Os
dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Monitor do Fogo,
levantamento realizado mensalmente pelo MapBiomas.
Segundo
a entidade, a área queimada no Brasil em agosto equivale ao estado da Paraíba
inteiro. Além disso, o mês passado responde por 49% do território atingido por
incêndios no país em 2024, no pior agosto desde o início da série histórica, em
2019.
Dos
5,65 milhões de hectares queimados no período, 24% se referem a pastagens,
enquanto 65% da extensão afetada pelas chamas contemplam vegetação nativa. O
Cerrado foi o bioma com a maior área queimada em agosto de 2024, com 2,4
milhões de hectares, ou 43% do total. "Agosto trouxe um cenário alarmante
para o Cerrado, com um aumento expressivo da área queimada, a maior nos últimos
seis anos" detalha Vera Arruda, pesquisadora no Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.
Com
2 milhões de hectares queimados, a Amazônia vem em seguida. "A combinação
de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, está
intensificando a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de pastagem e
vegetação nativa", detalha Ane Alencar, diretora de ciências do Ipam e
coordenadora do MapBiomas Fogo.
Apenas
São Paulo, estado que registrou uma onda de incêndios em plantações em agosto,
teve um aumento de 2.510% na área queimada em relação à média para o mês nos
últimos seis anos, com 370 mil hectares.
"Grande
parte dos incêndios observados em São Paulo teve início em áreas agrícolas,
principalmente nas plantações de cana-de-açúcar, que foram as áreas mais
afetadas do estado", comentou Natália Crusco, coordenadora técnica da
equipe da Mata Atlântica do MapBiomas.
Acumulado
do ano
Desde
janeiro de 2024, a área queimada no Brasil totaliza 11,39 milhões de hectares,
crescimento de 116% na comparação com igual período do ano passado. Desse
total, 70% correspondem a vegetações nativas.
Os
três estados que mais queimaram nos oito primeiros meses deste ano ficam na
Amazônia - Mato Grosso (21%), Roraima (17%) e Pará (14%) -, bioma que
concentrou 48% de toda a área incendiada no Brasil no período: 5,4 milhões de
hectares.
Já o Pantanal bateu recorde de queimadas entre janeiro e agosto, com 1,22 milhão de hectares atingidos pelo fogo. "A atenção para a alta incidência de incêndios permanece, visto que setembro é historicamente o mês que mais queima no bioma, que passa por um período de seca extrema", alertou Eduardo Rosa, do MapBiomas.
(JB/Ansa)
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