A história da sociedade
brasileira sempre se deparou diante de grandes desafios. Em 1930 o Brasil
contava com 30%, de sua população morando nas cidades. No campo moravam 70% dos
habitantes, que tinham uma cultura e um modo de vida rural.
Após de três
décadas em menos de uma geração, houve uma inversão social proporcional. Metade
da população mudou-se da zona rural para a urbana. Nesse intervalo de tempo, a
sociedade urbana brasileira mudou alterando de forma significativa seus
costumes e seus modos de vida, devido à industrialização, a televisão, à
liberdade de expressão. A população brasileira transferida foi objeto de uma
dupla ruptura política.
O resultado foi quase total desarticulação
cultural, principalmente dos segmentos oriundo da zona rural para a urbana sem
tempo para uma reciclagem que viabilizava uma lenta adaptação.
Com a ausência de uma rápida absolvição
política e cultural da população do campo nas cidades, o Brasil enquanto nação se
tornou um país onde sua própria população senta-se estrangeira.
A gravidade é que a desarticulação
de política social tornou-se mútua, dos imigrantes, que se sentem luxados e sem
condições de acesso à modernidade da cidade onde habitam, e dos que
pertencem a modernidade, os olham como adversários.
Estamos habituados ao cenário
de crises constantes onde a grande maioria dos intelectuais da elite em
decadência acostumou-se a vê-la, recuando-se a entendê-la, aponto de não
sensibilizar-se com os problemas maiores do povo brasileiro.
A partir da década de 60, a intelectualidade
brasileira rompeu com a tradição humanista e o esforço de elaboração própria,
marca dos trabalhos de Gilberto Freire, Celso Furtado, Darcy Ribeiro e outros,
limitando a copiar método e técnicas originários dos países desenvolvidos, na
tentativa de construir um Brasil com objetivo e características que não
consideram a realidade brasileira.
Nesse contexto, no final das duas
primeiras décadas deste começo de século, o Brasil enfrenta outra ruptura política,
que a mídia tem de lado, os principais ideólogos conservadores do país. Mas com
uma manifestação um pouco mais aberta, deixando claro, a corrupção que cresce
de forma asfixiante, os lobbies que se organizam de forma cada vez mais
refinados. As megacidades que geram a desorganização e o caos administrativo,
que tem problemas adicionais como a impunidade, a insegurança pública, a saúde,
a educação, a dívida interna, a prostituição infantil, as crianças de rua, as
favelas, os sem-terra, os sem tetos, a deficiência do sistema pertenceria, e
tantos outros.
O Brasil tornou-se um
gigantesco casino, dentro de um sistema de especulação financeira, o desemprego
e o subemprego são a face mutilada do progresso. A política se tornou aética:
maioria dos políticos é desonesto. A mídia molda os desejos e os objetivos dos
homens. As drogas e os interesses econômicos por trás dela. São poderosos e
perigosos.
Neste passo, a lei penal não é
igual para todos, tem uma clientela certa e determinada, cujos figurantes são,
exatamente, os excluídos do banquete onde se usurpa o que deveria ser o bem
comum.
Se penetrarmos nos contos, nas
crônicas, nos romances, nas novelas, na poesia, na comédia, todos retratam uma
apologia à ética. Para enfrentar a imoralidade política. Mesmo no longo prazo,
mas tem o poder realmente certo com o objetivo de ridicularizara-los. Como
tais, entre tantos, pode-se mencionar, o Cortiço de Aluízio Azevedo, Capitão
Areia, de Jorge Amado, Macunaíma, de Mario de Andrade, Memória do Cárcere, de
Graciliano Ramos. Eles foram desbravadores de tudo que está sendo escrito sobre
o Brasil e, mais precisamente, no romance, O Cortiço, considerado a genes das favelas
brasileiras.
Mas não se desespere. Vamos
cortar as lorotas, as imposturas, os enganos, as fraudes ou falsidades que já viraram
até profissão. Está ai a publicidade política que não nos deixar mentir. Então,
vamos descriminalizar já a mídia fofoqueira, as patranhas de jornalistas, os
jogos duros das cascatas em seu abstrato teórico jurídico de juristas e os
políticos mentirosos.
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