A
OLHOS VISTOS
É tradicional o emprego da expressão “a
olhos vistos” no sentido de claramente, visivelmente, em referência a nomes
femininos ou masculinos: (...) “Padecia calada e definhava a olhos vistos” (M.
Assis).
TODO
O EDIFÍCIO SERÁ PINTADO / TODO EDIFÍCIO ERA PINTADO (QUAL A DIFERENÇA?)
“Todo”, no singular e junto de artigo,
significa inteiro, total: Todo o edifício será pintado (= o edifício inteiro
será pintado); Toda a casa está iluminada (= a casa inteira está iluminada). Sem
o artigo, “todo” é tomado na acepção de cada um, qualquer: Todo edifício será
pintado (= cada um dos edifícios será pintado); Toda casa será iluminada (=
todas as casas serão iluminadas); Toda alegria pura vem do amor, e todo o amor
inclui o sofrimento (Guerra Junqueiro).
Em se tratando de nomes próprios
geográficos, o artigo só aparece quando esse nome o admitir obrigatoriamente. Vejamos
exemplos: Todo o Brasil comemorou a conquista do pentacampeonato mundial
(Porque dizemos: O Brasil comemorou a conquista do penta campeonato mundial); Toda
a Alemanha festejou a conquista da Copa do Mundo (Porque dizemos: A Alemanha
festejou a conquista da Copa do Mundo); Toda a França voltou conscientemente (Porque
dizemos: A França voltou conscientemente).
No entanto, sem o artigo: Todo Portugal
esperava tal desfecho (Porque dizemos: Portugal esperava tal desfecho); Todo
Luxemburgo acompanhou o desenrolar dos acontecimentos (Porque dizemos:
Luxemburgo acompanhou o desenrolar dos acontecimentos).
No plural, “todos” deve sempre estar
acompanhado de artigo, exceto quando se lhe seguem pronomes: Todos os
brasileiros comemoraram a conquista (Porque sempre dizemos: Os brasileiros
comemoraram a conquista); Todas as pessoas aplaudiram a decisão do presidente (Porque
sempre dizemos: As pessoas aplaudiram a decisão do presidente).
Seguido de numeral, “todos” somente
aceita artigo quando houver substantivo expresso. Assim, por exemplo: Todos os
três relógios da casa não funcionavam; Todas as cinco meninas saíram chorando.
Observe: Não vindo expresso o substantivo, dispensa-se o
artigo: Encontrei casualmente na rua Paulo, Renata e Fernando. Todos três são
velhos e bons amigos; Havia muito tempo que o pai não via as filhas. Quando as
viu, beijou a todas.
Por outro lado, não se usa “todos dois”,
expressão que se substitui com vantagem pelo nome “ambos”: Encontrei
casualmente na rua Paulo e Fernando. Ambos são velhos e bons amigos (e não: Encontrei
casualmente na rua Paulo e Fernando. Todos dois são velhos e bons amigos); Havia
muito tempo que o pai não via as filhas. Quando as viu, beijou ambas (e não: Havia
muito tempo que o pai não via as filhas. Quando as viu, beijou “a todas duas”).
Observação: Não querendo usar o termo ambas, ambos, empregue “as
duas”.
DADO
E VISTO
Usados adjetivamente, concordam em
gênero e número com o substantivo determinado. Ex.: Dadas (vistas) as
circunstâncias, foram-se embora.
(*) Professor Antônio da Costa é
graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e
Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, servidor
do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral. Escreve esta Coluna toda
terça-feira. Contatos: (088) 9409-9922 e (088) 9762-2542.
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