sábado, 21 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - artemisiodacosta@hotmail.com (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-Ce - 22.02.15)

                                                           “NÃO! FORAM VOCÊS!”

Anteontem deparei-me com uma discussão no Facebook a respeito da qualidade, ou melhor, da falta de qualidade de muitos dos comunicadores locais. A questão foi levantada por um assíduo ouvinte de rádio, daqueles que ziguezagueia diariamente no dial, em busca do melhor para escutar, enfim, homem de personalidade e cultura invejadas. Associaram-se à preocupação ouvintes e até alguns comunicadores.

Mais leitura, mais conhecimento do que vai falar, mais respeito ao nosso vernáculo, mais reciclagem, mais treinamento, mais responsabilidade nas afirmações, mais respeito ao ouvinte - menos palavrão, mais vigilância das direções e do sindicato da categoria e melhor qualificação por quem forma radialista, quando da promoção dos cursos profissionalizantes. Essas foram as ideias e sugestões mencionadas pelos participantes do debate.

Concordo plenamente com todas elas e até peço permissão para acrescentar mais duas coisinhas: humildade e independência dos profissionais. Subserviência de forma nenhuma, principalmente a subserviência política. Infelizmente, o que ocorre é que muitos tratam políticos não como empregados do povo, mas como patrões a quem se deve obediência cega. É também lamentável que também muitos acham que um microfone na mão lhes dá status de deusinhos. Só mesmo na cabeça deles!

Considero imprescindível que cada um (de nós) seja capaz de reconhecer as falhas, ter humildade para aceitar e agradecer avaliações sinceras, para assumir erros e para pedir ajuda a fim de melhorar. Trata-se de uma virtude extremamente essencial não só ao comunicador, mas a todo ser humano.

Ao escrever semanalmente nesta Coluna as PÉROLAS DO RÁDIO, aqui e acolá esbarro com alguns desses “pobres necessitados” de mais humildade. Num dos casos tive de parodiar Picasso.

“NÃO! FORAM VOCÊS!”. Assim respondeu o pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), quando visitado e indagado por oficiais nazistas em 1940, a respeito da fotografia do quadro Guernica encontrada em seu apartamento em Paris. A obra mostra, na visão do artista, a situação em que ficou a cidade de Guernica, após bombardeio pelos aviões da Luftwaffe de Adolf Hitler.
Perguntaram os militares: “FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO?

De forma taxativa e sarcasticamente disse Picasso: “NÃO! FORAM VOCÊS!”. Coisa de gênio.

Mesmo em menor número do que o dos cumprimentos e agradecimentos de companheiros, ouvintes e leitores, também tomo conhecimento da insatisfação de alguns. Geralmente são autores das autênticas “obras de arte sonoras”, que aqui se transformam nas Pérolas do Rádio.

Eu soube, até, que chegam a fazer beicinho e se melindram bastante. Dois deles chegaram a mim e perguntaram: FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO?”, referindo-se ao tópico da Coluna.

A resposta, idêntica à de Picasso, estava na ponta da língua: “NÃO! FORAM VOCÊS!”. Mas meus amiguinhos não entenderam. Enfim, quem comete o erro ou deslizes?

Desejo que os colegas saibam que só quero ajudar. E ser ajudado.

Um recado: Àqueles que usaram o Facebook para tentar melhorar nossa categoria, que continuem. Isso faz bem a nós, tanto como homens/mulhers como profissionais. E a nós, profissionais, mais humildade e mãos à obra para dar mais qualidade à nossa comunicação.

Particularmente, e de coração, peço a todos: Quando eu errar, CORRIJAM-MEGaranto: Serei eternamente grato pelo grande favor.  
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Eureka!
Só agora, depois de muito estrebucharem sem nenhum resultado, vereadores sobralenses saem (vestidos, é claro!) pelas ruas e emissoras de rádio dando uma de Arquimedes de Siracusa, matemático grego. De repente, passaram a enxergar os exageros que ocorrem na Câmara Local.

E antes?
Por que somente agora se mostram de pleno acordo com “os cortes” recomendados pelo Ministério Público? Conclui-se, então, que: se não fosse esse puxão de orelha a farra com nosso dinheiro continuaria. Que venham outros puxões! E da população também.

Sem resposta
Um leitor amigo, e mais amigo ainda e partidário do Prefeito Veveu Arruda, disse ter uma pergunta que me calaria. Ei-la: Noto você “mal falar” (pouco falar) dos transtornos ocasionados pelas obras no centro de Sobral. Por quê? A resposta veio sob forma de pergunta. Mandei: Preferes, então, eu “mal falar” ou “falar mal”? Quem se calou de vez foi ele. 

Contramão
É transitar na Rua Joaquim Ribeiro, no sentido Mercado - Rodoviária. Só que também está na contramão da realidade energética brasileira o péssimo hábito de comerciantes, dessa mesma rua, deixarem dezenas de lâmpadas, abajures e outras luminárias acesas, desperdiçando energia o dia inteiro.

Blackout (blecaute)
No primeiro caso, o pessoal da Guarda Municipal dá em cima; no outro, só a perspicácia de alguns clientes. Mesmo assim, proprietários continuam ignorando o alerta dos clientes, que já começam a evitar tais estabelecimentos. Se por um lado há risco de blecaute (apagão, corte) de energia; do outro, pode ocorrer nas vendas.

Vade retro!
É o que bradam muitos bebedores sempre depois da Quarta-feira de Cinzas, ao iniciar mais um recesso etílico. Para alegria das famílias e tristeza dos donos de bares essa saudável prática vem se difundido muito. Movidos apenas pela curiosidade do desafio, têm entrado nessa bebedores sociais e até mesmo diaristas moderados (Pasmem!). È o bloco dos quaresmeiros.

Descanso
Além de darem um descanso ao fígado, principalmente, muitos também aproveitam para aparar arestas no lar, equilibrar finanças e desintoxicar o espírito. E, às vezes, culminando no abandono definitivo do copo.

Porre de sobriedade
Outros, mesmo sem beber, não conseguem se reconciliar com a síndrome da abstinência. Transformam-se num “porre” de sobriedade para familiares e amigos. Massacram a todos com sua impaciência e impertinência, forçando-os até a concluir que melhor seria sem o recesso alcoólico.

Últimas tentações
Lutar para abandonar o álcool ou, não sendo possível, pelo menos voltar a ele com menos sede. E mais: sobreviver à aparente lentidão do ponteiro que parece não querer ultrapassar a meia-noite da Sexta-Feira Santa. Topa o desafio?

Pérolas do Rádio
Confessou, nesta semana, um locutor de Sobral: “Pra mim, é quase impossível fazer abistenênça de álcool na Coresma”. Já eu acho que impossível é esse companheiro pegar (estudar e aprender) num livro de Português. Se o fizesse, certamente erraria menos e falaria assim: “Pra mim, é difícil fazer abstinência de álcool na Quarema”.

Domingo na Educadora (www.radioeducadora950.com.br)
Até amanhã, no Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950. Notícias, reportagens, curiosidades, entrevistas e a música de qualidade. Participe: 3611-1550 // 3611-2496.

LEIA, CRITIQUE E SUGIRA
www.artemisiodacosta@hotmail.com


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