“Eu não estou
aqui”
Quem
visita o Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre (RS), depara-se com
a inscrição acima, no túmulo do poeta, tradutor e jornalista gaúcho, Mário de
Miranda Quintana (Alegrete, 1906 – Porto Alegre, 1994).
Conhecido
como o "poeta das coisas simples”, de maneira bem rasteira ele chega a
espantar com seu epitáfio curto e grosso, mas muito profundo. Levanta
questionamento a respeito não do local onde repousa seu corpo, mas onde estará
sua essência, onde estará o verdadeiro Mario Quintana.
Mas
que história é essa de “Eu não estou aqui”?
Para
mim, nisso está embutida mais uma lição do notável alegretense. Com essa
afirmação sobre algo que o visitante nem lhe perguntou, Quintana se antecipa e
remete todos nós a uma discussão ou a uma busca sobre nosso paradeiro depois da
morte: Onde estaremos, então? Onde podem nos encontrar, finalmente? E a
perplexidade diante desse esquisito “Eu não estou aqui” inquieta também os que
somente agora tomam conhecimento das boas-vindas do poeta aos visitantes da sua
tumba.
Particularmente,
com inteligência e senso de compreensão limitados, entendo que a afirmação
quintaniana (“Eu não estou aqui”) nos impulsiona a cairmos na real e a
compreendermos que a morte não nos priva de permanecermos vivos, de estarmos em
muitos lugares, ativos através da lembrança de quem nos conheceu e até de quem
não nos conheceu. Como pode acontecer?
Isso será possível
através do amor a Deus e da prática de suas leis durante nossa passagem na
terra; através das boas ações praticadas; do desapego às coisas terrenas ou
através da nossa palavra ou da nossa escrita (aqui, no caso de Quintana).
Enfim, o que semearmos de bom na terra fará nascer bons frutos. E, é claro, por
também ter sido bem regado aquele local onde repousará nosso corpo, dali mesmo
romperemos as fronteiras da morte terrena e permaneceremos vivos. Assim, com
sobejada razão, a exemplo de Mario Quintana poderemos mandar também inscrever
na nossa sepultura: “Eu não estou aqui”
******
Deus sabe
Depois
de amanhã serão reverenciados todos os Fiéis Defuntos, numa comemoração da
Igreja Católica Apostólica Romana e de praticantes de mais algumas religiões. A
data está oficializada no Brasil como "Dia dos Mortos" ou "Dia
de Finados" pela Lei Nº 9.093, de 12.09.1995.
Muitos visitarão os campos
santos simplesmente para dar satisfação à sociedade; outros, não, talvez por
não se sentirem bem; e outros mais farão apenas uma viagem espiritual sem sair
de onde estiverem. A ausência desses últimos muitas vezes é ignorada e
recriminada por muitos que se farão presentes fisicamente. Mas Deus sabe
distinguir a intenção de cada um.
Dormitórios
Do grego
koimeterion = dormitório; pelo latim coemeterium. A palavra cemitério
etimologicamente significa "lugar onde se dorme". Por ação de
malfeitores, os campos santos vêm perdendo a peculiaridade de locais para
sossego e repouso eterno.
Guardas do Além
E hoje nem túmulo
é mais prisão de segurança máxima, já que o sossego do preso não é garantido.
Em Sobral, vez por outra a imprensa noticia a violação de túmulos e sessões de
macumbaria utilizando cadáveres e outros desrespeitos, além da ação de
marginais assaltando objetos das sepulturas (imagens, coroas, placas etc.).
Talvez seja preciso que os que já estão “do outro lado” formem sua guarda para
proteger seu “dormitório”. Assim, também darão mais segurança aos que ainda
estão do lado de cá.
Memórias do
Alpendre
Contos, crônicas,
poemas, curiosidades e outras coisas mais estão à disposição de quem aprecia
uma boa leitura. Tudo isso reunido num site, que tem a marca Joab Aragão,
bancário aposentado, radialista e escritor. Eu recomendo. Basta clicar
em: http://debaixodoalpendre.com.br/
Dia da Cultura
Quinta-feira
(05.11) será o Dia Nacional da Cultura e da Ciência, instituído pela Lei nº 5.579, de
15.05.1970, assinada pelo Gen. Emílio Garrastazu Médici. A comemoração homenageia
a data de nascimento de Ruy Barbosa de Oliveira, um brasileirinho feioso,
cabeça grande, de 1,58m, 48 quilos, mas que legou aos demais brasileiros e ao
mundo uma das mais belas lições de amor à Pátria e à Cultura.
Imprensa e cultura
Zelar pela língua
pátria, pela fidedignidade dos fatos e pelo repasse da informação correta e com
responsabilidade. Fazer imprensa com base na luta das ideias e não em cima de
bravatas, valentia e do linguajar arrogante. Evitar disseminar a cultura do medo,
da deseducação. Espalhar a cultura da paz, do amor e do conhecimento. E ter
humildade para aceitar críticas e sugestões e coragem para se corrigir. A meu
ver, essas são algumas das regrinhas básicas para quem deseja fazer imprensa
tendo como meta principal o aculturamento do leitor/ouvinte/telespectador.
Responda, se puder
A partir deste de amanhã, meu programa dominical da
Rádio Educadora de Sobral terão inovação: ENQUETES. A cada semana temas atuais
e palpitantes. A primeira, pergunta: “PODEMOS NOS PREPARAR PARA A MORTE?
COMO?” Responda, ligando 3611-1550/ 3611-2496.
Bem e bens
Mesmo a ENQUETE
sendo direcionada para ouvintes, arrisco a dar minha opinião: Para mim, a
preparação para a morte resume-se à preparação para a uma vida digna, para
viver bem - apegando-se à prática do bem, desapegando-se de bens terrenos e
colocando Deus acima de tudo.
Epitafiando
Alguns convidados
a responder “abriram”, justiçando ser um tema difícil, chato e amedrontador,
avaliação que é peculiar à cultura ocidental. Na oriental, a finitude da vida é
encarada com mais naturalidade. Há países em que a meninada não é muito afeita
à bola, mas logo cedo começa a “bolar” seu epitáfio. Mesmo a contragosto, o
jeito é nos acostumar à “fila”. É o mais razoável, já que dela ninguém foge.
Pérolas do Rádio
“O finado foi morto com dois tiros. Aos familiares, meus pesos!”
Esse lamento do repórter também
foi pesado para o nosso sofrido Português. A primeira parte não tem
justificativa (Finado ser morto?!). E a palavra correta é pêsames.
DIGA, PORTANTO, ASSIM: “A vítima foi morta com dois
tiros. Aos familiares, meus pêsames!”
EM TEMPO: Aproveitando o ensejo, felicito os bons
profissionais dessa área, já que hoje (31 de Outubro) comemora-se o Dia do
Repórter Policial.
Até amanhã, no
Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950. Notícias, reportagens,
curiosidades e entrevistas. Tema do Programa: DIA DE FINADOS. Participe: 3611-1550
// 3611-2496 // Facebook: Artemísio da Costa.
LEIA, CRITIQUE,
SUGIRA E DIVULGUE
Nenhum comentário:
Postar um comentário