De
acordo com informações do Datasus, no primeiro bimestre de 2024, foram
registrados 17.136 atendimentos hospitalares e 9.658 atendimentos
ambulatoriais, envolvendo idosos, na faixa etária de 60 a 110 anos. Em 2023,
por exemplo, houve 106.401 atendimentos hospitalares e 45.684 ambulatoriais.
“Diversos
fatores podem causar o aumento de quedas entre os idosos, como a fraqueza e
perda muscular do corpo, efeitos colaterais de alguns remédios, perda de
sensibilidade por distúrbios neurológicos, além de doenças ortopédicas ou
prejuízo dos sentidos de visão e audição”, explicou o presidente da Sociedade
Brasileira do Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero.
Apesar
de os acidentes domésticos serem comuns e poderem afetar pessoas de qualquer
idade, a Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico ressaltou que, durante o
período de envelhecimento, as quedas, principalmente, as que acontecem dentro
de casa, são mais regulares e perigosas e podem causar sequelas dolorosas e
permanentes.
“A
recuperação de idosos não é simples. Uma fratura geralmente precisa de
intervenção cirúrgica ou de períodos prolongados de imobilizações, isso porque,
os ossos não são tão saudáveis quanto ossos jovens, além da falta de força
muscular nessa idade. Fraturas no fêmur, coluna vertebral e bacia podem
diminuir a mobilidade de um idoso, além de necessitar de fisioterapia intensa
para a recuperação”, disse o ortopedista.
Para
prevenir as quedas, o médico recomenda uma abordagem multidisciplinar, partindo
da avaliação clínica do idoso e de acompanhamento médico para identificar
possíveis condições de saúde que aumentem o risco de queda. Entre essas
condições estão problemas cardiovasculares, neurológicos e musculoesqueléticos.
É importante ainda que o idoso faça atividade física regular, com exercícios
específicos para melhorar a força muscular, fortalecer e trazer mais
equilíbrio, reduzindo o risco de quedas. Além disso, recomenda-se uma dieta
balanceada para manter a saúde óssea e muscular, prevenindo fraquezas, que
podem ocasionar as quedas.
A
remoção de obstáculos, instalação de barras de apoio em banheiros e melhorias
na iluminação também são úteis para evitar acidentes domésticos. “Os idosos têm
que se adaptar às limitações da idade. Eles devem, além de modificar suas
casas, evitar roupas que podem enroscar em seus pés e aderir ao uso de sapatos
bem ajustados, de preferência fechados e com solados antiderrapantes e de
borracha. Há diversas recomendações para que familiares auxiliem a pensar uma
casa e rotina mais segura para o idoso”, aconselhou Caieiro.
É
preciso ainda evitar tapetes soltos pela casa; ter corrimão dos dois lados das
escadas e corredores; colocar tapete antiderrapante nos banheiros; evitar andar
em áreas com piso molhado; evitar encerar a casa; evitar móveis e objetos
espalhados pela casa ou em corredores de circulação; e deixar uma luz acesa à
noite para o caso de precisar levantar da cama. Também é importante o idoso
esperar que o ônibus pare completamente antes de subir no veículo ou descer;
utilizar sempre a faixa de pedestres ao atravessar as ruas; e, se necessário,
usar bengalas, muletas ou instrumentos de apoio. (JB/Ag.Brasil - Flavia
Albuquerque)
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