O relatório mostra que, em 2024, o rendimento médio da população chegou a R$ 3.066, com aumento de 2,9% em relação ao ano anterior. Mas as mulheres seguem ganhando em média R$ 2.581, o que corresponde a 73% do salário dos homens, que é de R$ 3.541, em média.
No recorte racial, a desigualdade é ainda mais acentuada. As mulheres negras tiveram rendimento médio de R$ 2.008, que significa apenas 43,3% da média de R$ 4.636 recebida por homens não negros.
“Há
uma diferença em quantidade de reais muito grande. Essas desigualdades estão
presentes no campo de trabalho, seja por ocupações mais precárias, seja por
condições de acesso ao mercado de trabalho mais limitadas”, destaca Lúcio.
Apesar
disso, o relatório aponta que as mulheres negras registraram o maior crescimento
proporcional de rendimentos (5,2%), superando tanto a média nacional quanto o
avanço dos homens não negros (3,0%).
Sub-representação
política
Mesmo
sendo maioria da população, negros ocupam apenas 35,1% das cadeiras nas
assembleias estaduais. Entre as mulheres, a presença é ainda menor: apenas
18,2% estão nos legislativos municipais.
“Os
partidos têm uma estrutura que é fortemente comandada pelos homens, pelos
homens brancos, com pouca participação das mulheres e menor participação,
muitas vezes, das mulheres negras e dos homens negros”, avalia Lúcio. Ele
defende que a sociedade pressione para que os partidos cumpram as cotas e
distribuam recursos de campanha de forma igualitária.
Avanços recentes
Apesar
das desigualdades, o relatório registra melhora em 25 dos 43 indicadores
analisados, incluindo a redução de 23,4% da pobreza e a saída do Brasil do mapa da fome, sob a gestão do governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Esse
relatório combina, de um lado, a permanente denúncia de que no Brasil há uma
desigualdade muito grande em várias dimensões, mas tem uma outra dimensão que é
também muito importante: uma melhora. (…) O Brasil consegue sair do mapa da
fome, deixando, felizmente, para trás uma situação dramática de extrema
injustiça”, celebra Lúcio.
Para ouvir e assistir
O
jornal Conexão BdF vai
ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda
às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão
simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
(Brasil
de Fato)
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