O comunicado do cirurgião-geral dos EUA, Vivek Murthy, pontuou que novas pesquisas associam o consumo dessas bebidas a sete tipos de câncer, afirmando que "a maioria dos americanos desconhece esse risco".
Cerca
de 100 mil casos de câncer e 20 mil mortes anualmente nos EUA são causadas pelo
álcool, diz o documento.
Murthy
também propôs reavaliar os limites indicados para o consumo de álcool e ampliar
as ações educativas sobre os riscos de câncer associados às bebidas alcoólicas.
O
cirurgião-geral, principal porta-voz do governo federal em questões de saúde
pública, disse que o álcool é a terceira causa mais comum de câncer evitável,
atrás do tabaco e da obesidade.
"A
relação direta entre o consumo de álcool e o risco de câncer está bem
estabelecida para pelo menos sete tipos de câncer, independentemente do tipo de
álcool consumido (cerveja, vinho ou destilados)", afirma o comunicado.
Isso
inclui maior risco de câncer de mama, garganta, fígado, esôfago, boca, laringe
e cólon.
Mais
países adotam rótulos de advertência
O
relatório aponta que os profissionais de saúde devem encorajar as triagens para
identificar pessoas que possam estar consumindo álcool em excesso e fazer
encaminhamentos para tratamento quando necessário, além de reforçar iniciativas
de conscientização.
Atualmente,
os rótulos de advertência obrigatórios indicam que mulheres grávidas não devem
consumir álcool devido ao risco de animalias congênitas. Também alertam que
"o consumo de bebidas alcoólicas prejudica sua capacidade de dirigir um
carro ou operar máquinas, além de poder causar problemas de saúde".
Nas
últimas duas décadas, países têm introduzido cada vez mais rótulos de
advertência para informar consumidores sobre os riscos à saúde relacionados ao
álcool.
O
relatório Global
Status Report for Alcohol and Health, da Organização Mundial da Saúde
(OMS), citado no comunicado de Murthy, apontou que 47 países membros exigiam
avisos de saúde e segurança em rótulos de bebidas alcoólicas em 2018, contra 31
em 2014.
A
Irlanda é o primeiro país do mundo a exigir um alerta ligando qualquer nível de
consumo de álcool ao câncer. A partir de 2026, será obrigatório que todas as
garrafas de bebidas alcoólicas na República da Irlanda tragam essa advertência.
A
Coreia do Sul também exige advertências específicas sobre câncer em bebidas
alcoólicas.
Nos
EUA, o Congresso precisa aprovar alterações nos rótulos de advertência, que não
são atualizados desde 1988. Não está claro se a administração Trump apoiaria a
mudança proposta por Murthy.
Muitos
países também revisaram os limites recomendados de consumo após novos estudos
apontarem que nenhuma quantidade de álcool é segura para beber.
O
Canadá, por exemplo, revisou sua recomendação de quase duas doses por dia para
duas por semana no ano passado.
Nos
EUA, recomenda-se no máximo duas doses por dia para homens e uma para mulheres.
No Reino Unido, o limite é de 14 "unidades" de álcool por semana –
cerca de seis taças de vinho ou seis pints de cerveja.
As
ações de empresas de bebidas alcoólicas listadas nos EUA – incluindo a Diageo,
maior fabricante de destilados do mundo – caíram até 4% após o anúncio.
No
Brasil, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alterou a regra para a
rotulagem nutricional de alimentos em 2020.
Desde
então, todo fabricante que vende produtos com alto teor de açúcar adicionado,
sódio e gorduras saturadas tem de fornecer essa informação na frente da
embalagem, na forma de uma lupa. Na parte de trás da embalagem, é obrigatória a
declaração de açúcares totais ou adicionados.
Isso
vale para todos os alimentos e bebidas, com exceção das alcoólicas, que têm a
tabela nutricional voluntária e estão liberados para declarar apenas o valor
energético total do produto.
(Fonte:
BBC)
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