Mandato e mandado
As duas palavras vêm do Latim “mandatum”, ordem, mas têm significados diferentes. MANDADO - ordem escrita emanada de autoridade judicial ou administrativa: Mandado de busca e apreensão; mandado de citação; mandado de prisão. MANDATO - autorização que uma pessoa (o mandante) confere a outra (mandatário, procurador, advogado) para prestar determinados atos. Poderes políticos que os eleitores conferem a um cidadão para governar ou representá-los nas assembleias legislativas.
O escolhido “foi
eu” ou “fui eu”
A frase correta é: “O escolhido fui eu”. Se o
predicativo for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo ser concorda com
ele. Exs.: O escolhido fui eu; As esperanças do time eram o melhor jogador; O
responsável por esse projeto sou eu; Os convidados fomos nós.
Se o sujeito for nome de pessoa ou pronome pessoal,
o verbo ser deve concordar com ele. Exs.: Eu fui o escolhido; Marcos era a
esperança do Palmeiras; Fernando Pessoa é muitos poetas ao mesmo tempo; Eu sou
o responsável por tudo nesta obra; Ele é forte, mas não é dois. Se houver dois
pronomes pessoais, o verbo ser concorda com o primeiro: Eu não sou você; Ele
não é eu; Nós não somos você.
Tudo bom? / Tudo bem?
Convém
não confundir. “Tudo bom?” é pergunta de quem está interessado em saber das
condições de saúde da pessoa a quem se dirige. “Tudo bem?” é pergunta própria
de curiosos, já que pressupõe o desejo de saber como está a pessoa não só do
ponto de vista da saúde, mas também do ponto de vista psicológico,
profissional, familiar, etc.
Cliente ou freguês (Qual a diferença?)
Cliente é a pessoa que utiliza os serviços de um
profissional liberal. Freguês é aquele que frequentemente compra coisas numa
mesma loja, num mesmo armazém, num mesmo supermercado, etc. ou aquele que
costuma ir sempre ao mesmo bar, restaurante, etc. A palavra é estrita ao
comércio, seja legal, seja ilegal.
Assim, travestis e prostitutas têm fregueses.
Engenheiros, advogados, dentistas, médicos, arquitetos, etc. ou quaisquer
outros profissionais liberais têm clientes, e não fregueses. Jocoso é imaginar
um advogado dizendo que têm muitos “fregueses”, embora muitos não vejam
jocosidade no oposto: Um comerciante dizer que tem muitos “clientes”. A graça é
a mesma.
Missa de sétimo dia
Apesar
de ser assim anunciada, a expressão castiça é: Missa do sétimo dia. Quando o
substantivo é determinado, usa-se o artigo obrigatoriamente. Ademais, antes de
numeral ordinal não se deixa de empregar o artigo. Exs.: Comi o segundo bife;
Estamos no sétimo andar; Procure ler o quarto capítulo.
Por
isso é que temos de usar o artigo, ainda nessas expressões: Comemorações do
primeiro aniversário; Missa do trigésimo dia; Supletivo do Primeiro e do
Segundo Graus (Grau), além de outras. Pois, então, não se diz “missa do
primeiro aniversário, missa do sétimo aniversário?’’ Por que, então, dizer
“missa de sétimo dia?” Deixemos, contudo, esses acontecimentos do sétimo dia e
passemos a outro, menos triste.
(*) Professor
Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua
Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Contatos: (088) 99373-7724.
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