Pais, alunos e professores de dezenas de colégios
particulares de todo o País decidiram aderir a paralisação desta quarta-feira,
15, em defesa da educação. Em São
Paulo, segundo o Sinpro-SP (sindicato dos professores da rede privada), ao
menos 25 unidades terão as atividades alteradas ou interrompidas para a manifestação
organizada por entidades estudantis e de educadores.
Entre os que tiveram adesão de algum dos grupos estão colégios
tradicionais da capital, como o Santa Cruz, Vera Cruz, Oswald de Andrade,
Equipe, São Domingos, Escola da Vila e Gracinha.
A manifestação foi marcada após o anúncio do Ministério da
Educação de bloqueio de
30% do orçamento das universidades federais, da educação
básica e corte de
bolsas para pesquisa. Também é contra os ataques que foram
feitos pelo ministro Abraham
Weintraub contra as universidades e cursos da área de
humanas. Ele ainda protestam contra projetos como o Escola sem
Partido.
O colégio Santa Cruz suspendeu
as aulas após os professores decidirem, em assembleia, aderir à paralisação. E
informou que , oportunamente, comunicará como será a reposição das aulas desse
dia. Um grupo de alunos da unidade publicou uma carta defendendo a participação
na manifestação.
No colégio Vera Cruz,
após decisão dos professores de paralisar, um grupo de pais e alunos se
manifestou a favor da decisão e anunciou que também irá participar do protesto.
"Indignados com as recentes medidas do atual governo federal e os ataques
constantes que a educação nacional vem sofrendo nos últimos anos, consideramos
crucial que as múltiplas camadas da sociedade se posicionem em defesa da
educação em todos os seus níveis (...) O momento exige posicionamento e
nós não iremos nos furtar a ele", diz a carta dos pais.
Para não prejudicar as famílias que não tiverem com quem deixar os
filhos, o grupo de pais diz ter organizado uma rede solidária para cuidar de
crianças menores.
Outros colégios, como o São
Domingos, apoiaram a decisão dos alunos em assembleia e vão paralisar
completamente as atividades. O bloqueio de verbas para as universidades e
educação básica, a suspensão de bolsas para pesquisa, a "tentativa de
desqualificação das humanidades", a "incitação de descrédito no
trabalho de educadores" são alguns dos motivos citados pelo colégio para
explicar a importância da manifestação.
"Estão na contramão do que realmente o setor necessita e ainda
revelam retrocesso significativo de nosso País em relação à ordem democrática -
valor que nossa escola cultiva desde a origem", diz carta da escola aos
pais.
Em São Paulo, o ato está marcado para as 14h na avenida Paulista,
em frente ao Masp. (Estadão)
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