

Esse
número de 500 mil fumantes representa 2,5% dos cerca de 20 milhões de
consumidores de tabaco que o instituto estima existirem no país. Tal redução já levaria a uma economia de R$ 1
bilhão, considerando os custos de todas as condições de saúde provocadas
ou agravadas pelo cigarro.
"São
números impressionantes para um país que tem tanta limitação de recursos e
tantos lugares em que precisa aplicar esses recursos. É uma oportunidade
que estava na frente de um profissional de saúde e que se perdeu", lamenta
o pesquisador da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do
Inca, André Szklo, um dos autores da pesquisa.
As
estimativas foram feitas com base em dados de pesquisas oficiais sobre a saúde
da população brasileira. A última edição da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada em 2019 pelo
IBGE, por exemplo, mostrou que 30,9% dos
fumantes atendidos por médico ou dentista não foram perguntados sobre a
dependência, e 18,1% foram perguntados mas não receberam nenhuma
orientação depois de assumir que fumavam.
Somadas,
essas duas proporções representam quase 10 milhões de pessoas. O pesquisador do
Inca André Szklo ressalta que a proporção
de pessoas que buscaram parar de fumar foi maior entre as pessoas que receberam
aconselhamento, em comparação com as que não receberam. Ele
lembra que todos os profissionais da área devem atuar em prol da diminuição do
tabagismo, que ainda provoca 174 mil mortes por ano e gera R$ 153,5 bilhões em
custos no Brasil.
"O
INCA, por exemplo, lançou, este ano, uma cartilha, para os agentes comunitários
de saúde, que são um elemento importante para oferecer o aconselhamento breve
naquela visita de rotina nas residências. O programa Agora Tem Especialistas,
que também acaba de ser lançado, tem como especialidades
prioritárias ginecologia, ortopedia e oftalmologia, mas esses
especialistas também podem aproveitar a consulta para fazer o aconselhamento
breve", complementa.
O aconselhamento
breve em todas as consultas de rotina (com duração entre 30 segundos e 3
minutos) também é recomendado pela Organização Mundial de Saúde. De acordo
com a entidade, evidências científicas apontam que a interação aumenta os níveis
de abstinência e também pode estimular os pacientes a procurarem serviços de
ajuda para parar de fumar. O Sistema Único de Saúde oferece tratamento
multidisciplinar e gratuito para os tabagistas, que pode ser feito nas unidades
básicas de saúde.
(Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário