Entre
os desafios, trabalhadores relataram dias mais corridos e a necessidade de
aprender as funções dos colegas, para cobri-los na folga. Ainda assim, todos
concordam que os benefícios da jornada reduzida se sobressaíram.
O que dizem os participantes
- PRÓS ✅
“A
gente tem a ‘hora do foco’ diária. É um momento sem reunião, sem responder
mensagens. A gente também tem feito reuniões mais concisas, mais rápidas, com
menos gente”, detalha a diretora Roberta Faria, da Mol Impacto, empresa de
produtos sociais.
Assim,
“a área [que aderiu à semana de 4 dias] se tornou a mais eficiente da empresa,
disparando na frente das outras”.
“Eu
participei da minha primeira corrida de rua”, diz Rafaela Carvalho, funcionária
da Mol. “Criei o hábito de fazer mais atividade física e
também consigo visitar mais locais em São Paulo, posso ser turista na minha
própria cidade.”
“Uso
a folga para resolver questões burocráticas, fazer exames, coisas
que precisam ser feitas em dias úteis”, comenta Emília Junqueira, coordenadora
de projetos da Greco, empresa de design gráfico.
"As
faltas e atrasos realmente melhoram bastante porque a pessoa consegue se
organizar melhor. É claro que se ocorre um acidente, tudo bem, mas as ausências
sem justificativa diminuíram", afirma Eduardo Hagiwara, diretor geral do
Hospital Indianópolis, que aderiu ao projeto com a área administrativa.
“É
um diferencial muito grande da empresa. Todos os meus amigos falavam sobre
isso, perguntavam como estava sendo. Todo mundo queria mandar currículo
para a gente”, afirma Tadeu Carazza, associado do escritório Clementino e
Teixeira Advocacia.
- CONTRAS ❌
“A
parte em que mais tivemos desafios foi a dos advogados que trabalham com
processos porque eles têm prazos judiciais, audiências e compromissos com
clientes atrelados a esses prazos. Às vezes, o advogado já fez a parte dele,
mas depende de um documento que o cliente não entregou”, conta Soraya
Clementino, sócia-fundadora do escritório Clementino e Teixeira.
“O
ritmo de trabalho definitivamente aumenta e a pressão também porque a gente tem
muita vontade de entregar resultado e fazer [o projeto] dar certo. O que
funciona na prática é cortar as distrações”, afirma Rafaela, da Mol
Impacto.
“Um
precisa saber como cobrir o trabalho do outro”, destaca a diretora
Roberta Faria.
“Todos
nós tivemos que nos empoderar. O que o analista precisa saber para estar
preparado para uma determinada reunião, no lugar do gerente?”, continua a
funcionária Rafaela.
“Temos
que pensar que a empreitada é coletiva. Não posso fazer o que estou com vontade
no dia. Tenho que seguir o planejamento”, explica Cláudia Carmello,
sócia-fundadora da agência de publicidade PiU Comunica.
“A
gente contratou uma pessoa, mais no final do projeto, e uma ferramenta de
inteligência artificial, de pesquisa de jurisprudência. Teve um custo
inicial de 3 a 4% da nossa empresa, mas acredito que é um investimento
baixo face ao tamanho do ganho”, diz Soraya, do escritório de advocacia. (g1)
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