sexta-feira, 16 de agosto de 2019

LITERATURA CEARENSE: A comunicação e o relacionamento na sala de aula? (Helena Alves Assunção *)


O relacionamento bem como a comunicação entre professores e alunos depende diretamente da comunicação estabelecida entre eles. Contudo, quando se pensa na realidade das escolas do Brasil, são identificados inúmeros problemas de comunicação que comprometem o aprendizado dos alunos. Pode ser citado entre as diversas situações que culminam na dificuldade nas relações dentro das salas de aula, a linguagem inapropriada, tom de voz inadequado e aulas exclusivamente expositivas são algumas falhas bem recorrentes nos espaços escolares.

Como forma de conhecer um pouco sobre essa temática, foi indagado a cinco profissionais que estão ligados diretamente a educação do município de Poranga, como tem sido a comunicação e o relacionamento entre professores e alunos, em nossas salas de aula? Quais as metodologias mais adotadas? Por meio da resposta de cada um desses profissionais será possível vislumbrar o pouco sobre como se dá essa situação no referido município e de que forma está sendo trabalhada nesses espaços, numa busca por melhorar a convivência entre os atores envolvidos.

“A comunicação é essencial para o desenvolvimento infantil, pois é a partir da comunicação consegue-se adquirir diferentes culturas. Isso é trabalhado de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde visa compartilhar e construir saberes no grupo individualmente ou familiar. Se faz necessário a construção desses vínculos, ou fortalecimento deles primeiro no berço familiar em seguida na escola. A escola deve estar preparada para acolher e ajudar a formação desses conceitos, vínculos, afeto e formação. O círculo de cultura que é uma atividade semanal trabalhada em creches e pré-escolas, oportuniza as crianças a desenvolverem a oralidade de opinar, sugerir, contar ou recontar conversas sobre um determinado assunto, sugeri8do pelo professor ou escolhido no grupo a temática junto as crianças”. Foi a opinião de Aurilene Gomes da Silva, Especialista em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica Diretora do Centro de Educação Infantil Mariana de Almeida Alves)

Natália de Sousa, Especialista em Tecnologia da Educação/Coordenadora da Secretaria Municipal de Educação respondeu:  “A reciprocidade, simpatia e respeito entre professor e aluno proporcionam um trabalho construtivista, em que o educando é tratado como pessoa e não como número. Em vista disso tende-se a melhorar o relacionamento, o professor será tratado com respeito e como educador, dando oportunidade ao diálogo. O diálogo é o principal para um bom relacionamento. Porém a nossa realidade não tem sido tão favorável ao diálogo, ainda existe, porém, o público que recebemos está difícil dialogar, devido as inúmeras problemáticas enfrentadas por nossos adolescentes. Nossas escolas estão precisando de um psicólogo ativo nas escolas para amenizar as problemáticas sociais e assim melhorar os relacionamentos entre professores e alunos e alunos e alunos. Tratando-se de metodologias, nossas escolas têm usado a ludicidade para facilitar o aprendizado e o prazer de esta na escola, já que a sociedade aparenta ser mais atraente do o meio escolar. Podemos concluir que o relacionamento está delicado e precisa ser tomado medidas para mudar o quadro. Já até existe uma ação chamada de círculo de cultura que possibilita um momento rico diálogo para tentar amenizar as problemáticas existentes, porém merece ser intensificada”.

Antonio Ramiro Vieira dos Santos, Professor de Língua Portuguesa da Escola Municipal de Ensino Básico Itelvina Silvina de Pinho, fez uma abordagem a partir de sua experiência pessoal: “Com relação à pergunta, como está generalizada a todos os professores e não, especificamente, como é meu relacionamento com os alunos, acredito que é um relacionamento reservado ou seja, não há aquela integração de confiabilidade entre professores e alunos. Primeiro porque atualmente o profissional-professor é desvalorizado pela sociedade, pelo sistema, pela família e, principalmente pelos próprios alunos. E isso faz com que o professor não se aproxime tanto do educando como realmente deveria ser. Infelizmente em nossas salas de aula não há mais aquele respeito harmonioso entre alunos e professor e isso dificulta também a aprendizagem daqueles que deveriam aprender ao menos o básico.

Fui professor do Ensino Médio por 20 anos e, atualmente estou no Ensino Fundamental, onde percebo que a maioria dos alunos não está vindo com uma bagagem adequada para prosseguir em seus estudos. Uma das principais metodologias aplicadas para sanar um pouco com esse problema é a questão de reuniões entre familiares e a escola. E identificar as causas para as quais estão ocorrendo esse distanciamento entre alunos e professores e procurar reintegrar a família dentro da escola. ”

Antônia Helena de V. de Almeida da Silva, Professora da Educação Infantil no Centro de Educação Infantil Mariana de Almeida Alves, destacou:  “Atualmente observamos que após tantas mudanças tecnológicas, a comunicação está um pouco distante e desta forma distância as pessoas. Os professores pouco param seu momento de aula para dar ouvido aos assuntos extra sala. Devemos sempre tirar um pouco de nossas aulas para ouvir o que nossos alunos têm a dizer, pois este ouvir na maioria das vezes pode salvar vidas. Mesmo tendo um tempo já programado devemos nos dedicar ao outro, temos o poder da empatia e começar a perceber que quanto mais dialogar, melhores serão os resultados providos dessa convivência”.

Para Maria do Socorro Gomes da Silva, Professora da Educação Infantil na Escola 19 de Novembro.  Bom, graça a Deus por que gosto do que faço e gosto muito dos meus alunos procurando dar credibilidade para eles e considerando o jeito de ser de cada um, procurando fazer o melhor para o seu futuro para serem umas pessoas do bem e sincera e terem boas atitudes para com a humanidade e alias para com o mundo. Quanto as metodologias procuramos seguir as orientações de nossos formadores e seguindo o livro didático que os mesmos ajuda os nossos educandos a se desenvolver a fase que cada um se encontra para no seu futuro ter uma vida feliz e fazer também outras pessoas felizes.

Finalmente, sabe-se que, o conhecimento é formado pelo processo de interação entre os sujeitos, pois, ele é responsável, ativamente, na produção do seu conhecimento e o amplia quando dialoga com o outro. Dessa forma, a sala de aula precisa ser encarada como um espaço de convivência, de formação onde a afetividade, o respeito mútuo e o diálogo devem fazer parte para o desenvolvimento humano.

Da pesquisa de campo conclui-se que é um momento de investigação diante de um tema que chama atenção, porém pouco debatido nos espaços escolares e que nos proporciona conhecer um pouco o contexto escolar envolvendo o relacionamento professor-aluno e suas implicações.

Sabe-se que a gestão de uma sala de aula não é tão simples, pois os sujeitos que ali convivem cotidianamente trazem consigo suas particularidades e muitas vezes os conflitos pelo modo de ser, do comportamento e opinião do outro emergem. Diante disso um caminho a ser seguido, na busca por melhorar comunicação é o relacionamento nas salas de aula, bem como utilizar os métodos interativos elucidados pelo paradigma Biocêntrico. É um meio transformador, pois esse modelo em suma, evidencia a vida como o centro e consequentemente os diversos valores tão necessários para um bom viver se fazem presentes de maneira prazerosa e dinâmica.



(*) Helena Alves Assunção, de Poranga, trabalho de conclusão do Curso de Metodologia do Ensino- A Educação Biocêntrica na sala de aula, realizado pelo CDH – Centro de Desenvolvimento Humano.


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