sexta-feira, 11 de agosto de 2017

DE OLHO NA LÍNGUA - Prof. Antônio da Costa (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-CE - Sábado - 12.08.17)

Escrever (Regência verbal)
O verbo escrever pede a regência “a” e não “para”. Escreve se alguém e não para alguém. Exs.: Escrevi a meu irmão; Amanhã, escreverei a meu procurador. Observe-se, entretanto, que a preposição “para” se justifica nos casos seguintes: 

1) quando se emprega o verbo no sentido de escrever para algum lugar: Paulo escreveu para Paris; 

2) quando se escreve uma obra para uso especial de determinada pessoa: Fenelon escreveu o Telêmaco para o Delfim.

Escutar/ouvir (Qual a diferença?)
Não confunda escutar com ouvir. Escutar é prestar atenção para ouvir. Quando estamos conversando com uma pessoa, e percebemos que ela não está prestando atenção, dizemos: Escuta, Fulana! Isto é: presta atenção ao que estou dizendo.
Ouvir é possuir o dom da audição. Por exemplo: Estou escutando (isto é: estou prestando atenção ao que o senhor está dizendo), mas não estou ouvindo (a voz não chega até mim devido ao barulho).

Auscultar
É comum ouvir-se empregar o verbo escutar por auscultar. Escutar quer dizer dar atenção. Auscultar significa aplicar o ouvido ao peito, às costas, etc., para averiguar os ruídos que se produzem dentro do organismo. Ex.: Escute o que estou dizendo; O médico auscultou atentamente doente.

Avôs (Plural)
O plural com “ó” (aberto) significa o avô e a avó e, ainda, os antepassados.  Avôs, com “ô” fechado é o plural de avô paterno e avó materno tomado separadamente.

Barato
Não confunda barato (adjetivo) com barato (advérbio). Exs.: Eis aqui uma obra barata (adj.); Vendi barata esta obra (adv.).

Certificar (Regência verbal)
Este verbo, com sentido de tornar ciente, convencer da verdade, pede objeto indireto. Ex.: Certifico-o de que deve comparecer. Com o sentido de atestar é transitório: O delegado certificou o estado de pobreza do réu. Com sentido de convencer-se é pronominal: Ele certificou-se da injustiça de que foi vítima.

Chamar (Regência verbal)
Este verbo admite três regências: Chamei-o vadio; Chamei-o de vadio; Chamei-lhe vadio A última é a preferível.

Chegar (Regência verbal)

Este verbo deve ser regido pela preposição “a”. Exs.: O automóvel chegou à barreira (e não: na barreira); Chegando à estação embarque imediatamente (e não: chegando na estação); Ela chegou tarde ao teatro (e não: no teatro); Ontem o avião chegou tarde a São Paulo (e não: em São Paulo).


Cleopatra (Pronúncia)
Palavra proparoxítona, a pronúncia etimológica, todavia, deveria ser Cleopatra (pá). A esse fenômeno de transposição do acento, os gramáticos chamam de hiperbibasmo.

Conheço todos eles
Diga-se: Conheço-os todos. Ocupando “eles” o lugar do objeto direto, deverá ser substituído pelo caso o objetivo que é “os”. Obs.: Caso objetivo (Latim) é o mesmo que objeto direto (em Português).


(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral. Contatos: (088) 9762-2542.





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