Há importantes informações noticiadas pela mídia que muitas vezes passam
despercebidas da população. Muitas delas têm impacto direto no dia-a-dia de
cada cidadão, como é o caso do pagamento de impostos. Infelizmente a atitude tomada
pela maioria dos brasileiros é apenas reclamar, quando o correto seria
acompanhar e fiscalizar a aplicação do dinheiro arrecadado. Um exemplo: Arrecadação
federal somou R$ 969,9 bi no ano passado, alta real de 10,1% em relação a
2010.
Diante
disso, posso afirmar com segurança que quase a totalidade dos brasileiros e dos
políticos que elegeram não têm, e nem procura ter, conhecimento disso. Por
outro lado, a astronômica arrecadação com impostos que deveria ser empregada em
saúde, educação, segurança e outras áreas continua se esvaindo pelos ralos da
corrupção, enriquecendo uma minoria que há muito já deveria ter sido apenada e
estar pagando pelos seus crimes.
Os
brasileiros pagaram uma quantia recorde de impostos e contribuições no ano
passado. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 27, pela Receita Federal,
a arrecadação federal somou R$ 969,907 bilhões no ano passado. O volume
representou um crescimento de R$ 143,388 bilhões em relação ao verificado em
2010, que já havia sido o maior da história até então, quando totalizou R$
897,988 bilhões.
A arrecadação do ano passado
registrou uma alta real de 10,10% em relação ao ano anterior. O crescimento
ficou abaixo da projeção feita pelo Fisco para 2011, que era um intervalo de
alta entre 11,00% e 11,50%. Especificamente em relação a
dezembro do ano passado, a arrecadação somou R$ 96,632 bilhões, o que significa
uma queda real de 2,69% na comparação com o mesmo mês de 2010, mas uma alta de
21,76% na comparação com novembro.
Esta foi a única queda mensal ao
longo de todo 2011. Dezembro também foi o único a não registrar um volume
recorde para o mês em questão. O resultado foi influenciado negativamente pelo
crescimento no valor de compensações efetuadas naquele mês, quando comparadas
com idêntico período de 2010. Por outro lado, o saldo de
dezembro de 2011 contou com arrecadação extraordinária de Imposto de Renda de
Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL)
provenientes do setor financeiro. A Receita também contou com depósitos
judiciais no valor de R$ 1,925 bilhão.
Maior
lucratividade das empresas impulsiona resultado
A arrecadação do Imposto de Renda
da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)
- dois tributos que incidem sobre o lucro das empresas - apresentou, em 2011,
uma alta real de 12,82%, informou a Receita Federal. No ano passado a
arrecadação de ambos somou R$ 166,63 bilhões. Segundo a Receita, esse
crescimento ocorreu em função da maior lucratividade das empresas, verificada
no último trimestre de 2010 e no primeiro semestre de 2011. Além disso, a Vale
pagou R$ 5,8 bilhões de CSLL, em 2011, em razão do encerramento de
questionamento na esfera judicial.
Já a arrecadação da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) apresentou um desempenho
mais modesto. Uma alta real de 6,18%. Esse imposto é considerado um termômetro
da atividade econômica e teve um desempenho mais tímido em relação a outros
tributos cobrados pela Receita Federal. A arrecadação do PIS-PASEP
apresentou uma queda de 2,93% e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF),
tributo que o governo fez mudanças de alíquota ao longo ano, apresentou
crescimento de 12,14%.
Aumento
do IPI mexe com a arrecadação
O aumento de 30 pontos porcentuais
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos importados, que
entrou em vigor em dezembro do ano passado, foi apontado como um dos principais
motivos para a forte queda do recolhimento desse tributo no último mês de 2011. A arrecadação do IPI caiu 18,35%
em dezembro do ano passado na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No
último mês de 2010, o recolhimento de IPI foi de R$ 3,313 bilhões e, no mês
passado, a arrecadação foi de R$ 2,705 bilhões.
Apesar de ter entrado em vigor
apenas em dezembro de 2011, o anúncio de que haveria aumento do imposto
incidente sobre automóveis estrangeiros foi feito três meses antes, o que
provocou uma antecipação de consumo, na avaliação do secretário da Receita
Federal, Carlos Barreto. "Houve uma movimentação de antecipação de saídas
das fábricas, em outubro e novembro, para evitar pegar já as alíquotas
novas", disse o secretário. "Isso tem efeito nas saídas futuras. Em
dezembro, ficaram bem menores as saídas da fábrica para o consumo",
continuou. (Com informações do Estado de São Paulo)
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