Em resposta a tarifaço, governo federal vai comprar alimentos que seriam vendidos aos EUA
O Plano Brasil Soberano, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (13), prevê a compra pública de alimentos perecíveis que não puderam ser exportados ao mercado estadunidense. A Medida Provisória (MP) traz medidas de enfrentamento aos impactos das tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
“Isso vai permitir que esses produtos
perecíveis que iam para exportação sejam absorvidos no nosso mercado interno e
vá alimentar as nossas crianças por meio da merenda escolar e vai também para
as compras institucionais. Essa é uma das frentes”, destacou a ministra em
exercício do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda
Machiaveli, ao Brasil de Fato.
Machiaveli lembrou que muitos
agricultores familiares estão inseridos nas cadeias exportadoras, a exemplo dos
produtores de frutas, pescados, açaí, castanhas e mel. Por isso, destacou a
ministra, as medidas apresentadas serão fundamentais para auxiliar a pequena
agricultura a enfrentar a crise.
“Outra frente”, seguiu ela, “é que nós
estamos retomando o programa de formação de estoques, que é justamente para dar
apoio para as cooperativas que iriam exportar, mas também para as demais, para
que elas possam justamente ter um capital de giro, fazer o carregamento de
estoques e esperar esse momento para conseguir direcionar seus produtos para
outros mercados, seja interno, seja externo.”
A secretária-executiva do MDA ressaltou
que há ainda outra frente de atuação, liderada pelo ministro da pasta, Paulo
Teixeira, para o redirecionamento dos mercados para os produtos brasileiros que
envolvem os pequenos agricultores.
“O açaí, as nossas frutas, os pescados,
estão muito direcionados para os Estados Unidos, e agora, a gente está fazendo
um esforço para pactuar com outros compradores. O ministro Paulo Teixeira está
hoje no Japão fazendo isso. E dessa forma, a gente vai amparar a agricultura
familiar”, disse Machiaveli.
“Nós já estávamos num esforço de
conseguir direcionar mais alimentos para o mercado interno, trabalhar com
abastecimento alimentar, garantir um alimento de qualidade. E nesse contexto,
muito provavelmente, os preços aqui vão ficar estáveis, e a gente vai conseguir
garantir que o nosso povo se alimente ainda melhor”, destacou.
Segundo a equipe econômica do governo,
nos próximos dias, ainda serão detalhados os critérios para a compra pública de
alimentos das empresas exportadoras afetadas pelo tarifaço.
(Brasil
de Fato)
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