Segurança pública
e megaoperação no Rio
O resultado ocorre
após semanas de debates sobre segurança pública, intensificados pela megaoperação policial no Rio de
Janeiro no fim de outubro.
Segundo a
pesquisa, 67% dos brasileiros aprovam a operação no Rio — considerada a mais
letal já registrada no Estado — enquanto 25% desaprovam. No recorte específico
do Rio, 64% aprovam e 27% desaprovam.
Apesar disso, 55%
dos entrevistados dizem não desejar operações semelhantes em seus próprios
Estados. A maioria também discorda da declaração de Lula classificando a ação
como "desastrosa": 57% não concordam com o presidente, e 38%
concordam.
O levantamento
também indica apoio a medidas mais duras no combate ao crime. Para 46% dos
entrevistados, o caminho principal passa por leis mais rígidas e maior rigor
judicial; 88% consideram as penas atuais brandas, e 73% defendem enquadrar organizações criminosas como
terroristas.
Entre cariocas,
62% rejeitam a ideia de pedir ajuda aos EUA no enfrentamento ao tráfico; no
cenário nacional, 50% discordam e 45% concordam.
Os dados foram
divulgados em meio à discussão sobre o PL Antifacção, que tramita na
Câmara sob relatoria deputado Guilherme
Derrite (PP-SP).
Para assumir a
posição de relator, Derrite foi exonerado do cargo de secretário de Segurança
Pública do Estado de São Paulo, onde trabalhava ao lado do governador Tarcísio
de Freitas (Republicanos).
Tarcísio é
considerado como favorito como candidato da oposição para disputar a
Presidência com Lula. Já Derrite, é cotado para ser candidato ao Senado na
eleição em São Paulo.
O texto em
discussão no Congresso propõe elevar as penas previstas na Lei das Organizações
Criminosas e criar a figura de "organização criminosa qualificada".
A votação do
texto, que recebeu o nome oficial de Marco Legal de Combate ao Crime
Organizado, foi adiada para a próxima semana pelo presidente da Câmara, Hugo
Motta (Republicanos-PB), após debates sobre diversos pontos da proposta.
O Ministério da
Justiça chegou a publicar nota afirmando que o último relatório apresentado
teria o potencial de instaurar "um verdadeiro caos jurídico".
Hugo Motta afirmou
que Derrite tem feito um "trabalho eminentemente técnico".
Avaliação do
governo e cenários eleitorais
A avaliação do
governo Lula se mantém estável dentro da margem de erro da pesquisa. A
desaprovação ficou em 50% (eram 49% em outubro), e a aprovação oscilou de 48%
para 47%.
O presidente tem
índices de aprovação mais altos no Nordeste e mais baixos no Sul, e registra
maior apoio entre mulheres do que entre homens. Na faixa dos 35 aos 59 anos,
predominou a desaprovação.
No campo
eleitoral, Lula segue numericamente à frente em todos os cenários testados para
o segundo turno, mas com vantagem menor. Em uma disputa com Jair Bolsonaro (que está impedido de concorrer),
o resultado chega ao empate técnico: 42% a 39%.
Em outubro, essa
diferença era de dez pontos. A distância também caiu nos confrontos com outros
potenciais candidatos.
- Contra Ciro Gomes,
Lula aparece com 38% e Ciro com 33%;
- Em um cenário
contra Tarcísio de Freitas, a diferença é de cinco pontos (41% a 36%);
- Contra Michelle
Bolsonaro, Lula tem 44% e ela, 35%;
- Frente a Ratinho
Júnior, o placar é de 40% a 35%
E Renan Santos, da
Missão, aparece pela primeira vez no levantamento, com 25% em um cenário contra
Lula, que tem 42%.
A pesquisa também
perguntou o que os entrevistados consideram "melhor para o Brasil" em
2026.
Para 24%, o ideal
seria a eleição de um nome que não pertença nem ao campo lulista nem ao
bolsonarista; 23% preferem a reeleição de Lula. Em relação a uma possível
candidatura, 59% dizem que Lula não deveria concorrer, e 67% afirmam o mesmo
sobre Bolsonaro.
Cenários de
segundo turno
Lula e Bolsonaro
voltaram a empatar num eventual 2º turno, segundo o levantamento, e o petista
segue à frente de outros potenciais adversários.
O presidente viu,
no entanto, a vantagem em relação a seis deles diminuir mais que margem de erro
(dois pontos para mais ou para menos).
Em relação a
Michelle, a vantagem de Lula oscilou para baixo, mas dentro da margem de erro.
A ex-primeira-dama, agora, está nove pontos atrás do presidente, ante 12 na
pesquisa anterior.
Em relação à última
pesquisa, a variação da vantagem entre Lula e os seguintes candidato foi:
• Ciro Gomes
(PSDB): oscilou para baixo de 9 para 5 pontos, variação que fica no limite da
margem de erro;
• Tarcísio de
Freitas (Republicanos): caiu de 12 para 5 pontos;
• Ratinho Júnior
(PSD): caiu de 13 para 5 pontos;
• Romeu Zema
(Novo): caiu de 15 para 7 pontos;
• Ronaldo Caiado
(União Brasil): caiu de 15 para 7 pontos;
• Michelle
Bolsonaro (PL): oscilou para baixo de 12 para 9 pontos, movimento dentro da
margem de erro;
• Eduardo
Bolsonaro (PL): caiu de 15 para 10 pontos;
• Eduardo Leite
(PSD): caiu de 23 para 13 pontos;
• Renan Santos
(Missão): registrou 17 pontos em sua primeira inclusão no levantamento.
Governador do Rio
de Janeiro em destaque
O debate sobre
segurança pública também se refletiu nas avaliações de governadores. A Quaest
indica que, para 24% dos entrevistados, o governador do Rio, Claudio Castro,
foi o que mais se destacou entre os integrantes do Consórcio da Paz. O
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aparece com 13% nessa mesma
pergunta.
Ambos vêm
apresentando ações voltadas ao enfrentamento ao crime organizado. Castro, por
exemplo, anunciou recentemente que pretende realizar novas operações
semelhantes à que ocorreu no Rio.
Levantamentos de
outros institutos também mostraram impactos relacionados ao tema.
Uma pesquisa da
AtlasIntel apontou que Castro tinha 47% de aprovação entre moradores da capital
fluminense durante a semana da operação. Já no Datafolha, divulgada em 1º de
novembro, o governador registrou sua maior aprovação desde 2022, com 40% o
avaliando como bom ou ótimo.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre 6 e 9 de novembro, com 2.004 entrevistas presenciais de brasileiros com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
(Fonte: BBC)

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