O
aumento reflete a expansão do acesso por cabo ou fibra óptica entre os mais
pobres. A tecnologia se consolidou como a principal porta de acesso, sendo
usada por 73% das pessoas, mas aqui já é percebido o primeiro dado de
desigualdade: nas classes D e E apenas 60% usam essa tecnologia.
Questão financeira
A desigualdade motivada pela questão financeira permanece muito expressiva para
o acesso em termos gerais. Nas classes A e B, o acesso é próximo do universal,
com 99% e 95% de acessos respectivamente. Na classe C, o número já despenca
para 86%, e nas classes D e E, ele se resume a 73%, ou seja, um quarto dos
brasileiros das classes D e E não têm acesso.
A classe D e E lidera quando o quesito é o acesso somente por celulares. São 87% dos brasileiros nesta classe que utilizaram a rede somente por meio de aparelhos de telefone, indicando que o uso supera o de páginas de internet, redes sociais e afins. A pesquisa percebeu ainda a consolidação das ferramentas de governo virtual, com acesso motivado principalmente pelo uso de serviços de saúde e pela emissão ou acesso de documentos.
O
acesso à rede, em geral, também cai drasticamente entre os moradores de áreas
rurais, chegando a 77%. A escolaridade é outro fator determinante: 98% dos
brasileiros com ensino superior usam a internet, ante 91% daqueles com ensino
médio e 74% daqueles com ensino fundamental. Seu uso também está relacionado à
idade.
Todas
as faixas etárias entre 10 e 44 anos tem mais de 90% de acesso. Esse número
recua para 86% entre aqueles com mais de 45 anos e para 54% entre aqueles com
mais de 60 anos. Em todos esses recortes o uso de celulares como única forma de
acesso é mais difundido entre as populações que tem menos acesso.
A
pesquisa também avaliou, pela primeira vez, a qualidade do acesso de internet
entre os usuários de pacotes para celulares. A maior parte dos que responderam,
55%, têm pacotes suficientes para seu uso, mas um grupo significativo indica
queda na velocidade após o uso completo do pacote (33% dos brasileiros e 38%
entre os das classes DE) e ter de contratar pacotes adicionais de acesso
(30-37%, respectivamente).
A
pesquisaTIC Domicílios é um levantamento do Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br)que mapeia o acesso e o
uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nos lares e por
indivíduos de 10 anos ou mais no Brasil, os três principais órgãos de
acompanhamento e gestão da internet no país, e teve apoio da Unesco.
Como o brasileiro usa a internet
Em 2023 e 2024, o brasileiro usou a internet principalmente para se comunicar,
com 92% das pessoas enviando mensagens instantâneas, 81 realizando chamadas de
vídeo e 80% usando redes sociais. Houve queda na predominância de uso da rede
para assistir a filmes (71% em 2025 ante 77% em 2024) e queda entre aqueles que
compartilharam algum conteúdo (62% em 2025 e 67% em 2024). O uso da rede para o
pagamento por pix, por sua vez, aparece pela primeira vez e está consolidado,
sendo usado por 75% das pessoas.
O
uso da rede para apostas online passou a ser medido neste ano, indicando que19%
dos brasileiros usam a rede para esse fim, com predominância masculina (25%)
nos quatro tipos de uso medidos, que foram o acesso a cassinos online (10% dos
homens e 6% das mulheres); a participação em rifas ou sorteios (9% e 5%); a
realização de apostas esportivas (12% e 2%); e a aposta em loterias federais
(9% e 4%).
O
uso de Inteligência Artificial (IA) generativa também foi questionado pela
primeira vez:32% dos brasileiros já as usam, sendo 35% dos homens. Há uma
diferença marcante de uso por classe - 59% daqueles com ensino superior, 29%
entre os que completaram o médio e 17% entre os que completaram o fundamental
-e por renda (69% na classe A, 52% na B, 32% na C e 16% nas classes DE).
O
uso das ferramentas de IA ainda tem relação com a idade:55% dos jovens de 16 a
24 anos usam IAs, número que cai para 44% na população entre 25 e 34 anos, 40%
entre os jovens de 10 a 15 anos e fica abaixo de 30% para aqueles com 35 a 44
anos. Entre as pessoas com idades entre 45 e 59 anos somente 18% usa IAs, e
entre os maiores de 60 anos esse número beira o residual, com 6% de uso.
Entre
os que usam a maioria utiliza a IA para fins pessoais (84%), enquanto 53% usa
para pesquisas ou trabalhos acadêmicos e 50% para uso profissional ou de
trabalho. A principal diferença aqui está no uso para trabalho, sendo
predominante entre os profissionais com ensino superior, dos quais 69% utilizam
a IA para uso profissional.
Entre
os que tem nível médio esse uso cai para 41%, e para os trabalhadores com nível
fundamental apenas 23% usam a IA para fins profissionais. No ensino
fundamental, porém, o maior uso é para pesquisas acadêmica, 67%, o que pode
indicar uso amplo da tecnologia entre os estudantes de ensino fundamental.
Governo eletrônico é amplamente utilizado
A pesquisa também constatou que a plataforma de governo público gov.br
permanece sendo amplamente utilizada, com acesso por 56% da população total e
divisão, por classe, de 94% para a classe A e queda conforme diminui a renda,
sendo 79% para a B, 56% para a C e 35% para D e E. Há também uma disparidade
regional importante. A média de uso por região é entre 57 e 60%, mas entre os
moradores do nordeste são apenas 48% os que utilizam a plataforma. (JB/Ag.
Brasil)
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