O Dia da
Consciência Negra foi celebrado hoje (20) na cidade
do Rio de Janeiro com uma
roda de capoeira e a lavagem da estátua de Zumbi dos Palmares, no centro da
cidade. A data é feriado nos estados do Rio de Janeiro, Alagoas,
Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Roraima, além de vários municípios brasileiros,
como a cidade de São Paulo.
Apesar disso, a data, que marca a morte
de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão,
não é feriado nacional.
“Zumbi é um herói nacional e o único da
história do Brasil que foi construído de baixo para cima, pelo povo, pela
comunidade negra. Ele não é herói dos negros, pura e simplesmente, como se quer
caracterizar, mas um herói da pátria. Ele está inscrito no Panteão da República
e ainda não tem a reverência que deveria ter do Estado
brasileiro”, disse o babalaô Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à
Intolerância Religiosa (CCIR).
Para o presidente do Conselho Estadual
dos Direitos do Negro (Cedine), Luiz Eduardo Negrogun, o dia é uma forma de
celebrar a memória, a cultura e a ancestralidade dos negros.
“No momento que atravessamos hoje,
quando o racismo está tão forte assim como a intolerância e violência
religiosas, quanto enaltecemos esse legado, nós estamos dando uma opção para
que as pessoas reflitam. Foi a unidade que fez esse país e é a unidade que vai
nos manter”, disse Negrogun.
No Rio de Janeiro, foi promulgada ontem (19),
no Diário oficial do Estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual
8623/2019, dos deputados André Ceciliano e Waldeck Carneiro (PT), que reconhece
o marinheiro João Cândido Felisberto, conhecido como Almirante Negro, como
herói do Rio de Janeiro.
João Cândido foi líder da Revolta da
Chibata, um motim de marinheiros ocorrido em 1910, contra o uso de chibatadas
por oficiais como punição para militares subalternos.
(Ag. Brasil)
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