![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiscOvCEJfqGaaO1hjDh0zL8jMaxl4u-69eNY9492IV_-SKhW-F7fJ0gIdP7qh5QtF9K4IX-Xofz8a2vlLEGzJPyXLCP9tkfuCCxnbJTNwSzyX2FKr4eSjn4XBnJpx_u8qh8p7qWPn0ora4/s200/Seminario+de+Sobral+decada+de+60..jpg)
Junto-me, com satisfação, ao grupo de(ex-)
seminaristas que se propuseram a preservar a memória do histórico e sempre louvado
Seminário São José, criado por Dom José Tupinambá da Frota.
Externei minha preocupação acerca de possível
repetição de fatos. Assim, tentarei enfocar, de forma breve, à guisa de
recordação, alguns desses acontecimentos, que são do conhecimento comum a
todos, ou pelo menos, dos seminaristas do meu tempo; por exemplo: levantar-se
rezando o TE DEUM e, à noite, ao deitar-se, o MISERERE; sair da classe em
disparada, sem qualquer freio ou impedimento, como um estouro da boiada, ao som
de dois toques na sineta; manter o silêncio, nas caminhadas, em fila indiana,
do dormitório à capela, ou desta, para o refeitório, ou, ainda, nas visitas à
Sé, ou ao Sr. Bispo, em palácio; participar dos jogos de futebol nos suetos, às
quartas-feiras, com os dribles “garrinchianos” do “Frecheirinha”; a Semana da
Pátria em Meruoca, quando se comemorava o aniversário (10.09) de Dom José.
Vou terminar essas pontuações, para não me
tornar enfadonho, como anunciei antes, todavia, não se podem omitir os atos da
Semana Santa e o julgamento simulado de Judas. Ai, sim, e o mingau ou a papa de
milho servida pelo seu Pedro?
A minha chegada ao Seminário, se deu no dia
08 de fevereiro de 1950. Lembro-me bem, encontrava-se na sala de entrada do
amplo Seminário, dom José, em pessoa, recebendo os seus estimados “matutos”.
“Menino véi”, acanhado, tremia medroso,
quando fui arguido, por ele, com 3 ou 4 perguntas, no que julgo a haver-me
saído a contento. Foi, desta maneira, que se iniciou a minha história de vida,
neste Seminário – durante um período curto – nesta primeira fase, porém, por
muitos anos, lá adiante, como professor da UVA.
Apesar do pouco tempo, foi nele que encontrei
a sólida base sustentacular, junto com os ensinamentos hauridos, no convento
dos frades franciscanos alemães, (1947-1948), em Tianguá, somados às lições
primaciais absorvidas no recato abençoado e aconchegante da minha casa. Nesses
recintos acolhedores e virtuosos, procurei impregnar-me dos fundamentos
essenciais e indispensáveis àqueles que desejam manter uma vida digna:
respeitar e seguir, na medida do possível, os preceitos cristãos, agir com
firmeza e retidão de caráter, praticar a honestidade em todas as suas atitudes,
guardar a consideração ao seu próximo, valorizar a disciplina e apegar-se o
sentimento de justiça.
Foram desses oásis exuberantes que se abriram
para mim, as perspectivas de alcançar êxito nas áreas dos estudos, no exercício
profissional e nas interações sociais.
Por julgar oportuno e achar que existem
afinidade e correlação entre si, me permito “data
venia” transcrever alguns trechos do discurso pronunciado em 09 de janeiro
de 2014, quando recebi o diploma de Bacharel em Direito e representei todos os
formandos dos diversos cursos da UVA.
Existe, por dever de justiça, em ocasiões
como esta, referir-se à “lembrança do prédio onde estudamos; no nosso caso, o
vetusto e imponente casarão da Betânia, que em épocas passadas, abrigou o bem
glorificado Seminário São José, sementeira de vocações sacerdotais, gerando
quase uma centena de sacerdotes, sob o olhar vigilante e diligente de Dom José
Tupinambá da Frota. A outra parte que não se ordenou padre, e que era bem mais
numerosa, robustecida pela qualidade do ensino ministrado, pela aplicação
contínua e séria da moral e dos princípios cristãos, ao lado de uma disciplina
voltada para os bons costumes e retidão do caráter, a dignidade pessoal, o amor
ao próximo e o respeito à criatura humana, se constituíram em pessoas bem
sucedidas no campo das atividades que abraçaram.
Este majestoso conjunto de edifícios já nasceu
predestinado por propósitos divinos para cumprir pioneiros e consagradores
compromissos com dois preceitos de insuperável alcance e sublime destinação: o
primeiro, foi de ordem mais específica, no labor de preparar os ministros
cristãos e religiosos para o munus de pregar a palavra de Deus e
apascentar as ovelhas de Cristo e o segundo, o de ser o berço da UVA, que há 46
anos ensina a trilha misteriosa que conduz os obstinados ao tesouro mágico de
onde promanam os clarões resplandecentes e esplendorosos que incidem
verticalmente e impõem à vista as inestimáveis e mais cobiçadas joias
intituladas de: CONHECIMENTO, CULTURA E SABER”.
No discurso citado, exaltei a importância do
professor e, aqui desejo homenagear com as mesmas palavras, meus inesquecíveis
mestres do Seminário: Pe. Arnóbio
Andrade, Monsenhor Tibúrcio Gonçalves de Paula, Pe. Joviniano Loiola, Pe. Edson
Frota, Pe. Edmilson Cruz, Pe. Cardoso, Pe. Aristides Sales, Pe. Moésia Nogueira
Borges, Pe. Sabino Guimarães Loyola, Pe. José Gerardo Ferreira Gomes, Pe.
Francisco Sadoc de Araújo e Prof. Mariano Rocha.
Destaco “o apreço justíssimo e merecido, à
pessoa do professor, do mestre obstinado, que se consome como uma vela acesa,
no árduo, cotidiano e diuturno mister, de distribuir conhecimento, transferir
saber, aprendizados, ideias construtivas que servirão para as atividades do
cotidiano e de toda vida. O professor é
o símbolo perfeito e acabado do espírito de doação, de eterna paciência, é o
anjo tutelar, estrela-guia, é a fonte cristalina, a jorrar com exuberância, a
límpida água que sacia a sede do corpo, como também irriga e nutre as mais
legítimas aspirações da mente e do intelecto.
Gostaria muito, de declinar os nomes daqueles
colegas de quem mais me aproximara, porém, o texto já vai longo e falta espaço.
Deixo um abraço fraternal a todos aqueles que
me reconhecerem através da leitura desse simples artigo.
Para agradecer a quantos contribuíram para a
minha jornada, há longos anos, no saudoso e inesquecível Seminário de Sobral,
valho-me da imaginação do famoso escritor e orador, Pe. Antonio Vieira, ao
afirmar ser fato tão natural e simples o agradecer, que até as montanhas se
enchem de voz, para praticar esta virtude.
Sabem por que as montanhas repetem, de
quebrada em quebrada o eco da sua fala? É para agradecer as pródigas dádivas da
natureza.
Ultimo este trabalho com um hino de louvor ao
bendito Seminário nos seus 90 anos de fundação e com um gesto especial de
agradecimento a todos que contribuíram para este livro em sua homenagem.
Manoel Valdeci Vasconcelos, de Morrinhos, betanista, Professor, Bacharel em
Direito, Servidor Público Federal, tendo ocupado o mais alto posto da Previdência
Social na região norte do Ceará. Este artigo está no livro SEMINÁRIO DA BETÂNIA
AD VITAM – 65 DECLARAÇÕES DE AMOR, de Leunam Gomes e Aguiar Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário