"Oportunidade
perdida"
No
Brasil, desde 2006, o Dia dos Radialistas é comemorado em 07 de novembro, numa
homenagem a Ary Barroso (foto). São profissionais que, junto aos que fazem
jornal, televisão e as novas mídias (internet) são os principais agentes na
famosa sentença “A imprensa é o quarto poder”, cunhada pelo advogado, filósofo e político anglo-irlandês, Edmund
Burke (1729 – 1797).
A
ação desses trabalhadores da voz - quer voltada para o bem, quer para o mal - vem
justificando a frase no decorrer da história. Basta observar a influência desse
poder no sucesso ou no fracasso de projetos, na ascensão ou queda de
governantes ou simplesmente na facilidade com que um episódio divulgado pode
ganhar notoriedade ou cair no ostracismo. O dito de Burke justifica-se também
pela forma com que uma pessoa deixa de ser um desconhecido qualquer e alcança
rapidamente a fama. Vale salientar que o inverso também pode acontecer com a
mesma facilidade. Vai depender de como o caso for trabalhada pela imprensa.
Quando
ao mau uso do microfone, o grande comunicador brasileiro Hélio Ribeiro
(1935-2000), cujo nome oficial é José Magnoli, pregava que “O Rádio é a maior
oportunidade perdida de melhorar o mundo”.
Não
obstante a grande maioria dos profissionais se norteie por essa filosofia,
procurando fazer do rádio um instrumento para educar, questionar, buscar o bem
da sociedade e entreter, infelizmente há a parcela que se afasta dessa
filosofia como o diabo foge da cruz.
Mas
muito da “oportunidade perdida” de que fala Hélio Ribeiro ainda pode ser
evitado. Em primeiro lugar, que no País haja
mais critério e rigor na concessão das emissoras e na consequente fiscalização.
Isso evitaria que elas caíssem em mãos indevidas (de políticos, principalmente,
com raras exceções), como ocorre hoje. Mais profissionalismo: que os profissionais
sejam realmente vocacionados para a salutar comunicação; que busquem a verdade
através da pesquisa e do estudo, que evitem a terminologia desrespeitosa
(palavrão) e imprimam mais respeito ao nosso Vernáculo; que não façam do ouvinte depósito para seus problemas, suas queixas e revoltas; que
fujam do “achismo” e da parcialidade. Com as devidas exceções, é claro, que o profissional procure respeitar a si e à categoria, procedendo de forma honesta, em favor do que é correto, da verdade, sem tendencionismo político. Assim, estará protegido de ceder à oferta das rações financeiras ou dos "favores" de quem só visa arrastá-lo para debaixo do seu jugo, para depois usá-lo como quiser.
No quesito gestão, que as emissoras deixem de ter como foco principal apenas o lucro, deixando para segundo plano a boa programação. Lamentavelmente essa sede de lucro abre portas para o ingresso do profissional sem qualidades morais e intelectuais, que, respaldados no pagamento do horário, acham que pode fazer o que bem entender e quiser.
No quesito gestão, que as emissoras deixem de ter como foco principal apenas o lucro, deixando para segundo plano a boa programação. Lamentavelmente essa sede de lucro abre portas para o ingresso do profissional sem qualidades morais e intelectuais, que, respaldados no pagamento do horário, acham que pode fazer o que bem entender e quiser.
Nesse
questionamento, nota-se que os órgãos que formam profissionais (radialistas) continuam
falhando na qualificação dos futuros comunicadores e as empresas continuam evitando
investir em mais treinamento e acompanhamento profissional. Por outro lado,
considero que se torna imprescindível mais consciência de quem usa a fala:
ninguém é dono da verdade, mas sujeito a erros e acertos; que não haja qualquer
subserviência e nem arrogância; microfone não é arma para intimidar, mas
instrumento para formar e orientar cidadãos e para por eles trabalhar. Que tal
os profissionais mais exaltados exercitarem mais a humildade para pedir
desculpas quando errar, para aceitar naturalmente sugestões e críticas? Por
fim, que sejam praticadas mais observância e exigência dos radiouvintes quanto
ao quesito qualidade do profissional e quanto à programação que está recebendo.
Esses são apenas alguns pontos a serem observados por quem deseja oferecer a boa
comunicação.
E
se por um lado há uma corrente que não pensa assim, por outro ainda existem os obedecem à
risca, que fazem
imprensa com muita responsabilidade, prudência, inteligência e criatividade.
Esses, sim, merecem todo o apoio dos companheiros que comungam com essa
filosofia de bem comunicar e, mais ainda, merecem o apoio total da sociedade. Enfim, ela é quem vai receber o produto final.
E que esse seja da melhor qualidade.
Para
tanto, que nos apeguemos a essa mesma linha de pensamento, que falemos essa
mesma língua. Pois, segundo o inglês David
Ogilvy (1911-1999), Pai da Publicidade e fundador da Ogilvy & Mather, "Comunicação
não é o que você diz, é o que os outros entendem". Só assim estaremos em sintonia
com o ouvinte qualificado e fazendo a comunicação de que tanto necessitamos.
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Pérolas do Rádio
Já que no Brasil comemoramos hoje (07/11)
nossa data, parabéns aos colegas que fazem uso responsável e correto do
microfone. As datas que fazem alusão ao Rádio e ao Radialista têm feito colegas
produzirem algumas pérolas sobre sua origem. Ei-las, abaixo, o correto:
1º) 21 DE SETEMBRO - Dia Internacional do Rádio
e do Radialista. Trata-se da data em que Orson Welles, em 1930, fez a sua
histórica transmissão da adaptação de "A Guerra dos Mundos", baseado
no romance do inglês H.G. Wells, no programa Teatro Mercúrio no Ar, em Londres,
Inglaterra.
25 DE SETEMBRO - Dia Nacional da Radiodifusão - Data de nascimento de Edgard
Roquette Pinto (1884-1954), fundador da primeira emissora de radiodifusão do
Brasil, a Sociedade no Rio de Janeiro.
7 DE NOVEMBRO - Dia oficial do Radialista no Brasil, recentemente
criada. Data natalícia do compositor, músico, político e
radialista Ary Barroso. O novo Dia Nacional do Radialista, antes comemorado em
21.09, nasceu do projeto do advogado, radialista e deputado João Sandes Junior
(PP-GO), que culminou na lei 11.327, de 24.07.2006, conforme Diário oficial da
União de 25.07.06. Ary Evangelista de Resende Barroso nasceu a 7 de novembro de
1903, em Ubá (MG), e faleceu no dia 9 de fevereiro de 1964 (domingo de
carnaval), no Rio de Janeiro, RJ.
DOMINGO NA EDUCADORA (http://www.radioeducadora950.com.br/)
Amanhã
a Emissora estará transmitindo todas as solenidades comemorativas do Centenário
da Diocese de Sobral. Por esse motivo, não será apresentado o Programa
Artemísio da Costa, que normalmente vai ao ar aos domingos, das 10h ao
meio-dia. Até a próxima semana!
LEIA, CRITIQUE, SUGIRA E DIVULGUE
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