Diz-se
de brasileiro “de quatro costados”, português “de quatro costados”, espanhol “de
quatro costados” (ou de pessoas de quaisquer nacionalidades), quando a
ascendência delas não tem mescla de sangue estrangeiro. Isto é, quando são
membros de famílias tradicionais da terra ou nacionalidades a que pertençam.
Considera-se
brasileiro de quatro costados os que em São Paulo se declaram paulistas de
quatrocentos anos. Esta é uma expressão usada como reação aos filhos de
imigrantes que, pela inteligência, atividade e poder econômico, passaram a
dominar a sociedade local, assim como a produção industrial e agrícola e os
negócios bancários.
Costado
é vocábulo de emprego usual no estudo de genealogia (estudo da origem das
famílias; estirpe; linhagem; procedência. Abreviatura: geneal.), oriundo da
palavra francesa “coté”, que significa raça, estirpe, linhagem, família,
ascendência. Os “quatre cotés”, ou quatro costados, são as famílias do lado
materno e do lado paterno da pessoa a que se alude.
Meteorologia (Grafia
e pronúncia)
É
muito comum, inclusive, em publicações (ir) responsáveis, o erro que se comete
na grafia e pronúncia da palavra meteorologia e das derivadas meteorológico e
meteorologista. A palavra é formada de meteoro+logia = estudo, tratado.
Portanto, deu me-te-o-ro-lo-gia.
Lhe / lhes etc.
É
muito comum empregar “lhe”. “lhes” etc. em lugar de “o”, ‘a”, “os”, “as” etc.
Exs.: Sempre lhe amei; Não lhe conheço; Vim aqui para lhe abraçar. Mas o correto,
nesse caso (em que o verbo é transitivo) é dizer: Sempre o amei; Não os conheço;
Vim aqui para o abraçar.
Justificar (Emprego
inadequado)
Justificar
vem sendo usado incorretamente significando “fazer justiça”, “reparar” uma
injustiça. Modernamente, o significado correto e exclusivo de justificar é
punir com a morte ou com o suplício. A confusão origina-se provavelmente da
consideração de oposição entre justiçar e injustiçar (embora nem exista o verbo
injustiçar).
Hora (Emprego e uso)
Quando
as expressões de tempo são determinadas (isto é, quando marcam um momento),
exigem o artigo. Diga-se, portanto: Antes do meio-dia (e não: Antes de meio-dia);
Depois da meia-noite (e não: Depois de meia-noite); Antes das quatro horas (e
não: Antes de quatro horas); Vi o filme na sessão das quatro horas (e não: Vi o
filme na sessão de quatro horas).
Usa-se
a preposição “de” quando se trata de duração, decurso: Trovejou ao longo de duas
horas: A duração da aula prática é de três horas.
Eis
um exemplo em que figuram as duas formas: Às duas horas começaram a chegar os
convidados e, em menos de uma hora, a casa estava cheia.
Haja vista
A
expressão “haja vista” é invariável no Português contemporâneo. Está consagrada
como sinônimo de “por exemplo, veja”. Exs.: Haja vista (por exemplo, veja) o
Brasil, que se vai recuperando da crise econômica; Haja vista (veja, por
exemplo) as proporções do nosso crescimento populacional.
Finalmente, há a
forma “haja vista a” (Haja vista a estes magníficos exemplos). E, ainda, há
quem faça concordância do verbo haver com o elemento que vem depois de “vista”:
Hajam vistas as dimensões do Brasil. Mas, repita-se: a mais usada é a forma
invariável “haja vista”.
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