No
Brasil, o número total de alunos que frequentam cursos de especialização de
nível superior vem aumentando desde 2016 e a sua grande maioria frequenta
cursos em instituições privadas (88%). Nos últimos quatro anos, houve um
crescimento de 74% puxado pela rede privada, que aumentou 80% contra 41% na
rede pública.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (6) pela
pesquisa Cursos de Especialização Lato Sensu no Brasil, um levantamento inédito
elaborado pelo Instituto Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino
Superior) sobre o cenário dos cursos de pós-graduação lato sensu nas
instituições de ensino superior públicas e privadas e traz ainda um perfil dos
alunos matriculados nesses cursos.
Na opinião do diretor executivo do Semesp, Rodrigo
Campelato, uma das razões que explica o crescimento da área é a crise
econômica. "Quando há crise econômica as pessoas estão preocupadas com a
empregabilidade, o desempregado faz a especialização para se recolocar no
mercado de trabalho e também a pessoa pode estar ameaçada de ser demitida,
então ela busca a especialização para ter mais chance de empregabilidade, além
de se atualizar".
Considerando apenas a população com 24 anos ou mais,
estima-se que 5,7 milhões tenham concluído um curso de especialização de nível
superior, número três vezes menor em comparação aos que concluíram a graduação
(cerca de 19 milhões).
Há aproximadamente duas mil instituições de ensino que
ofertam cursos de especialização de nível superior nas modalidades presencial e
ensino a distância (EAD), sendo que 91% delas são privadas.
A maior parte dos alunos de especialização frequenta
cursos na modalidade presencial (68%). No entanto, a modalidade de ensino a
distância (EAD) está ganhando espaço: no período de 2016 a 2018, o número de
alunos aumentou 125% e, em 2018, sua participação já representava um a cada
três alunos.
"O EAD na pós graduação cresceu a oferta e ele se
encaixa melhor ainda na pós porque é um público mais velho, na faixa de 30 anos
ou mais. Esse também foi um impulsionador para o crescimento", analisou
Capelato.
Em 2019, aproximadamente 45% dos alunos que frequentam
um curso de especialização de nível superior têm idade entre 25 a 34 anos. Nos
anos 2016 a 2019 é possível verificar um leve aumento na idade média dos
matriculados, de 34 para 35 anos. Na modalidade EAD, a média de idade dos
alunos é de 36 anos, um pouco superior em relação aos alunos no presencial (34
anos).
"Outro dado que nos chamou a atenção são as
áreas, são muito parecidas com as concentrações na graduação: 31% dos cursos
são nas áreas de ciências sociais, negócios e direito, ou seja, principalmente
na área de gestão, ainda temos 35% na área de educação e 24% na área de saúde,
semelhante a proporção dos cursos na graduação", observou o diretor do
Semesp.
A pesquisa também revela que os alunos que frequentam
cursos de especialização de nível superior possuem rendimento médio mensal em
torno de 4,6 mil reais. O valor é 150% maior do que a média de rendimento
daqueles que fazem cursos de graduação. O rendimento médio ficou em 4,8 mil
reais mensais para os alunos da rede privada e 3,7 mil reais mensais para os da
rede pública.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Semesp com
base nos dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Dados)
divulgados pelo IBGE, referentes ao segundo trimestre dos anos 2016 a 2019.
Também foram consideradas informações contidas no site do e-MEC e no Guia
do MBA 2019 do Estadão.(Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário