A comissão durará 120 dias e vai centrar os esforços em 9 eixos de apuração:
- ocupação
territorial (tráfico, milícias e crimes ambientais);
- lavagem
de dinheiro (fintechs, criptomoedas e atividades licitas como combustível,
bebidas e setor imobiliário);
- sistema
prisional;
- corrupção
ativa e passiva;
- rotas
usadas para o transporte de drogas e armas;
- crimes
cometidos (como tráfico, roubo, contrabando, sonegação, extorsão e
estelionato);
- necessidade
de integração entre as forças de segurança, especialmente na fronteira;
- experiências
bem-sucedidas de combate ao crime organizado;
- orçamento
para esse combate.
Os trabalhos
vão começar com a convocação de pessoas que têm conhecimento sobre
a situação da segurança pública no Brasil. Além de governadores e secretários
de segurança, o relator pediu para que fossem convidados nomes como de Renato
Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
Cecília Olliveira, jornalista investigativa e fundadora do Instituto Fogo
Cruzado e Bruno Paes Manso, jornalista investigativo e pesquisador do NEV-USP.
Outros jornalistas também serão convidados. A ideia é
pedir também informações ao Ministérios a Defesa e, principalmente, das
polícias cariocas sobre a operação que deixou 121 pessoas mortas nos complexos
do Alemão e da Penha. Segundo o relator, a ideia é centralizar o “conhecimento
difuso” sobre o tema no Brasil e as informações de órgãos públicos para
sistematizar propostas de mudanças na lei.
‘Sem
disputa política’
A criação da CPI foi envolvida em uma série de
discussões sobre a extrema direita e o governo em torno da segurança pública.
Isso se refletiu na disputa pela presidência da Comissão. O PT indicou Fabiano
Contarato enquanto a oposição indicou o ex-vice-presidente Hamilton Mourão
(Republicanos).
A vitória do congressista da base do governo se deu
após falas da própria oposição defendendo a “conduta independente” de
Contarato. Ele defendeu que a segurança pública não pode ser uma pauta
“politizada” e lembrou dos projetos já relatados por ele.
O governo será representado pelo presidente da
comissão e pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). A oposição de extrema direita
terá, além de Mourão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES) e
Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Marcos do Val (Podemos-ES) e Marcio Bittar
(PL-AC). Outros senadores que compõem o grupo são: Otto Alencar (PSD-BA), Jorge
Kajuru (PSB-GO) e Angelo Coronel (PSD-BA).
O senador Alessandro Vieira garantiu que a comissão
terá caráter “apolítico” e não vai entrar em divergências na condução dos
trabalhos.
(Brasil
de Fato)

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