Desde 2012 a organização
Transparência Internacional divulga anualmente o IPC (Índice de Percepção da Corrupção), que é uma radiografia
da corrupção que campeia diversos países. A escala utiliza a contagem de 0 a
100, ou seja: 0 é a nota do país considerado altamente
corrupto; 100, a do muito íntegro. E, mais
uma vez, a situação do Brasil piorou.
Vamos, então, aos números: Em 2017, quando
foram avaliados 180 países, o Brasil ficou em 96º lugar com 37 pontos. Em 2018 ocorreu
a terceira queda anual seguida: o Brasil só obteve 35 pontos e agora a ocupa o
105º lugar, sendo esta a pior colocação desde a implantação da pesquisa.
Dessa forma, o Brasil fica atrás de países como Índia (posição 78), Colômbia e
Filipinas (ambos na posição 99). E fica na frente de Haiti (posição 161),
Iraque, Venezuela (ambos na posição 168) e Coréia do Norte (posição 176). Essa queda deve-se, sobretudo, ao aperto das investigações da
Lava jato e de outras operação, que trouxa à tona maior número de falcatruas. Assim
sendo, em termos de corrupção no Brasil, muita coisa ainda tem de ser descoberta, esclarecida
e seus responsáveis postos na cadeia, depois, é claro, do devido ressarcimento
dos prejuízos causados.
Invariavelmente, quanto me deparo com alguém discutindo as
causas e o que fazer com tanta corrupção no País, insisto na opinião de que a
maioria dos brasileiros continua tentando enganar a si mesmo. Continua tentando
isentar-se de parte da culpa desse mar de lama em que imergiu o País. E fazer
um profundo e sincero “mea culpa” seria muito oportuno e producente.
É claro que a classe política é a responsável pelos maiores mais
abrangentes prejuízos. Enfim, é ela (a classe política) quem cuida da
administração e quem vota as leis do país. Mas quem os colocou e coloca no
poder? Quem ainda não se habituou a acompanhar o trabalho deles?
Agora, avalio que imputar toda a culpa da corrupção somente aos
políticos é o mesmo que visualizar o problema com óculos vencidos, de forma
parcial e até egoísta? E as outras categorias? E os corruptos que consciente ou
inconscientemente criamos no dia a dia? Dizer o quê?
A meu ver, praticamente
todos contribuímos para o avanço da corrupção. Tornamo-nos corruptores toda vez
que induzimos alguém a pequenos delitos, mentirinhas ou pedindo/exigindo que
alguém “feche os olhos” diante de nossos erros. E isso ocorre frequentemente
dentro de milhões de lares, quando filhos, inclusive menores, ou pessoas do
convívio, são induzidos e até obrigados a praticar ilícitos.
E o que dizer do silêncio de milhões diante de atos de
corrupção, governamental ou não? Refiro-me àqueles que se calam por opção ou,
muitas vezes, em troca alguma vantagem, como um empreguinho, um perdão de
dívida ou uns míseros reais. Pode-se, então, fazer alguma coisa e não somente
esperar pela ação da justiça e da polícia? O que fazer antes que o povo comece
a fazer justiça com as próprias mãos? Creio que todos podem e devem fazer sua
parte.
Por um lado, procurar impedir o surgimento de corruptores e corruptos
dentro dos lares, evitando induzir inocentes a ações nada “inocentes”. Se essas
já ocorreram, buscar corrigir seu fato gerador e não aceitar que seus agentes continuem
sem punição, como se nada tivesse acontecido. Por outro, jamais calar e
denunciar com responsabilidade; exigir providências imediatas e também cobrar
insistentemente a criação de leis mais rigorosas, e que sejam fielmente
cumpridas, uma vez que a condescendência da atual legislação é de levantar
suspeita. Infelizmente, só aqui e acolá pune como deveria. E mais: de forma tão
branda que chega até a estimular a reincidência ou o surgimento de novos
corruptos.
Também se faz imprescindível uma plena conscientização da
população quanto a seus direitos e deveres. Depois, exigir a coparticipação de
toda sociedade na confecção das leis, eliminando o monopólio dos políticos que
cuidadosamente as criam visando beneficiar primeiramente a eles próprios,
resguardando direitos e brechas. Só depois disso é que vão cuidar da lei como
instrumento para trazer benefícios para a população.
Por último, que a população insista em fiscalizar mais o
cumprimento efetivo das leis, a fim de que punam corruptos não apenas com prisões,
mas também que exijam o ressarcimento pecuniário (em dinheiro) e moral (se for
o caso) de todo o prejuízo que corruptos causarem. Quem sabe, passe a servir de
exemplo.
Ah! Quanto à pergunta do cabeçalho (Corruptos e
corruptores: Serei mais um?), deixemos a resposta por
conta da consciência de cada leitor. Lembrete: No íntimo de cada um de nós ela
sempre emite seu sinal de alerta.
Portanto, procure escutar ao máximo sua consciência e lhe
obedecer sempre, pois ela também cansa. Quando não é atendida, ela cansa. Quando
cansa, cala-se. E, calando-se, a corrupção e toda espécie de pecado passam a
ser normal para aquele indivíduo.
Aí, meu amigo, é mais um corrupto na praça.
Pense nisso!
DOMINGO NA
EDUCADORA DE SOBRAL-CE
Neste
domingo (27), no Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950. Notícias,
reportagens, curiosidades, música de boa qualidade. Entrevista com as
servidoras do SEC/Sobral Terezinha Nascimento, Supervisora de Lazer, e Lídia
Marques, Instrutora de Yoga. Participe 3611-1550 // 3611-2496 // WhatsApp (88)
99618-9555 // Facebook: Artemísio da Costa.
LEIA, CRITIQUE, SUGIRA E DIVULGUE
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