sábado, 11 de julho de 2020

PRIMEIRO PLANO - Prof. Leunam Gomes (*)


Onde houver ódio, que eu leve o amor” esta deve ser a ordem!

Antigamente, o palavrão era algo considerado de submundo. Raríssimas eram as pessoas que a ele recorriam. Era matéria de confissão e motivo de penitências e surras.

Até o livro “Dicionário do Palavrão e termos afins”, de Mário Souto Maior, passou muito tempo trancado em gavetas da censura.

Somente foi publicado em 1980, porque era considerado atentatório aos costumes. Das gerações mais velhas, poucos recorrem ao palavrão. Era coisa de baixo nível.

Tenho impressão de que foi a partir da copa de 2014 que os camarotes vips dos estádios de futebol fizeram o lançamento dos palavrões, reproduzidos por torcedores incautos.

Agora, o palavrão, lamentavelmente, faz parte do universo vocabular das altas rodas. A reunião ministerial de 22 de abril de 2020 entrou para a história graças aos palavrões.

A data do Descobrimento do Brasil ficou em segundo plano, diante das surpresas provocadas. Ninguém o imaginava que acontecia entre as mais altas autoridades do país.

Agora, todos os programas de rádio e tv se sentem autorizados a fazer uso do palavrão. Antes, havia formas de camuflar. Agora os palavrões são citados, explicitamente.

Da popularização maléfica dos palavrões para as manifestações de ódio nas relações, foi um pulo. A toda hora estamos vendo agressões exibicionistas cheias de rancor.

Como os agressores não pensam nas consequências, pagam caro quando suas exibições são gravadas e vão para as redes sociais. Muitos perdem o sossego.

Como as famílias e as escolas vão administrar esta questão? Aliás, são a falta de boas maneiras e as grosserias que estão tomando o lugar da gentileza.

Pior é que as grosserias, expressas no conteúdo e na forma, estão sendo adotadas até por aqueles que, formalmente, se dizem falar em nome de Deus.

Na escola, o caminho certo será a adoção dos Círculos de Cultura criados por Paulo Freire. Eles são capazes de criar um clima de harmonia, paz, amizade e aprendizagem.

Duas paróquias da região norte estão de luto hoje com a morte do Padre Antonio Maurício Melo, aos 89 anos:

Guaraciaba do Norte, sua terra natal, na diocese de Tianguá e Nova Russas, na diocese de Crateús a que ele dedicou toda a sua vida sacerdotal.

Os Betanistas, de Nova Russas relembraram, com uma certa saudade, os tempos em que os pais do Padre Maurício, Seu Adriano e Dona Gonçalinha, iam visita-lo, levando rapadura e frutas da serra.

 

 (*) LEUNAM GOMES - Ex-aluno dos seminários de Sobral e Olinda, onde concluiu os cursos de Filosofia e Teologia. Professor aposentado da UVA, Mestre em Gestão e Modernização Pública, Radialista, autor dos livros: SEMINÁRIO DE SOBRAL-AD VITAM-65 DECLARAÇÕES DE AMOR, PROFESSOR COM PRAZER é UM HOMEM DE PALAVRA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário