Desde a última Campanha Política para Presidente deste País, que ouvimos falar de “polarização” para nos fazer entender que estamos divididos em dois extremos: ou se fica com a direita, o lado mental conservador ou reacionário/, ou se fica com a esquerda, o lado mais voltado para o social ou para as mudanças exigidas para se viver em sociedade. Isto significa dizer que não há “meio termo” em política, que não tem lugar no centro e quem busca esta posição, fica agradando os dois lados, sem tomar partido, para vender-se a qualquer momento ou negociar o seu voto quando houver necessidade de se tomar uma decisão.
Como o texto é do Livro do Apocalipse, nem sempre lido, conhecido, pregado e ensinado – até porque é de difícil interpretação – a gente como que deixa de lado o que Jesus já havia dito em Mateus 5, 37: “que o vosso sim seja sim e que o vosso não seja não”. Ou ainda no mesmo Mateus 6, 24: “não podeis servir a dois senhores ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro”. E conclui Jesus: “vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo”.
Este uso que estou fazendo aqui, da Palavra de Deus, em nada está diminuindo o seu significado ou reduzindo o seu valor na fundamentação da mensagem que eu quero passar. Temos ouvido tanta citação da Bíblia na defesa de pontos de vista errados ou para justificar comportamentos contrários à vontade de Deus que podemos até ser levados a pensar que eu esteja também querendo “tomar o santo nome de Deus em vão”. Não é o que quero.
Passaram-se as eleições há dois anos e meio. Daqui a mais um ano e meio teremos novas eleições e novos governantes. Estes dois anos e meio não foram suficientes para que o governo empreendesse qualquer reforma que nos garantisse a sua linha de conduta e a sua abertura para um futuro promissor. A preocupação está sendo, muito mais com a sucessão do que com a condução positiva, esperançosa e de melhoria para todos. Para completar o desalento do povo, estamos às voltas com uma pandemia avassaladora da Covid 19, sem um posicionamento equilibrado, responsável e correto das autoridades que dê confiança em todos para os encaminhamentos que estão sendo dados.
Infelizmente, as autoridades reinantes, em vez de adquirirem confiança, credibilidade e empatia com a população, dão-lhe maus exemplos, provocando aglomerações, contatos físicos, sem usarem máscaras, sem o aconselhável distanciamento, apoiando negacionismos, movimentos contra a democracia, o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, inaugurando obras que não construíram, aglomerando gente, sem segurança, reunindo desportistas, os mais variados sem nenhuma obediência às normas da Organização Mundial da Saúde ou da Ciência e o pior: querendo impedir qualquer tipo de manifestação feita por quem pensa e age, diferentemente, mesmo que o queiram fazer, seguindo os protocolos de segurança, recomendados pela vigilância sanitária.
A imposição dos partidos extremistas da situação, promovendo várias aglomerações por todo o País, opondo-se fortemente à participação da outra extremidade polarizadora, fez com que esta também, ultimamente se organizasse e começasse a participar de maneira diferente, sem incorrer nos erros praticados pela situação, mas obedecendo às normas da OMS, à Ciência, aos protocolos de segurança, ao distanciamento regulamentar, ao uso de máscara, à maneira pacífica de se comportar nas vias públicas, num protesto contra governantes e o seu mau comportamento diante da pandemia.
Suportaram - por mais de um ano - a
chacota de governantes, o silencio que lhes era imposto e a ilegal propaganda
política que faziam, tendo em vista a reeleição. E pensaram: se um “polo” tem
direito, porque não, o outro “polo”? De maio para cá, o outro “extremo” tem caído
em campo, com uma diferença enorme de comportamento, pelo menos querendo seguir
a orientação certa.
O número de manifestações tem crescido, bem como os locais onde elas se realizam. Além disso, o uso das redes sociais tem colaborado imensamente, como já vinha acontecendo com os partidários do outro lado. É uma prática comum, em nossos dias, que ajudou muito nas eleições passadas e vai-se repetir e aperfeiçoar nas próximas daqui pra frente. Temos que cuidar muito para que não aconteçam “fake news” que tanto atrapalharam a uns e ajudaram a outros, como faca de dois gumes a ser utilizada.
O importante é que ninguém faça campanha antes do tempo. É ter paciência e esperar. No momento, o eleitorado está tomando pé na situação, está vendo e ouvindo os passos que estão sendo dados, o que está havendo de negativo ou de positivo no governo atual que, a essas alturas, já se revelou, já mostrou a que veio, deixando o povo fazer suas comparações e avaliações para uma nova escolha.
Será que os assalariados estão contentes
com o que recebem, mensalmente?
As entradas estão cobrindo as saídas a
cada mês?
E o grande contingente de desempregados,
trabalhadores informais, biscateiros, entregadores?
Esta gente está satisfeita e aguardando
uma boa aposentadoria?
Ainda existe uma classe média entre nós?
Terá ela, subido para a classe alta, ou
descido para uma inferior?
Onde está a nossa juventude -
estudantil, ociosa, trabalhadora, universitária ou informal – está-se compondo,
socialmente, ou perseguindo objetivos que lhe abram a mente e o coração para
uma profissão futura?
Meu Deus, que futuro tem uma juventude
dessas? Apesar de tudo, é nela que
devemos confiar. Os jovens são a nossa esperança.
Como confiar em políticos ultrapassados, reacionários, mentirosos, enganadores da boa fé do povo, se eles só pensaram em si mesmos, nos seus familiares e afilhados, sem nunca ter cuidado do bem comum?
Convoco os jovens a estudarem,
dedicarem-se à política por um certo tempo, acreditarem na democracia, não
envelhecerem no cargo, fazerem questão de se renovarem e renovarem os quadros
políticos. Muitos querem ocupar funções, indefinidamente, até a morte. Não dá
mais para agirmos assim em qualquer ideologia que abracemos. A democracia exige
de nós uma alternância no poder, uma renovação de ideias e um crescimento igual
pra todos.
Pensem nisto! Voltaremos a este assunto. Obrigado pela atenção e que todos tenham ótima semana.
Compartilhe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário