Uma pesquisa obtida
com exclusividade pelo G1 aponta que
58% dos entrevistados reprovam e 15% aprovam a atuação do governo federal na
área de educação. Para 60%, a qualidade da educação no país é ruim ou péssima e
10% a consideram regular ou boa.
O levantamento,
feito em junho pela organização Todos pela Educação e pelo grupo Ideia Big
Data, tem abrangência nacional e margem de erro de 3,15 pontos percentuais para
mais ou para menos. As perguntas foram aplicadas via telefone fixo ou celular.
O nível de confiança é de 95%.
Os dados também indicam que as pautas que estiveram em debate nos
primeiros meses de gestão do governo Bolsonaro são prioridade para a minoria
dos entrevistados. Filmar professor em sala de aula, evitar
"doutrinação", focar em educação domiciliar e ampliar as escolas
militares é importante para 6% deles.
A maioria (52%) apontou que a prioridade do governo deveria ser ampliar
vagas em creches, combater o analfabetismo e melhorar o salário e o trabalho
dos professores (leia
o detalhamento mais abaixo).
A regulamentação do ensino domiciliar era uma das metas prioritárias dos
100 primeiros dias de governo Bolsonaro. Após 200 dias de governo, o projeto de lei ainda precisa tramitar no
Congresso para entrar em vigor.
Já a construção de 4,9 mil creches até 2022 está entre as metas do Ministério
da Educação, que divulgou há uma semana o Compromisso Nacional pela Educação Básica. O
documento também traz o objetivo de estabelecer trilhas de formação de
professores até 2020, por meio de "cursos de ensino à distância com a
disponibilização e materiais de apoio e disponibilização de recursos".
Outro objetivo é implementar 108 escolas cívico-militares até 2023.
"Se olharmos bem, as medidas até então destacadas pelo governo
impactam uma parte muito pequenas dos 48 milhões de estudantes da Educação
Básica", diz Priscilla Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação.
"É
interessante destacar nessa pesquisa o amadurecimento da população brasileira
em relação a quais são os principais desafios da educação brasileira, os
resultados que se esperam e onde o governo precisa investir de fato",
analisa Priscilla Cruz, do Todos pela Educação.
"Isso
tem a ver com o aumento da conscientização não só da importância da educação em
si, como dos caminhos que precisamos trilhar para chegarmos lá. Além disso, a
população sente na pele todos os dias as dores de não ter uma Educação de
qualidade. Ou seja, quando as pessoas colocam primeira infância, creche,
alfabetização, ensino médio como temas que merecem total atenção do Governo é
porque percebem que a vida de seus filhos, das crianças e jovens das comunidades
em que vivem são profunda e positivamente afetadas quando o resultado é de
aprendizagem dos alunos. Isso mostra como a Educação tem de estar a serviço da
população para resolver seus reais problemas", afirma Cruz.
Ações
do governo na educação - Entre os que reprovam a atuação do governo na área,
38% consideraram as condutas ruins e 20% as consideraram péssimas. Entre os que
aprovam, 10% acharam que elas são boas e 5%, que são ótimas. Outros 20%
consideraram as ações regulares e 7% disseram não sabem ou não responderam (veja mais no infográfico
abaixo).
O levantamento
aponta que 55% dos entrevistados consideram que o Ministério da Educação não
está enfrentando os problemas reais do ensino no Brasil, e 14% consideram que
está.
À afirmação
"Entendo que o Ministério da Educação está enfrentando os reais problemas
da Educação Básica brasileira", 3% disseram não saber ou não responderam;
2% concordaram plenamente; 12% concordaram mais do que discordaram; 28% não
concordaram nem discordaram; 35% disseram que discordam mais que concordam; e
20% responderam que discordam plenamente.
Ações prioritárias - A pesquisa também
perguntou para os entrevistados quais deveriam ser as prioridades do governo na
educação.
A maioria apontou que a
prioridade do governo deveria ser ampliar vagas em creches e melhorar a
qualidade (22%), combater o
analfabetismo (15%) e melhorar o salário e o trabalho dos professores (15%).
Apenas 1% dos entrevistados consideram prioridade incentivar os alunos a
filmarem os professores; 1% acha prioridade trabalhar para acabar com a
doutrinação na sala de aula; 2% destacaram a educação domiciliar
(homeschooling); e 4% responderam que seria a ampliação das escolas militares
no país.
Para 9% dos entrevistados, a prioridade deveria ser melhorar o ensino
médio no país. E 6% afirmaram que o foco deveria ser investir mais recursos na
educação básica.
Confira abaixo os dados por
item:
- Ampliar
vagas em creche e melhorar a qualidade: 22%
- Combater o
analfabetismo: 15%
- Melhorar os salários
e o trabalho dos professores: 15%
- Melhorar o ensino
médio do país: 9%
- Ampliar o tempo que
os alunos passam na escola: 7%
- Melhorar a formação
dos professores: 7%
- Melhorar a
infraestrutura das escolas: 7%
- Investir mais
recursos na educação básica: 6%
- Ampliar o número de
escolas militares no país: 4%
- Melhorar a gestão de
recursos para a educação básica: 4%
- Homeschooling: 2%
- Trabalhar para
acabar com a doutrinação na sala de aula: 1%
- Incentivar os alunos
a filmarem seus professores: 1%
"O
fato do professor aparecer com tanta força nessa pesquisa revela um
entendimento muito grande da população brasileira em relação a qual deve ser a
espinha dorsal de uma Educação de mais oportunidades para todos: os
docentes", afirma Priscilla Cruz.
Qualidade
da educação - A
pesquisa também quis saber a opinião dos entrevistados sobre a qualidade do
ensino no Brasil nos últimos 10 anos. Para a maioria (47%), a educação piorou na última década. Para 13%, melhorou.
Entre os que consideram que a qualidade da educação caiu, 22% dizem que
ela piorou consideravelmente e 25% dizem que piorou um pouco. Para 36%, ela não
melhorou, nem piorou. Outros 11% disseram que melhorou um pouco e 2% avaliaram
que melhorou consideravelmente. 4% não souberam ou não opinaram.
Perfil da amostra - A
pesquisa feita pela Ideia Big Data ouviu 1.720 pessoas. O levantamento tem
abrangência nacional e margem de erro de 3,15 pontos percentuais para mais ou
para menos.
As perguntas foram aplicadas via telefone fixo ou celular. O nível de
confiança é de 95%.
Dos entrevistados, 63% têm 35 anos ou mais, 22% têm entre 25 e 35 anos
e 15% têm de 16 a 24 anos; 52% são do sexo feminino e 48% do sexo masculino.
Além disso, 55% têm até o ensino fundamental completo; 30% têm o ensino
médio completo e 15% têm o ensino superior.
Por região, 43% dos entrevistados são do Sudeste, 27% do Nordeste, 14%
do Sul, 8% do Norte e 8% do Centro-Oeste.
(Fonte: G1)
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