O câncer de pele é o mais frequente entre homens e mulheres e representa quase 30% de todos os tipos da doença. O Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) estima 185.380 novos casos de câncer de pele melanoma e não melanoma por ano para o triênio 2020/2022, sendo 87.970 em homens e 97.410 em mulheres.
As mortes pelo câncer não melanoma
chegam a 1.358 em homens e 971 em mulheres, segundo dados de 2018 do Ministério
da Saúde, os mais recentes. Já as mortes por câncer de pele melanoma no Brasil
foram 1.038 para homens e 753 mulheres. A pele é o maior órgão do corpo humano.
O diretor executivo da Fundação do
Câncer, Luiz Augusto Maltoni, explicou à Agência Brasil que
95% dos cânceres de pele são do tipo não melanoma (divididos 70% de carcinoma
basocelular e 25% de espinocelulares ou carcinomas epidermoides) e 5% de câncer
melanoma, de comportamento mais agressivo. Todos os cânceres de pele são
malignos, ressaltou o oncologista.
Além dos cuidados que a pessoa
deve ter durante a pandemia do novo coronavírus, como uso constante
de máscara facial e de álcool gel, lavar as mãos e evitar aglomerações, a
Fundação do Câncer alerta para a prevenção do câncer de pele na campanha
Dezembro Laranja, que tem como slogan “Faça da sua prevenção um hábito”.
“Não é hora de ir para a praia”,
advertiu o especialista, referindo-se não só ao risco de pegar a covid-19, como
também à exposição ao sol nesta época do ano, que pode gerar o aparecimento do
câncer de pele.
Prevenção
No próximo dia 21, começa o verão,
época de calor mais intenso e temperaturas elevadas. Por isso, a Fundação do
Câncer está incentivando que a prevenção ao câncer de pele se torne uma rotina
na vida das pessoas. “Ou seja, deixa de ser uma coisa eventual e passa a ser um
hábito”.
A campanha destaca a importância
de evitar ao máximo a exposição aos raios ultravioletas intensos, que ocorrem
entre 10h e 16h; usar sempre protetor solar nas áreas expostas,
independentemente de ir à praia. “Outra coisa é que, se você vai se expor ao
sol, procure usar também protetores físicos, como boné, chapéu, roupas de
proteção UV, óculos escuros, sombrinha, guarda-sol, e ficar o máximo de tempo
na sombra”.
Segundo Luiz Augusto Maltoni, são
recomendações mais corriqueiras que não têm nada de difícil, mas precisam se
tornar um hábito. O oncologista chamou a atenção para o fato de que ninguém faz
um câncer de pele da noite para o dia. Esclareceu que “o que faz a célula se
alterar, modificar pela irradiação ultravioleta, é a exposição continuada e por
longo tempo. Tem uma relação direta o tempo de exposição solar”.
Jovens que nas décadas de 70 e 80
se expunham diariamente ao sol em horários de elevada irradiação solar, têm
mais probabilidade de fazer um câncer de pele do que as gerações atuais, que
dispõem de protetores solares, o que não existia anteriormente. “Não se tinha
noção do que aquilo fazia mal”, comentou Maltoni. Além de a exposição ao sol
predispor ao câncer de pele, contribui para o envelhecimento mais rápido da
pele de quem não se cuidou.
Predisposição
Maltoni observou que os cânceres
não melanoma basocelulares e espinocelulares, quando diagnosticados de
forma precoce, podem ser resolvidos com a retirada da lesão por um
dermatologista. “Na grande totalidade das vezes, a simples retirada resolve o
problema definitivamente. É de uma solução bastante simples, se você não deixar
passar despercebido e ficar atento para a pele”.
Quem têm câncer de pele deve fazer
acompanhamento constante. Principalmente quem tem fatores predisponentes, como
as pessoas de pele e olhos claros, pessoas ruivas, que são mais suscetíveis às
alterações dos raios ultravioleta. Maltoni afirmou, entretanto, que também as
pessoas de pele negra fazem câncer de pele e devem estar atentas, sobretudo,
para o câncer melanoma, que se apresenta como uma lesão mais pigmentada.
“O melanoma é uma lesão que quanto
mais rápido se diagnosticar, melhor”. O primeiro tratamento, nesse caso, é a
cirurgia. O câncer de pele melanoma tem a característica de evoluir mais rápido
e dar metástase no corpo. “É uma doença para a qual a pessoa tem que estar
ligada”, alertou o diretor da Fundação do Câncer.
A campanha está em todas as mídias
sociais da Fundação do Câncer, que também deu continuidade à parceria com a
Ecoponte, concessionária que administra a ponte Rio-Niterói, e exibirá outdoors da
campanha e contra a covid-19 nos dois sentidos da via. A ideia é chamar a
atenção para os cuidados com o câncer de pele, lembrando também que não se deve
esquecer os cuidados com a pandemia. A campanha será veiculada na ponte
Rio-Niterói até março, quando termina o verão. (Ag. Brasil)
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