1940, a respeito da
fotografia do quadro Guernica encontrada em seu apartamento em Paris. A obra
mostra, na visão do artista, a
situação em que ficou a cidade de Guernica, após bombardeio pelos aviões da
Luftwaffe de Adolf Hitler.
Perguntaram os militares: “FOI
VOCÊ QUE FEZ ISSO?”
De forma taxativa e sarcasticamente disse Picasso: “NÃO! FORAM VOCÊS!”. Coisa de gênio.
Mesmo em menor número do
que o dos cumprimentos e agradecimentos de companheiros, ouvintes e leitores,
também tomo conhecimento da insatisfação de alguns. Geralmente são autores das
autênticas “obras de arte sonoras”, que aqui se transformam nas Pérolas do
Rádio.
Eu soube, até, que chegam
a fazer beicinho e se melindram bastante. Dois deles chegaram a mim e perguntaram:
“FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO?”,
referindo-se ao tópico da Coluna.
A resposta, idêntica à de Picasso, estava na ponta da língua: “NÃO! FORAM VOCÊS!”. Mas meus amiguinhos
não entenderam. Enfim, quem comete o erro ou deslizes?
Desejo que os colegas saibam que só quero ajudar. E ser ajudado.
Um recado: Àqueles que usaram o Facebook para tentar melhorar
nossa categoria, que continuem. Isso faz bem a nós, tanto como homens/mulhers
como profissionais. E a nós, profissionais, mais humildade e mãos à obra para
dar mais qualidade à nossa comunicação.
Particularmente, e de coração, peço a todos: Quando eu errar, CORRIJAM-ME. Garanto: Serei eternamente grato pelo grande favor.
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Eureka!
Só agora, depois de muito estrebucharem sem nenhum
resultado, vereadores sobralenses saem (vestidos, é claro!) pelas ruas e
emissoras de rádio dando uma de Arquimedes de Siracusa, matemático grego. De
repente, passaram a enxergar os exageros que ocorrem na Câmara Local.
E antes?
Por que somente agora se mostram de pleno acordo com “os
cortes” recomendados pelo Ministério Público? Conclui-se, então, que: se não fosse
esse puxão de orelha a farra com nosso dinheiro continuaria. Que venham outros
puxões! E da população também.
Sem resposta
Um leitor amigo, e mais amigo ainda e
partidário do Prefeito Veveu Arruda, disse ter uma pergunta que me calaria.
Ei-la: Noto você “mal falar” (pouco falar) dos transtornos ocasionados pelas
obras no centro de Sobral. Por quê? A resposta veio sob forma de pergunta.
Mandei: Preferes, então, eu “mal falar” ou “falar mal”? Quem se calou de vez
foi ele.
Contramão
É transitar na Rua Joaquim Ribeiro, no
sentido Mercado - Rodoviária. Só que também está na contramão da realidade
energética brasileira o péssimo hábito de comerciantes, dessa mesma rua,
deixarem dezenas de lâmpadas, abajures e outras luminárias acesas,
desperdiçando energia o dia inteiro.
Blackout (blecaute)
No primeiro caso, o pessoal da Guarda
Municipal dá em cima; no outro, só a perspicácia de alguns clientes. Mesmo
assim, proprietários continuam ignorando o alerta dos clientes, que já começam
a evitar tais estabelecimentos. Se por um lado há risco de blecaute (apagão,
corte) de energia; do outro, pode ocorrer nas vendas.
Vade retro!
É o que bradam muitos bebedores sempre depois da Quarta-feira de Cinzas,
ao iniciar mais um recesso etílico. Para alegria das famílias e tristeza dos
donos de bares essa saudável prática vem se difundido muito. Movidos apenas
pela curiosidade do desafio, têm entrado nessa bebedores sociais e até mesmo
diaristas moderados (Pasmem!). È o bloco dos quaresmeiros.
Descanso
Além de darem um descanso ao fígado, principalmente, muitos também
aproveitam para aparar arestas no lar, equilibrar finanças e desintoxicar o
espírito. E, às vezes, culminando no abandono definitivo do copo.
Porre de
sobriedade
Outros, mesmo sem beber, não conseguem se reconciliar com a
síndrome da abstinência. Transformam-se num “porre” de sobriedade para
familiares e amigos. Massacram a todos com sua impaciência e impertinência,
forçando-os até a concluir que melhor seria sem o recesso alcoólico.
Últimas tentações
Lutar para abandonar o álcool ou, não sendo possível, pelo menos
voltar a ele com menos sede. E mais: sobreviver à aparente lentidão do ponteiro
que parece não querer ultrapassar a meia-noite da Sexta-Feira Santa. Topa o
desafio?
Pérolas do Rádio
Confessou, nesta semana, um locutor de Sobral: “Pra mim, é quase
impossível fazer abistenênça de álcool na Coresma”. Já eu acho que impossível é
esse companheiro pegar (estudar e aprender) num livro de Português. Se o
fizesse, certamente erraria menos e falaria assim: “Pra mim, é difícil fazer
abstinência de álcool na Quarema”.
Até amanhã, no Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950.
Notícias, reportagens, curiosidades, entrevistas e a música de qualidade.
Participe: 3611-1550 // 3611-2496.
LEIA,
CRITIQUE E SUGIRA
www.artemisiodacosta@hotmail.com
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