O
novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, deverá apresentar nas próximas
semanas seu primeiro programa. O Pronacampo, preparado ainda durante a gestão
de Fernando Haddad, pretende combater um dos gargalos da educação: dar mais
atenção à educação rural, uma modalidade de ensino que abriga quase 6,5 milhões
de estudantes, mas tem as piores escolas, professores e indicadores. Pelo menos
mil municípios, com índices de pobreza aguda, receberão um grupo de ações para
reverter o abandono.
O projeto, que foi apresentado à
presidente Dilma Rousseff durante as reuniões ministeriais da semana passada,
inclui desde a construção de novas escolas até a formação dos professores. A
lista dos municípios que serão beneficiados ainda não está fechada, mas se
concentrará nas regiões Norte e Nordeste. O Pronacampo começa pela
construção ou reforma das escolas. Os recursos já estariam garantidos no
orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e seriam
repassados às prefeituras da mesma forma que hoje chega o dinheiro do Programa
de
Aceleração do Crescimento: em uma conta separada da prefeitura que só pode
ser movimentada para pagamentos daquela obra específica. A licitação para a
contratação das empresas que farão as escolas deverá ser centralizada. O próprio FNDE já fez o projeto do
que deverão ser as escolas. Salas de aula, ginásio de esportes, refeitório,
salas administrativas, uma área para hortas e outras atividades rurais e até
mesmo dormitórios, para alunos e professores, estão previstos. Apesar de
incluir também a compra de transporte escolar, o Pronacampo prevê a
possibilidade de transformar algumas escolas em um semi-internato.
Contraste.
As imagens quase idílicas usadas nos projetos, com vaquinhas holandesas e
crianças loiras, estão distante da realidade das escolas rurais. A maioria das
80 mil unidades está muito abaixo de um padrão mínimo de qualidade. Muitas não
têm água ou luz, a maioria não tem laboratório, biblioteca ou espaço de lazer.
Há casos, segundo relatório do FNDE, de escolas com teto de folhas de coqueiro.
Cálculo preliminar do MEC mostra
que 78 mil professores das zonas rurais têm apenas o ensino médio. O programa
pretende levar formação para esses docentes. A intenção é criar pequenos
núcleos da Universidade Aberta do Brasil, sistema de ensino a distância do
governo federal. (Fonte: Estadão)
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