Ele foi perdoado
Frase muito corriqueira, mas no padrão culto, formal da Língua Portuguesa será: Foi-lhe perdoada a falta. O verbo perdoar é bitransitivo, admite acusativo (= objeto direto) de coisa e o dativo (objeto indireto) de pessoa, ou, por outras palavras, o objeto direto deverá ser nome de coisa e o objeto indireto nome de pessoa. Com efeito, perdoa-se o que? A culpa, objeto direto. Perdoa-se a culpa a quem? A alguém. A alguém (objeto indireto).
Não se diga, pois: O pai perdoou o filho a falta
cometida. Mas, o pai perdoou ao filho a falta cometida.
Nota: o acusativo latino, em Português, é o objeto direto. O dativo latino, em Português, é o objeto indireto (acusativo e dativo atividades são casos de Latim. Em Português, dizemos simplesmente objeto direta e objeto indireto.
“Atender
o telefone’ ou ‘Atender no telefone”?
O padrão culto da Língua exige que construamos “Atender ao telefone”. Há quem diga que o correto é “Atender no telefone”. Todavia, a ideia expressa é: Atender próximo ao telefone.
Octogésimo
ou octagésimo?
A grafia correta é octogésimo, com “g” e acento
agudo no “e”. A forma octagésima não está correta e deve ser evitada. Octogésimo
é numeral ordinal que representa o número 80, deriva do Latim “octo” (8).
Contonete
ou Cotonete?
A grafia correta é cotonete com “e” no final. A
palavra é um substantivo masculino, apesar de o termo, em Francês, “la cotonete”,
ser feminino, o que pode causar confusão. Cotonete é a grafia usual e utilizada
em Português.
Coincidência
ou conincidência?
Muito cuidado! A grafia dessa palavra é co-in-ci-dên-ci-a.
E não conincidência, como muitos incautos escrevem e pronunciam equivocadamente.
Hoje é vinte
do mês
Deveria dizer-se: Hoje são vinte do mês. O número de
dias é que determina a concordância. Entretanto, se empregarmos a palavra dia o
verbo ficará logicamente no singular. Ex.:
Hoje é dia quinze do mês.
Dica da Coluna: em vestibulares, concursos e outros
tipos de competição o mais recomendável é fazer a concordância com o número de
dias. Exs.: Hoje são dezenove de outubro; Amanhã serão vinte de outubro.
Nem um,
nem outro
Com a expressão “nem nem, nem outro” o verbo tanto vai para o plural, como pode ficar no singular. E.: Nem um, nem outro sabe o que diz; Nem um, nem outro sabem o que fazem.
Molho (ô)
X Molho (ó)
Molho (ô) = condimento (molho de pimenta). Molho (ó)
= feixe de chave (Perdi um molho de chaves). Molho (ó) também é a primeira
pessoa do Indicativo Presente do verbo molhar: eu molho, tu molhas, ele molha...
Malferir
Este verbo significa ferir gravemente. Ex.: O
general malferido (ferido gravemente) morreu no campo de batalha.
Mais
preferido
Estando a ideia de “mais” implícita no prefixo “pré”,
o “mais” será uma redundância descabida.
Malcriação
X Má-criação
É comum ver-se o emprego de má-criação. O termo
malcriação vem de “mala-criação” com síncope (= supressão de fonema no interior
de uma palavra). No caso presente é a letra “a”. Ambas são corretas.
(*)
Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em
Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Contatos: (088) 99373-7724.
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