MANUEL TABAJARA MELO
Este notável cidadão
nasceu em Ipu (CE) no dia 16 de abril de 1877, sendo seus pais Ana Gonçalves
Melo e Francisco Ribeiro de Melo (Major). No início dos anos 1950 optou por
tentar ganhar a vida em Sobral. Nesta cidade passou a trabalhar, constituiu e educou
sua família, teve ativa participação em entidades ligadas à Igreja Católica e
fez história na área da indústria deste município. Vale ressaltar que, como
industrial, legou a seus descendentes o embrião da Del-Rio, atualmente uma das
empresas mais sólidas e em constante crescimento da região, levando muito longe
o nome de Sobral.
Ainda criança, com
os pais e mais cinco irmãos, Manuel Tabajara se transferiu para Ipueiras. Os
irmãos se casaram, exceto Manuel. Lá deixou a namorada, Josefa de Araújo Melo,
sua prima, filha de Sofia Araújo Lopes e José Araújo Lopes. Em seguida, partiu
para o Rio de Janeiro, em agosto de 1899, onde residia um de suas irmãs.
Regressou em 1906 a
Ipueiras, casando-se a 2 de setembro do mesmo ano com Josefa, que
carinhosamente era tratada por Mosa. Dessa união nasceram treze filhos, tendo
falecido sete ainda crianças e sobrevivido seis: José Potiguara, Francisco
Tupinambá (padre), Maria do Carmo, Aloísio, Euclides e Aracy (freira).
Atualmente todos são falecidos.
Um mês após o
casamento (5 de outubro), transferiu-se de Ipueiras para Crateús, onde pouco
demorou. Aconselhado por amigos mudou-se para São Miguel do Tapuio no Piauí. Lá,
durante nove anos exerceu um trabalho notável de pioneirismo. Teria
enriquecido, não fora o seu desprendimento.
Voltou a Crateús em
plena seca de 1915. Procurou a serra, São Benedito, onde morava uma irmã. Ali
morreu uma filha, ainda na infância. Retornou a Crateús. Fim de seca,
estabeleceu-se com uma loja de tecidos.
Uma nova seca se
sucedeu em 1919. Sua atividade comercial sofreu um decréscimo. De início, um
pequeno armazém, depois uma indústria de bebidas e vinagres. Frise-se que a
fabricação de bebidas alcoólicas não era de seu agrado.
Oito anos depois, a
24 de abril de 1927, morreu a companheira inseparável e que lhe dera 13 filhos.
Após sua morte, a 2 de agosto do mesmo ano, deixou Crateús e se estabeleceu em
Sobral com a sua Fábrica de Bebidas.
A 7 de setembro de
1929 casou-se em segundas núpcias com Margarida Páscoa Madeira, filha de
Antônia Páscoa Madeira e Luiz Gonzaga Madeira. Desse casamento nasceram nove
filhos, tendo um falecido com poucos meses de vida, sendo os demais: Antônio
Melo, Raimundo (falecido), Maria do Socorro, Paulo Melo (falecido), Antonino
Melo, José Luiz Melo, Luiz Gonzaga (falecido), Francisco de Assis (falecido).
Em 1932 adquiriu uma
máquina para fabricação de refrigerantes, tendo sido pioneiro na fabricação de
guaraná em Sobral, produto esse que demoraria a se tornar hábito na vida do
sobralense.
Por reclames da
consciência e por não poder subsistir só com a fabricação de guaraná, resolveu
vender a Fábrica, passando a viver de outras atividades. Financeiramente foi um
período de muitas dificuldades.
Em vida, Manuel
Tabajara Melo pertenceu entre outras, à Sociedade São Vicente de Paulo, Ordem
Terceira Franciscana, Irmandade do Santíssimo Sacramento e foi membro da
associação Comercial de Crateús. Dizia sempre que “pensava em não custar tanto
a morrer e que sentia saudade de seus familiares, de sua Conferência Vicentina
e de seus pobres”.
Manuel Tabajara Melo faleceu a 21 de janeiro de 1953,
quando ia completar 76 anos de idade. Ao morrer deixou 14 filhos vivos e 17
netos. Acha-se sepultado no Cemitério São José desta cidade. Seu nome é
lembrado no Edifício Manuel Tabajara Melo, localizado na Rua Afonso Magalhães,
bairro Derby Club Sobral (CE).
“UMA PRECE PELA ALMA DE MANUEL TABAJARA MELO”
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