O relacionamento bem como a comunicação entre
professores e alunos depende diretamente da comunicação estabelecida entre
eles. Contudo, quando se pensa na realidade das escolas do Brasil, são
identificados inúmeros problemas de comunicação que comprometem o aprendizado
dos alunos. Pode ser citado entre as diversas situações que culminam na
dificuldade nas relações dentro das salas de aula, a linguagem inapropriada,
tom de voz inadequado e aulas exclusivamente expositivas são algumas falhas bem
recorrentes nos espaços escolares.
Como forma de conhecer um pouco sobre essa
temática, foi indagado a cinco profissionais que estão ligados diretamente a
educação do município de Poranga, como
tem sido a comunicação e o relacionamento entre professores e alunos, em nossas
salas de aula? Quais as metodologias mais adotadas? Por meio da resposta de
cada um desses profissionais será possível vislumbrar o pouco sobre como se dá
essa situação no referido município e de que forma está sendo trabalhada nesses
espaços, numa busca por melhorar a convivência entre os atores envolvidos.
“A
comunicação é essencial para o desenvolvimento infantil, pois é a partir da
comunicação consegue-se adquirir diferentes culturas. Isso é trabalhado de
acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde visa compartilhar e
construir saberes no grupo individualmente ou familiar. Se faz necessário a
construção desses vínculos, ou fortalecimento deles primeiro no berço familiar
em seguida na escola. A escola deve estar preparada para acolher e ajudar a
formação desses conceitos, vínculos, afeto e formação. O círculo de cultura que
é uma atividade semanal trabalhada em creches e pré-escolas, oportuniza as
crianças a desenvolverem a oralidade de opinar, sugerir, contar ou recontar
conversas sobre um determinado assunto, sugeri8do pelo professor ou escolhido
no grupo a temática junto as crianças”. Foi a opinião de Aurilene Gomes da Silva, Especialista
em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica Diretora do Centro de Educação
Infantil Mariana de Almeida Alves)
Natália
de Sousa, Especialista em Tecnologia da Educação/Coordenadora da
Secretaria Municipal de Educação respondeu:
“A reciprocidade, simpatia e
respeito entre professor e aluno proporcionam um trabalho construtivista, em
que o educando é tratado como pessoa e não como número. Em vista disso tende-se
a melhorar o relacionamento, o professor será tratado com respeito e como
educador, dando oportunidade ao diálogo. O diálogo é o principal para um bom
relacionamento. Porém a nossa realidade não tem sido tão favorável ao diálogo,
ainda existe, porém, o público que recebemos está difícil dialogar, devido as
inúmeras problemáticas enfrentadas por nossos adolescentes. Nossas escolas
estão precisando de um psicólogo ativo nas escolas para amenizar as
problemáticas sociais e assim melhorar os relacionamentos entre professores e
alunos e alunos e alunos. Tratando-se de metodologias, nossas escolas têm usado
a ludicidade para facilitar o aprendizado e o prazer de esta na escola, já que
a sociedade aparenta ser mais atraente do o meio escolar. Podemos concluir que
o relacionamento está delicado e precisa ser tomado medidas para mudar o
quadro. Já até existe uma ação chamada de círculo de cultura que possibilita um
momento rico diálogo para tentar amenizar as problemáticas existentes, porém
merece ser intensificada”.
Antonio
Ramiro Vieira dos Santos, Professor de Língua Portuguesa da Escola
Municipal de Ensino Básico Itelvina Silvina de Pinho, fez uma abordagem a
partir de sua experiência pessoal: “Com
relação à pergunta, como está generalizada a todos os professores e não,
especificamente, como é meu relacionamento com os alunos, acredito que é um
relacionamento reservado ou seja, não há aquela integração de confiabilidade
entre professores e alunos. Primeiro porque atualmente o profissional-professor
é desvalorizado pela sociedade, pelo sistema, pela família e, principalmente
pelos próprios alunos. E isso faz com que o professor não se aproxime tanto do
educando como realmente deveria ser. Infelizmente em nossas salas de aula não
há mais aquele respeito harmonioso entre alunos e professor e isso dificulta
também a aprendizagem daqueles que deveriam aprender ao menos o básico.
Fui
professor do Ensino Médio por 20 anos e, atualmente estou no Ensino
Fundamental, onde percebo que a maioria dos alunos não está vindo com uma
bagagem adequada para prosseguir em seus estudos. Uma das principais
metodologias aplicadas para sanar um pouco com esse problema é a questão de
reuniões entre familiares e a escola. E identificar as causas para as quais
estão ocorrendo esse distanciamento entre alunos e professores e procurar
reintegrar a família dentro da escola. ”
Antônia
Helena de V. de Almeida da Silva, Professora da Educação Infantil no
Centro de Educação Infantil Mariana de Almeida Alves, destacou:
“Atualmente observamos que após tantas mudanças tecnológicas, a
comunicação está um pouco distante e desta forma distância as pessoas. Os
professores pouco param seu momento de aula para dar ouvido aos assuntos extra sala.
Devemos sempre tirar um pouco de nossas aulas para ouvir o que nossos alunos
têm a dizer, pois este ouvir na maioria das vezes pode salvar vidas. Mesmo tendo
um tempo já programado devemos nos dedicar ao outro, temos o poder da empatia e
começar a perceber que quanto mais dialogar, melhores serão os resultados
providos dessa convivência”.
Para
Maria do Socorro Gomes da Silva, Professora da Educação Infantil na Escola
19 de Novembro. Bom, graça a Deus por
que gosto do que faço e gosto muito dos meus alunos procurando dar
credibilidade para eles e considerando o jeito de ser de cada um, procurando
fazer o melhor para o seu futuro para serem umas pessoas do bem e sincera e
terem boas atitudes para com a humanidade e alias para com o mundo. Quanto as
metodologias procuramos seguir as orientações de nossos formadores e seguindo o
livro didático que os mesmos ajuda os nossos educandos a se desenvolver a fase
que cada um se encontra para no seu futuro ter uma vida feliz e fazer também
outras pessoas felizes.
Finalmente, sabe-se que, o conhecimento é
formado pelo processo de interação entre os sujeitos, pois, ele é responsável,
ativamente, na produção do seu conhecimento e o amplia quando dialoga com o
outro. Dessa forma, a sala de aula precisa ser encarada como um espaço de
convivência, de formação onde a afetividade, o respeito mútuo e o diálogo devem
fazer parte para o desenvolvimento humano.
Da pesquisa de campo conclui-se que é um
momento de investigação diante de um tema que chama atenção, porém pouco
debatido nos espaços escolares e que nos proporciona conhecer um pouco o
contexto escolar envolvendo o relacionamento professor-aluno e suas
implicações.
Sabe-se que a gestão de uma sala de aula não
é tão simples, pois os sujeitos que ali convivem cotidianamente trazem consigo
suas particularidades e muitas vezes os conflitos pelo modo de ser, do
comportamento e opinião do outro emergem. Diante disso um caminho a ser
seguido, na busca por melhorar comunicação é o relacionamento nas salas de
aula, bem como utilizar os métodos interativos elucidados pelo paradigma
Biocêntrico. É um meio transformador, pois esse modelo em suma, evidencia a
vida como o centro e consequentemente os diversos valores tão necessários para
um bom viver se fazem presentes de maneira prazerosa e dinâmica.
(*) Helena
Alves Assunção, de Poranga, trabalho de conclusão do Curso de Metodologia do Ensino- A Educação Biocêntrica na sala de aula,
realizado pelo CDH – Centro de Desenvolvimento Humano.
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