A isenção total valerá para rendas
até R$ 5 mil, enquanto trabalhadores que ganham até R$ 7.350 também terão
redução na alíquota. Para o economista, a medida atinge sobretudo uma faixa que
costuma ficar fora de benefícios sociais. “É uma medida que afeta quem está
hoje no que entenderíamos como uma classe média. Muitas vezes, essa parcela
fica sem uma participação mais ativa do governo”, indica.
Tributação mínima para super ricos
Para compensar a desoneração, o
governo instituiu um imposto mínimo de até 10% sobre cerca de 141 mil
contribuintes de renda muito elevada. Faria destaca que não se trata de aumento
de alíquota, mas do fechamento de brechas. “Não é um aumento de carga
tributária. O que nós estamos exigindo é que as pessoas que têm rendas acima de
R$ 50 mil por mês paguem um mínimo. Hoje, os super-ricos utilizam brechas para
não pagar o que todos nós pagamos”, esclarece.
Ele lembra que o Brasil não realiza
uma reforma progressiva do IR há mais de três décadas. “É uma vitória enorme
que comecemos a trilhar um caminho para que o Brasil se equipare a outros
países. Lá fora, quanto mais rico você é, mais você paga imposto,
proporcionalmente. Aqui, o 1% mais rico paga menos do que os 5% ou 10% mais
ricos”, compara.
Próximos passos
Faria defende que o país avance na
taxação de lucros e dividendos, investimentos isentos e também no setor de
bets. “As bets não são uma atividade econômica que gera retornos para a
sociedade. Elas têm que estar junto com cigarro e bebida alcoólica, com tributação
para desincentivar”, diz.
Segundo ele, o debate tende a
continuar nos próximos anos, com resistência no Congresso. “O lobby é forte. A
aprovação só saiu com pressão popular”, afirma.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda
a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo,
com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
(Brasil
de Fato)

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