Essa
iniciativa faz parte do projeto Refaunar Arvorar, promovido pelo
Parque Arvorar, do Beach Park, em colaboração com as ONGs Associação Caatinga e
Aquasis. A ação contou com a participação do fiscal ambiental, Roberto
Cavalcante e da gestora ambiental, Marina Lopes, da Superintendência Estadual
do Meio Ambiente (Semace), além de fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Esse
esforço está alinhado ao Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da
Caatinga, uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente destinada à proteção de
espécies nativas ameaçadas. Antes da soltura, os periquitos passaram por
rigorosas avaliações realizadas por biólogos, veterinários e zootecnistas, que
garantiram a saúde das aves e sua adaptação ao novo ambiente.
Período
de reabilitação
Durante
cinco meses, os 18 periquitos permaneceram em recintos de aclimatação dentro da
reserva, um período crucial para sua familiarização com o local,
estabelecimento de vínculos familiares e fortalecimento da adaptação ao
ambiente. Esse processo aumenta consideravelmente as chances de sucesso da
reintrodução e da sobrevivência das aves.
A
seleção dos indivíduos para a reintrodução na Serra das Almas seguiu critérios
rigorosos adotados na soltura realizada na Serra da Aratanha, em 2022. Entre os
requisitos, destacam-se a pertença dos animais a grupos familiares de vida
livre, o que garante maior coesão social e facilita sua adaptação ao novo
ambiente.
Além
disso, as aves foram escolhidas por estarem habituadas ao uso de caixas-ninho,
o que facilita o manejo durante o processo de soltura. Outro fator importante
foi o treinamento prévio para o uso de comedouros, uma preparação essencial
para a aclimatação gradual e bem-sucedida dos indivíduos ao habitat natural.
Marco
significativo na Caatinga
“Foi
um privilégio poder presenciar a soltura dos periquitos-cara-suja. Me emocionei
ao ver as aves voltarem à natureza depois de tantos anos do último registro
comprovado na região. Fiquei com a certeza de que, com o esforço conjunto, a
natureza pode se recuperar, e que, em breve, poderemos ver outras ações
semelhantes, com outras espécies ameaçadas no Ceará”, explica Roberto
Cavalcante, integrante da equipe de fiscais ambientais da Semace.
Além
disso, três periquitos que haviam sido apreendidos pelo Ibama e acolhidos no
Parque Arvorar também serão transferidos para a reserva, onde passarão por um
novo processo de aclimatação antes de serem soltos definitivamente.
A
Reserva Natural Serra das Almas já se consolidou como um refúgio para diversas
espécies que retornaram espontaneamente à região, como a paca, o tatu-bola e o
guariba-da-caatinga. No entanto, espécies extintas localmente, como o
periquito-cara-suja, as emas e as araras, requerem intervenções diretas, como a
reintrodução, para se reintegrarem ao seu habitat original. A colaboração entre
organizações, órgãos ambientais e especialistas tem sido essencial para o
sucesso dessas iniciativas de conservação.
(Gov.
CE)
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