Acuado pelo avanço da pandemia do coronavírus, com a economia sob risco de interromper sua recuperação e novos pedidos de impeachment por causa da política do governo no combate à Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro moderou o tom do seu discurso, estimulou a vacinação para fazer a economia crescer e afirmou que o teto de gastos públicos será respeitado.
A fala presidencial, em evento do
Credit Suisse, foi totalmente alinhada ao discurso do ministro da
Economia, Paulo Guedes, num momento de dúvidas sobre o avanço das
reformas estruturais e das privatizações e com a ala política defendendo a
prorrogação do auxílio emergencial mesmo à base
de mais endividamento.
Bolsonaro, no evento, disse que as
reformas serão retomadas assim que o Congresso voltar aos trabalhos, que vai
acelerar o programa de privatizações e que o teto dos gastos públicos não será
furado. E disse que a vacinação vai permitir que a economia se recupere de
forma sustentável ao longo deste ano.
Defendeu, inclusive, que empresas privadas comprem vacinas, para dividir com o
Programa Nacional de Imunização e aplicar em seus funcionários, garantindo
tranquilidade no trabalho e evitando medidas de restrições no funcionamento das
atividades econômicas.
Dentro da equipe econômica, o discurso
do presidente foi celebrado como ponto positivo neste momento de incertezas na
economia e com riscos de o Congresso aprovar medidas populistas criando mais
dificuldades na área fiscal. Segundo assessores do ministro da Economia, Paulo
Guedes vinha defendendo que o presidente seguisse apoiando a política econômica.
Tanto Paulo Guedes como o presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto, vinham alertando o presidente que era
preciso acelerar o programa de vacinação, porque ele é que irá garantir uma
recuperação da economia brasileira. Caso contrário, avisaram, a retomada da
economia acabará sendo interrompida, principalmente num momento de aumento dos
casos de contaminação pelo coronavírus.
O alerta, inclusive, foi formalizado
nesta terça-feira (26) na ata da última reunião do Comitê de Política
Monetária. O Copom disse que há risco de uma interrupção na retomada da
economia no primeiro trimestre do ano por causa do aumento de casos de Covid-19
e do fim do auxílio emergencial. E admitiu que chegou a ser discutida uma alta
da taxa de juros. (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário