sexta-feira, 23 de outubro de 2015

CANTINHO DA SAUDADE - Por Thiago Alves - thiagoalvesobral@hotmail.com (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-CE - 24.10.15)

JOSÉ CLEITON CAVALCANTE MEDEIROS
Neste sábado (24), às 19h, será celebrada missa de primeiro aniversário de falecimento de Cleiton Medeiros, que, apesar de não ter nascido nesta terra, adotou-a como seu segundo berço. Tornou-se um apaixonado por Sobral, estudioso dos seus problemas e defensor ferrenho das causas relativas à Princesa do Norte, razão pela qual foi merecedor do Título de Cidadania Sobralense.
 
Nascido em 26 de dezembro de 1944, na localidade de Maniçobinha, em São Luís do Curu (CE), Cleiton Medeiros era filho de Antônia Cavalcante Medeiros e José dos Santos Medeiros. Ainda menino, sua família transferiu-se para Fortaleza, onde permaneceu até seus 18 anos. Na capital cearense concluiu o Segundo Grau completo (atual Ensino Médio) na Escola Fênix Caxeiral. Não chegou a fazer Curso, nem faculdade de Contabilidade, mas tornou-se um excelente prático na área.

Como quase todo nordestino, em fevereiro de 1963 resolveu tentar a sorte em São Paulo, mas lá perdeu excelentes oportunidades de trabalhos em grandes empresas, tais como, Light, DKV Vemag, Phillips, sempre pelo fato de estar em débito com o Serviço Militar. Desiludindo-se da capital paulista, passou a percorrer o Nordeste, atuando como representante comercial em Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina e outras cidades piauienses, além de trabalhar em quase todo o Ceará.

Seu pai, José dos Santos Medeiros, havia sido casado em primeiras núpcias com uma sobralense (Cleiton era da segunda) e também mantinha grande admiração por Dom Expedito Lopes e Dom José Tupinambá da Frota. Isso influenciou muito no amor do filho Cleiton pela cidade, tendo nela se fixado em dia 1º de dezembro de 1966. Durante toda sua existência demonstrou um amor incondicional por Sobral e um imenso seu respeito e admiração por Dom José Tupinambá da Frota.
Cleiton, esposa e filhos
Por aqui Cleiton Medeiros encontrou como segunda família o casal Gersina Ibiapina e Silva e Sebastião Gadelha e Silva, ambos já falecidos, a cujos filhos passou a tratar como irmãos. Seu primeiro trabalho neste município foi com projetos industriais e incentivos fiscais da SUDENE. Morando no extinto Hotel Abílio, recebeu grande apoio de empresários e de vários contadores, principalmente Francisco Ponte Vasconcelos (Chico Ponte) e Carlos Matos.

No dia 07 de junho de 1969¸ em Varjota (CE), Cleiton Medeiros casou-se com Francisca Evanilda Alves Medeiros, filha de Maria da Conceição Quariguasi Alves e  Francisco Alves Pereira (Franco). Evanilda e Cleiton tiveram cinco filhos: Cleinilda, Cleinilton, Cleidnilce, Cleivânia e Clevânia. Destes nasceram mais de uma dezena de netos.

No decorrer de sua vida Cleiton também trabalhou como empresário do ramo de transportadora e extintores de incêndio; prestou serviços por muitos anos à Moageira Serra Grande e, por último, foi administrador e gestor da empresa Auditares Contabilidade, de sua propriedade.

Na área política, foi candidato a vereador em 1976, acompanhando a candidatura a prefeito de Cesário Barreto Lima. Na social, foi membro ativo da Câmara Júnior de Sobral, entre os anos de 1971 a 1985. Nesse clube exerceu várias funções, chegando até a presidência e, pelo seu reconhecido trabalho e empenho, recebeu o título vitalício de Senador JCI (Câmara Júnior Internacional).

Integrou a Comissão dos Festejos do Bicentenário de Sobral-Vila em 1973. Fundou o time de futebol de salão Uberlândia, no ano de 1973, e a Escolinha Francisca Olímpia Brasil da Câmara Júnior de Sobral, em 1984, hoje anexo do Colégio Carlos Jereissati. Fundou também o Clube do Fusca e Automóvel Antigo de Sobral, em 2008.

Como desportista nato, ainda em Fortaleza foi diretor e jogador de vários clubes, o que se repetiu em Sobral, principalmente atuando na direção das equipes. Foi membro do Guarany Sporting Clube, entre 1970 a 1973; Palmeiras Country Clube; Centro Cultural Dom José de Sobral (Cadeira 8) e Associação Amigos do Becco do Cotovelo. Em 1966, teve participação no Intermunicipal daquele ano, atuando com reserva na Seleção de Itapipoca.

Cleiton Medeiros adorava cuidar dos animais de estimação e das plantas. Outros hobbies: participar de programas radiofônicos; escrever crônicas, poesias e causos ouvindo suas musicas antigas; fotografar situações que considerava erradas na cidade. Sempre numa linguagem fácil e respeitosa, seus pronunciamentos e escritos, todos embasados na verdade, muitas vezes eram polêmicos e geravam discussão entre seus ouvintes e leitores.
Cleiton e netos
Cleiton Medeiros era altruísta, gostava muito de ajudar as pessoas, a exemplo do que muito marcou sua vida: a ajuda aos necessitados na seca dos anos de 1982 e 1983, quando trabalhava recebendo doações e distribuindo cestas básicas para os necessitados.

Como reconhecimento ao seu trabalho, em julho de 2006 recebeu o título de Cidadão Sobralense, pleiteado pelo então vereador José Vital Linhares; em junho de 2013 foi homenageado com a comenda Amigo do Becco do Cotovelo, no programa Ivan Frota; em dezembro de 2013 recebeu Troféu Personalidade Classe A de Sobral (Promoção radialista Edival Filho).

Seu amor pelo Becco do Cotovelo era tão grande que chegava a dizer: “Se pudesse, levaria o Becco quando eu morrer, mas como Sobral não pode ficar sem o Becco, que Deus me permita vir visitá-lo”. Escreveu e lançou o livro “Uma Ausência Sempre Presente”, em 1982.

Vale ressaltar seu importante trabalho de conscientização alertando para a prevenção contra o câncer de próstata, o que pôs fim à sua vida. Mas sobre a doença falou até o último momento, sempre de forma corajosa, aberta e publicamente.

José Cleiton Cavalcante Medeiros faleceu em Sobral (CE) a dois meses de completar 70 anos, no dia 24 de outubro de 2014. Acha-se sepultado no Cemitério São José, no centro desta cidade.

UMA PRECE PELA ALMA DE JOSÉ CLEITON CAVALCANTE MEDEIROS



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