
Indagado sobre os protestos que acontecem nas capitais e grandes cidades
do Brasil, o presidente disse que os alunos que estão nas ruas "não sabem
nem a fórmula da água" e servem de instrumento político para "uma
minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais".
"É natural [que haja protesto], mas a maioria ali é militante. Se
você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas
úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona
que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil", afirmou o
presidente na porta do hotel onde está hospedado em Dallas.
Cercado de apoiadores, que gritavam "mito" enquanto o
presidente concedia uma entrevista coletiva a jornalistas, Bolsonaro primeiro
afirmou que não existe corte na educação para, em seguida, dizer que, por causa
da crise econômica e da arrecadação baixa, foi preciso fazer o
contingenciamento.
"Na verdade não existe corte, o que houve é um problema que a gente
pegou o Brasil destruído economicamente também, com baixa nas arrecadações,
afetando a previsão de quem fez o orçamento e, se não tiver esse
contingenciamento, simplesmente entro contra a lei de responsabilidade fiscal.
Então não tem jeito, tem que contingenciar", declarou.
Os protestos são uma resposta à decisão do ministro da Educação, Abraham
Weintraub, que reduziu o orçamento das universidades federais e bloqueou bolsas
de pesquisa.
O presidente disse ainda que não gostaria de fazer nenhum
contingenciamento, em especial na educação, mas afirmou que o setor está
"deixando muito a desejar".
"Gostaria que nada fosse contingenciado, em especial na educação. A
educação também está deixando muito a desejar no Brasil. Se você pega as
provas, que acontecem de três em três anos, está cada vez mais ladeira abaixo.
A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de
três simples. Qual o futuro destas pessoas?".
Na avaliação do presidente, a alta taxa de desemprego no país -cerca de
14 milhões de desempregados- vem da baixa qualificação dos trabalhadores.
Bolsonaro afirmou que, durante os governos do PT, não havia preocupação com a
educação. (JB)
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