sábado, 20 de fevereiro de 2016

CANTINHO DA SAUDADE - Por Thiago Alves - thiagoalvesobral@hotmail.com (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-CE - 21.02.16)

MANUEL TABAJARA MELO
Este notável cidadão nasceu em Ipu (CE) no dia 16 de abril de 1877, sendo seus pais Ana Gonçalves Melo e Francisco Ribeiro de Melo (Major). No início dos anos 1950 optou por tentar ganhar a vida em Sobral. Nesta cidade passou a trabalhar, constituiu e educou sua família, teve ativa participação em entidades ligadas à Igreja Católica e fez história na área da indústria deste município. Vale ressaltar que, como industrial, legou a seus descendentes o embrião da Del-Rio, atualmente uma das empresas mais sólidas e em constante crescimento da região, levando muito longe o nome de Sobral.

Ainda criança, com os pais e mais cinco irmãos, Manuel Tabajara se transferiu para Ipueiras. Os irmãos se casaram, exceto Manuel. Lá deixou a namorada, Josefa de Araújo Melo, sua prima, filha de Sofia Araújo Lopes e José Araújo Lopes. Em seguida, partiu para o Rio de Janeiro, em agosto de 1899, onde residia um de suas irmãs.

Regressou em 1906 a Ipueiras, casando-se a 2 de setembro do mesmo ano com Josefa, que carinhosamente era tratada por Mosa.  Dessa união nasceram treze filhos, tendo falecido sete ainda crianças e sobrevivido seis: José Potiguara, Francisco Tupinambá (padre), Maria do Carmo, Aloísio, Euclides e Aracy (freira). Atualmente todos são falecidos.

Um mês após o casamento (5 de outubro), transferiu-se de Ipueiras para Crateús, onde pouco demorou. Aconselhado por amigos mudou-se para São Miguel do Tapuio no Piauí. Lá, durante nove anos exerceu um trabalho notável de pioneirismo. Teria enriquecido, não fora o seu desprendimento.

Voltou a Crateús em plena seca de 1915. Procurou a serra, São Benedito, onde morava uma irmã. Ali morreu uma filha, ainda na infância. Retornou a Crateús. Fim de seca, estabeleceu-se com uma loja de tecidos.

Uma nova seca se sucedeu em 1919. Sua atividade comercial sofreu um decréscimo. De início, um pequeno armazém, depois uma indústria de bebidas e vinagres. Frise-se que a fabricação de bebidas alcoólicas não era de seu agrado.

Oito anos depois, a 24 de abril de 1927, morreu a companheira inseparável e que lhe dera 13 filhos. Após sua morte, a 2 de agosto do mesmo ano, deixou Crateús e se estabeleceu em Sobral com a sua Fábrica de Bebidas.
A 7 de setembro de 1929 casou-se em segundas núpcias com Margarida Páscoa Madeira, filha de Antônia Páscoa Madeira e Luiz Gonzaga Madeira. Desse casamento nasceram nove filhos, tendo um falecido com poucos meses de vida, sendo os demais: Antônio Melo, Raimundo (falecido), Maria do Socorro, Paulo Melo (falecido), Antonino Melo, José Luiz Melo, Luiz Gonzaga (falecido), Francisco de Assis (falecido).

Em 1932 adquiriu uma máquina para fabricação de refrigerantes, tendo sido pioneiro na fabricação de guaraná em Sobral, produto esse que demoraria a se tornar hábito na vida do sobralense.

Por reclames da consciência e por não poder subsistir só com a fabricação de guaraná, resolveu vender a Fábrica, passando a viver de outras atividades. Financeiramente foi um período de muitas dificuldades.

Em vida, Manuel Tabajara Melo pertenceu entre outras, à Sociedade São Vicente de Paulo, Ordem Terceira Franciscana, Irmandade do Santíssimo Sacramento e foi membro da associação Comercial de Crateús. Dizia sempre que “pensava em não custar tanto a morrer e que sentia saudade de seus familiares, de sua Conferência Vicentina e de seus pobres”.

Manuel Tabajara Melo faleceu a 21 de janeiro de 1953, quando ia completar 76 anos de idade. Ao morrer deixou 14 filhos vivos e 17 netos. Acha-se sepultado no Cemitério São José desta cidade. Seu nome é lembrado no Edifício Manuel Tabajara Melo, localizado na Rua Afonso Magalhães, bairro Derby Club Sobral (CE).

UMA PRECE PELA ALMA DE MANUEL TABAJARA MELO


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