
A atual política brasileira
traz o cinismo publicitário e as demandas de forças políticas que degeneram a
educação. Para garantir votos e governabilidade, administrações formalmente
renovadoras acatam excrescências ideológicas que prejudicam ou anulam os avanços
conquistados.
A predominância do discurso
moralizador, quando impregnados pelos retrocessos, transforma-se em
instrumentos para políticas repressivas, atrasadas e indignas da cartilha da
constitucionalidade, que enfatiza a responsabilidade do indivíduo para torná-lo
mais livre independentemente de ideologia.
Numa listagem de discursos
cheios de arremedos contraditórios do governo atual, os ministros da educação,
aparecem garbosamente no ranking da mentalidade da pá-virada. Começando pelas
suas declarações preconceituosas e alienantes, são como luvas para manter a
educação alheia as reais causas do seu infortúnio.
O atual ministro da educação
Abraham Weintraub, declarou: que as universidades nordestinas deviriam deixar
de ensinar sociologia e filosofia para foca no ensino de agronomia; e seu
antecessor Ricardo Vélez acreditava que universidades deveriam se restringir a
uma elite intelectual. Triste.
Neste ponto, o povo nordestino
cerca esses frangos doidos em qualquer campo aberto para não comer suas
plantações bem cuidadas: o povo nordestino é bom de agronomia, sociologia e filosofia,
a elite intelectual dos dois ministros é ruim. Mas isso é um traço do governo
atual, jogar a culpa dos nossos problemas num ante tão popular quanto esotérico
chamado povo que agora também pode ser chamado de corte orçamentário. Ou seja,
os mais pobres.
O choque das declarações é
assustador. Primeiro: o retrocesso de tirar recursos das universidades do
calvário verde-amarelo. O orçamento público da educação para a ideologia do tal
ministro, ainda é visto no Brasil como despesa a fundo perdido e não como
investimento com retorno garantido.
Busquei respostas na
Constituição, em livros, ensaios, monografia, relatório, nenhuma pista boa.
Conversei com cientistas políticos, sociólogo, antropólogo, religiosos,
juristas, e nada de bom. Portanto, nenhuma justificativa a favor das
declarações dos ministros. E o pior, dizem, que suas declarações não têm fundamentações.
E agora?
Neste ponto, as próprias
disciplinas de sociologia e filosofia reservam pesadas munições cientificas no
ataque às iniquidades do aparelho educacional. Trabalhos éticos e mentes livres
na formação humana estão sendo produzidos em todas as áreas do conhecimento
humano, em um país que tem uma política educacional que está longe de ser o
quinto do mundo em qualidade de educação.
Como é que é? Nós estamos
sentados no maior laboratório educacional do mundo e não vimos à cobaia. Pior:
não vimos o laboratório. É ai que está às pedras no meio do caminho. Como se
sabe, as universidades públicas brasileiras estão atravessando inúmeras crises.
Isso justifica dizer, que neste governo, ainda somos induzidos de aceitar
gratuitamente a falsidade da deturpação de ministros medíocres. Ainda, com todo
o direito à insatisfação do autoritarismo e psicológicas para alienar o
pensamento crítico do povo nordestino.
Nesse ambiente nordestino,
barrado no baile dos ministros metidos as intelectuais do neoliberalismo
econômico. Podemos dizer que debaixo para cima o Nordeste, é terra de grandes
agrônomos, dos maiores poetas, escritores e humanistas brasileiros. Tomado de
proposito, aqui, citarei: um das pilastras básicas da sociologia nordestina, o
romance social, A Bagaceira, de José Américo de Almeida.
Nesse cenário político, Deus
só dá nozes para quem não tem dentes. Porque o que ainda causa espanto na educação
no Brasil. É o tal autoritarismo de estar pisando na Constituição Cidadã de 88,
que recorda algo perecido com o antes da abolição, que tinha dois Brasis. O
Brasil dos brancos, europeus de primeira classe. E o Brasil dos índios e dos
escravos. O índio era bicho do mato, na categoria brasiliensis, vulgo ariranha.
E o escravo importado também não era gente. Era jumento marcado a fogo. Um bem
de capital, feito pilão ou moenda.
Esse resgate da ninguenzada
ainda é um tiro de partida e não uma fita de chegada. O problema é que a
herança escravocrata ainda não explicou para os dois ministros, a omissão política
em relação à educação, à exclusão social, à corrupção, à miséria, à violência.
Simplesmente porque a visão preconceituosa está presente, com resíduos
degenerativos no governo. E mais: os dois ministros da educação andam na
contramão da História dos direitos humanos.
Afinal, parece que o
presidente eleito pelos redimidos brasileiros, não sabe, que as universidades
públicas, estão com vela na mão e padre na cabeceira? É um dos direitos humanos.
É um processo de civilização, formada por ações afirmativas, tendo como base
fundamental o atendimento às necessidades de suporte da mente livre. Com isso,
faz-se uma força vital para o progresso científico, tecnológico e social. Tanto
assim que, a sociologia tem o reconhecimento social sobre a real condição
humana.
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