O projeto de lei complementar foi aprovado com 41 votos favoráveis contra 33 contrários.
O
texto estabelece que a criação e manutenção das novas vagas não poderá
aumentar as despesas totais da Câmara entre 2027 e 2030.
O projeto sofreu mudanças pelos senadores e voltará para análise da Câmara.
O relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), acatou sugestões do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e, com isso, a Câmara terá que manter os novos mandatos sem aumento real de despesas durante a próxima legislatura (2027-2030), inclusive das verbas de gabinete, cotas parlamentares, passagens aéreas e auxílio-moradia. Nesse período, as despesas terão atualização monetária anualmente.
"Não
haverá impacto orçamentário de nenhum centavo", disse Castro.
Já os
senadores contrários argumentaram que a mudança vai aumentar os gastos da
Câmara em R$ 150 milhões por ano.
"Sabemos
que vai ter impacto. Não é só de salário de deputado: é de estrutura de
gabinete, apartamento funcional, emendas parlamentares. Será que os deputados
vão abrir mão das suas emendas para acomodar os 18 que vão entrar? É claro que
não. Se teve aumento de emendas sem os 18 deputados, imagine com os 18
deputados", afirmou senador Eduardo Girão (Novo-CE).
Outra
alteração foi a retirada de auditoria dos dados pelo Tribunal de Contas da
União (TCU), com possibilidade de pedido de impugnação por partidos políticos
ou estados.
Pelo
texto aprovado, as futuras vagas serão definidas a partir de dados
oficiais de cada censo demográfico do IBGE, vedado o uso de dados obtidos por
meio de pesquisas amostrais ou estimativas intercensitárias. A próxima
atualização será feita com os dados do Censo de 2030.
Entenda
O PDL
177 de 2023 que prevê o aumento do número de deputados federais foi
aprovado na Câmara como resposta à uma exigência do Supremo Tribunal
Federal (STF).
A
Corte determinou que o Congresso vote uma lei, até 30 de junho deste ano,
para redistribuir a representação de deputados federais em relação à proporção
da população brasileira em cada unidade da Federação (UF).
Isso
porque a Constituição determina que o número de vagas de deputados seja
ajustado antes de cada eleição "para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados". A última
atualização foi em 1993.
Na
ocasião, os deputados não quiseram reduzir o número de parlamentares de algumas
unidades da Federação seguindo o critério proporcional. Se essa regra
fosse seguida, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul
poderiam perder cadeiras.
No
lugar, o PDL aprovado na Câmara aumenta o número de vagas para os estados que
tenham apresentado crescimento populacional.
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Estados que ganham deputados federais:
Com o aumento no número de deputados federais, a quantidade de
deputados estaduais deve ter alterações.
A
Constituição prevê que cada Assembleia Legislativa deve ter o triplo da
representação do estado na Câmara dos Deputados, até o limite de 36, acrescido
do número de deputados federais acima de doze.
Por
exemplo: o Acre, com oito deputados federais, tem 24 deputados estaduais. Já
São Paulo, com 70 deputados federais, tem 94 deputados estaduais, que é a soma
de 36 com 58. (JB/Ag. Brasil e Ag. Senado)
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